O aumento dos
casos de dengue em Campinas começa a preocupar a Secretaria
Municipal de Saúde com a chegada das férias. O grande fluxo de
pessoas na cidade facilita a transmissão da doença. Somente na
rodoviária, onde circulam 12 mil pessoas por dia, o movimento
aumenta entre 10% e 15% nesta época do ano.
E com tanta
gente chegando ou passando por Campinas, a Vigilância Epidemiológica
Municipal lança nos próximos dias uma campanha para alertar os
viajantes para os cuidados com a doença. Quem apresentar
sintomas como febre alta, dores de cabeça ou no corpo deve
procurar um serviço de saúde.
As orientações
serão feitas por meio de panfletos e cartilhas educativas que
serão distribuídos em alguns locais que recebem viajantes como
terminais de ônibus, aeroporto e principalmente na rodoviária.
A orientação é para evitar que a dengue se espalhe ainda
mais. Dos 16 casos de dengue confirmados na semana passada pela
Secretaria de Saúde, pelo menos quatro são de pessoas que
foram infectadas em outras cidades. São três casos da Bahia e
um da Venezuela.
Também serão
espalhadas faixas com mensagens educativas em várias vias onde
o fluxo de veículos que vêm de fora da cidade é maior. O
material será fixado ainda esta semana em pontos como as
avenidas Prestes Maia, nas proximidades do Hotel Nacional In,
Antônio de Paula Souza, no Santa Odila, João Jorge e Faria
Lima, no Viaduto que vai para o Mário Gatti, na Amoreiras,
Aquidabã e em todas as passarelas que dão acesso à rodoviária
e também dentro do prédio da rodoviária.
A ênfase é
para os viajantes. Porém, o morador de Campinas também deve
ficar atento. Pesquisa do índice de Breteau, que aponta o número
de criadouros com larvas encontrados a cada 100 residências,
revela que muitos bairros estão infestados pelo mosquito da
dengue. No Jardim Aurélia, o índice foi de 8,6.
O estudo ainda
apontou que 90% dos criadouros estão dentro das casas e nos
quintais. Um outro agravante é que mais de 30% dos imóveis não
puderam ser trabalhados porque estavam fechados ou porque houve
recusa das pessoas que estavam nas casas em receber as equipes.
"A disponibilidade dos criadouros é um dos fatores de
risco para a dengue", diz Brigina Kemp, coordenadora da
Vigilância Epidemiológica.
As ações
educacionais direcionadas aos moradores de Campinas também estão
sendo intensificadas. As orientações são no sentido de
conscientizar as pessoas para que elas adotem medidas para
prevenir o mosquito. Práticas de prevenção e combate à doença
também serão divulgadas em áreas públicas. Contas de água e
de luz também circularão com mensagens educativas.
"Vamos
estar orientando para que as pessoas adotem cuidados como, por
exemplo, estar limpando e tampando a caixa d’água porque elas
podem ser grandes criadouros", afirma Fernanda Borges, psicóloga
da Secretaria de Saúde, coordenadora das ações preventivas da
dengue.
Nesta terça-feira,
14 de janeiro, as equipes da saúde da região Sul promovem
trabalho na Vila Industrial. Naquela área, nas proximidades das
casas do patrimônio, foram confirmados quatro casos autóctones
de dengue na semana passada. Também será feita desinsetização
em alguns pontos daquela região.
Na região
Norte, na área do São Marcos, será realizado cata-criadouro
nesta terça, 14. Nos demais dias da semana (quarta, quinta e
sexta, 15, 16 e 17 de janeiro), será promovido arrastão na área
do Aurélia.