Prefeitura intensifica ações contra a dengue com enfoque para viajantes

13/01/2003

O aumento dos casos de dengue em Campinas começa a preocupar a Secretaria Municipal de Saúde com a chegada das férias. O grande fluxo de pessoas na cidade facilita a transmissão da doença. Somente na rodoviária, onde circulam 12 mil pessoas por dia, o movimento aumenta entre 10% e 15% nesta época do ano.

E com tanta gente chegando ou passando por Campinas, a Vigilância Epidemiológica Municipal lança nos próximos dias uma campanha para alertar os viajantes para os cuidados com a doença. Quem apresentar sintomas como febre alta, dores de cabeça ou no corpo deve procurar um serviço de saúde.

As orientações serão feitas por meio de panfletos e cartilhas educativas que serão distribuídos em alguns locais que recebem viajantes como terminais de ônibus, aeroporto e principalmente na rodoviária. A orientação é para evitar que a dengue se espalhe ainda mais. Dos 16 casos de dengue confirmados na semana passada pela Secretaria de Saúde, pelo menos quatro são de pessoas que foram infectadas em outras cidades. São três casos da Bahia e um da Venezuela.

Também serão espalhadas faixas com mensagens educativas em várias vias onde o fluxo de veículos que vêm de fora da cidade é maior. O material será fixado ainda esta semana em pontos como as avenidas Prestes Maia, nas proximidades do Hotel Nacional In, Antônio de Paula Souza, no Santa Odila, João Jorge e Faria Lima, no Viaduto que vai para o Mário Gatti, na Amoreiras, Aquidabã e em todas as passarelas que dão acesso à rodoviária e também dentro do prédio da rodoviária.

A ênfase é para os viajantes. Porém, o morador de Campinas também deve ficar atento. Pesquisa do índice de Breteau, que aponta o número de criadouros com larvas encontrados a cada 100 residências, revela que muitos bairros estão infestados pelo mosquito da dengue. No Jardim Aurélia, o índice foi de 8,6.

O estudo ainda apontou que 90% dos criadouros estão dentro das casas e nos quintais. Um outro agravante é que mais de 30% dos imóveis não puderam ser trabalhados porque estavam fechados ou porque houve recusa das pessoas que estavam nas casas em receber as equipes. "A disponibilidade dos criadouros é um dos fatores de risco para a dengue", diz Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica.

As ações educacionais direcionadas aos moradores de Campinas também estão sendo intensificadas. As orientações são no sentido de conscientizar as pessoas para que elas adotem medidas para prevenir o mosquito. Práticas de prevenção e combate à doença também serão divulgadas em áreas públicas. Contas de água e de luz também circularão com mensagens educativas.

"Vamos estar orientando para que as pessoas adotem cuidados como, por exemplo, estar limpando e tampando a caixa d’água porque elas podem ser grandes criadouros", afirma Fernanda Borges, psicóloga da Secretaria de Saúde, coordenadora das ações preventivas da dengue.

Nesta terça-feira, 14 de janeiro, as equipes da saúde da região Sul promovem trabalho na Vila Industrial. Naquela área, nas proximidades das casas do patrimônio, foram confirmados quatro casos autóctones de dengue na semana passada. Também será feita desinsetização em alguns pontos daquela região.

Na região Norte, na área do São Marcos, será realizado cata-criadouro nesta terça, 14. Nos demais dias da semana (quarta, quinta e sexta, 15, 16 e 17 de janeiro), será promovido arrastão na área do Aurélia.

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