Saúde recomenda vacina contra febre amarela para viajantes

17/01/2003

Para proteger a saúde dos cidadãos contra a febre amarela, a Secretaria de Saúde de Campinas reforça a importância das pessoas, nesta época de férias, tomarem a vacina contra a doença antes de viajar principalmente se o itinerário incluir municípios da região de Diamantina, Norte de Minas Gerais.

A dose é gratuita e está disponível no Centro de Saúde Faria Lima às quartas-feiras, das 9h às 13h, e sextas-feiras, das 14h às 18h. As pessoas também podem procurar o posto instalado no Aeroporto de Viracopos, de segunda a sexta-feira, das 9h às 13h.

A preocupação das autoridades sanitárias se deve a um surto de febre amarela silvestre identificado em municípios próximos a Diamantina, no Vale do Jequitinhonha. De acordo com o Ministério da Saúde, há 24 casos notificados e cinco óbitos estão sob investigação. Trinta e cinco cidades da área estão em alerta contra a doença. Ainda, segundo o Ministério, a região onde os casos ocorreram não era considerada de risco e está localizada a 200 quilômetros da faixa de transição para o vírus da febre amarela silvestre, que situa-se no Oeste do Estado.

A Secretaria de Saúde de Minas Gerais informa que essa região foi intensamente vacinada contra a doença em 2001, em decorrência de um surto registrado em Divinópolis. No entanto, provavelmente, persistiram alguns "bolsões" de suscetíveis (pessoas que não se vacinaram) em distritos mais distantes. A situação será esclarecida pela investigação epidemiológica que está sendo coordenada pelo Ministério da Saúde.

A enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Vigilância Epidemiológica de Campinas, explica que as pessoas que forem para a região de Minas Gerais, onde a epidemia está acontecendo, devem tomar a vacina com pelo menos dez dias de antecedência. "Assim, elas estarão protegidas e não há o risco de trazerem a doença ao Estado de São Paulo, quando retornarem da viagem", diz.

As vacinas são aplicadas de graça, em qualquer época do ano. Brigina reforça que a única forma de evitar a ocorrência da febre amarela silvestre é a vacinação contra a doença, que garante a imunização por dez anos.

Na cadeia de transmissão da febre amarela silvestre, o macaco é o hospedeiro do vírus que provoca a doença. A contaminação ocorre quando um mosquito pica o macaco contaminado e depois pica o homem. Uma extensa faixa de território brasileiro é considerada endêmica para a febre amarela silvestre. O vírus amarílico circula nas área de matas em todos os estados das regiões Norte (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), além do Maranhão, na região Nordeste.

Uma outra área que também é considerada de risco abrange faixas territoriais de sete estados como o sudoeste do Piauí e a região oeste da Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e noroeste do Rio Grande do Sul.

De acordo com o Ministério da Saúde, as ações de prevenção e controle da febre amarela silvestre reduziram o número de casos da doença no País, nos últimos três anos. Em 2001, foram registrados 41 casos, 54% a menos do que em 2000, quando houve 85 notificações. Em 2002 a redução foi maior, atingindo 80,5%, com o registro de apenas oito casos de febre amarela silvestre.

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