Para proteger a saúde
dos cidadãos contra a febre amarela, a Secretaria de Saúde de
Campinas reforça a importância das pessoas, nesta época de férias,
tomarem a vacina contra a doença antes de viajar principalmente
se o itinerário incluir municípios da região de Diamantina,
Norte de Minas Gerais.
A dose é
gratuita e está disponível no Centro de Saúde Faria Lima às
quartas-feiras, das 9h às 13h, e sextas-feiras, das 14h às
18h. As pessoas também podem procurar o posto instalado no
Aeroporto de Viracopos, de segunda a sexta-feira, das 9h às
13h.
A preocupação
das autoridades sanitárias se deve a um surto de febre amarela
silvestre identificado em municípios próximos a Diamantina, no
Vale do Jequitinhonha. De acordo com o Ministério da Saúde, há
24 casos notificados e cinco óbitos estão sob investigação.
Trinta e cinco cidades da área estão em alerta contra a doença.
Ainda, segundo o Ministério, a região onde os casos ocorreram
não era considerada de risco e está localizada a 200 quilômetros
da faixa de transição para o vírus da febre amarela
silvestre, que situa-se no Oeste do Estado.
A Secretaria de
Saúde de Minas Gerais informa que essa região foi intensamente
vacinada contra a doença em 2001, em decorrência de um surto
registrado em Divinópolis. No entanto, provavelmente,
persistiram alguns "bolsões" de suscetíveis (pessoas
que não se vacinaram) em distritos mais distantes. A situação
será esclarecida pela investigação epidemiológica que está
sendo coordenada pelo Ministério da Saúde.
A enfermeira
sanitarista Brigina Kemp, da Vigilância Epidemiológica de
Campinas, explica que as pessoas que forem para a região de
Minas Gerais, onde a epidemia está acontecendo, devem tomar a
vacina com pelo menos dez dias de antecedência. "Assim,
elas estarão protegidas e não há o risco de trazerem a doença
ao Estado de São Paulo, quando retornarem da viagem", diz.
As vacinas são
aplicadas de graça, em qualquer época do ano. Brigina reforça
que a única forma de evitar a ocorrência da febre amarela
silvestre é a vacinação contra a doença, que garante a
imunização por dez anos.
Na cadeia de
transmissão da febre amarela silvestre, o macaco é o
hospedeiro do vírus que provoca a doença. A contaminação
ocorre quando um mosquito pica o macaco contaminado e depois
pica o homem. Uma extensa faixa de território brasileiro é
considerada endêmica para a febre amarela silvestre. O vírus
amarílico circula nas área de matas em todos os estados das
regiões Norte (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia,
Roraima e Tocantins) e Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás,
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), além do Maranhão, na região
Nordeste.
Uma outra área
que também é considerada de risco abrange faixas territoriais
de sete estados como o sudoeste do Piauí e a região oeste da
Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e
noroeste do Rio Grande do Sul.
De acordo com o
Ministério da Saúde, as ações de prevenção e controle da
febre amarela silvestre reduziram o número de casos da doença
no País, nos últimos três anos. Em 2001, foram registrados 41
casos, 54% a menos do que em 2000, quando houve 85 notificações.
Em 2002 a redução foi maior, atingindo 80,5%, com o registro
de apenas oito casos de febre amarela silvestre.