Pesquisa da Saúde aponta áreas de maior risco para a dengue

09/01/2003

Pesquisa da Secretaria de Saúde de Campinas, promovida entre os dias 16 de dezembro de 2002 e 3 de janeiro de 2003, aponta as áreas de abrangência do Centro de Saúde Aurélia, na região Norte da cidade, dos Centros de Saúde São José e São Domingos, na região Sul, dos bairros Guanabara e Botafogo, no Centro, dos bairros Vida Nova e Vila Vitória, na região Sudoeste e a área do Balão do Laranja, na região Noroeste, com as de maior infestação pelo Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.

O estudo, tecnicamente chamado de pesquisa de índice de breteau, aponta o número de criadouros com larvas do Aedes aegypti encontrados a cada 100 residências. A Secretaria de Saúde considera que qualquer índice maior que 1 é importante porque representa risco para a doença.

No Aurélia, o índice foi de 8,6. No São José, 5,7. No são domingos 5,6, no Centro e Botafogo 5,2, nos bairros Vila Vitória e Vida Nova 2,3 e no Balão do Laranja 2,3. Além disso, diversos outros bairros em todas as regiões de Campinas tiveram breteau maior que 1.

A situação preocupa a Secretaria de Saúde porque, além do alto índice de breteau, o estudo apontou um grande número de criadouros disponíveis e mostrou ainda que a maior parte deles está dentro das casas das pessoas e nos quintais, nos pratos de vasos de plantas, potes, recipientes de plásticos, latas, nas garrafas e pneus. Nas regiões com condições mais precárias, os tambores utilizados para armazenar água e caixas d’água sem tampa também foram apontados como criadouros potenciais.

Além disso, existem outros fatores que contribuem para a disseminação da doença nesta época do ano, tais como as condições climáticas favoráveis à procriação do mosquito – chuva e calor -, o grande número de casas às quais as equipes de saúde não têm acesso por estarem fechadas ou pela recusa dos proprietários e a grande circulação de pessoas devido às férias.

Também é necessário levar em conta a localização de Campinas. A cidade está localizada num entroncamento e ainda tem o Aeroporto de Viracopos. Por isso, o município fica muito exposto já que tem um grande fluxo de pessoas.

Ações – O índice de breteau é um dos indicativos utilizados pela Secretaria de Saúde para desencadear as ações contra a dengue. Além do breteau, também precisam ser consideradas áreas com casos confirmados da doença, áreas com casos suspeitos e quantidades e tipos de criadouros encontrados em cada região. Também são levadas em conta as características geográficas de cada localidade. Ainda é preciso ressaltar a situação epidemiológica em relação à dengue em todo País.

Por isso, uma das prioridades da Secretaria de Saúde de Campinas é o combate e o controle à dengue. A Prefeitura tem somado cada vez mais esforços para combater a doença. Diariamente, são promovidos arrastões na cidade, em áreas apontadas como prioritárias para limpeza.

Nesta quinta, 9, o arrastão ocorreu na área do Centro de Saúde Santa Lúcia, na região Sudoeste e, amanhã, 10 de janeiro, a ação será na área do São Domingos, na região Sul. As ações são realizadas pelos agentes de saúde, em conjunto com os profissionais dos Centros de Saúde e dos Distritos de Saúde. Também há colaboração da Secretaria de Serviços Públicos.

Ainda estão sendo desencadeadas ações educativas, nas escolas e junto à população em geral. A Secretaria de Saúde estabeleceu parcerias com vários seguimentos da sociedade, incluindo ONGs, Universidades, empresas da iniciativa privada, Associações e Sindicatos para enfrentar a doença na cidade.

Porém, a colaboração mais importante precisa ser por parte da população. "A eliminação dos criadouros tem que ser um hábito diário, como tomar banho e escovar dentes. São ações simples como ajustar o prato ao vaso, limpar calhas e piscinas, guardar as garrafas de cabeça para baixo, limpar e vedar a caixa d’água, cobrir pneus e dispor corretamente o lixo jogando-o em lugares apropriados etc", reitera Fernanda Borges, psicóloga e coordenadora das ações de prevenção à dengue da Secretaria de Saúde.

Campinas registrou, em 2002, 1440 casos de dengue.

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