Saúde faz alerta para casos de leptospirose

16/01/2004

Denize Assis

Preocupada com o aumento do número de casos de leptospirose no verão, quando as chuvas são freqüentes e intensas, a Secretaria de Saúde de Campinas quer alertar equipes do Paidéia – Saúde da Família, dos hospitais e demais profissionais da rede municipal de saúde para o diagnóstico e tratamento precoce da doença. O objetivo é diminuir as complicações e mortes entre pessoas acometidas.

Em Campinas, de acordo com a Vigilância em Saúde da Prefeitura, a leptospirose tem sido importante causa de morte entre adultos em idade produtiva, na faixa etária entre 25 e 45 anos. No ano de 2.000, foram confirmados 27 casos, dos quais sete morreram, o que representa uma taxa de mortalidade de 26%. Em 2.001, foram 39 confirmações com nove mortes (23%).

Em 2.002, a vigilância em saúde registrou 20 casos e dois óbitos (10%) e, até 5 de dezembro do ano passado, foram confirmadas 21 notificações e duas mortes (9,52%). O dado de 2003 é provisório.

"A letalidade esperada da doença é de 9% a 20% conforme a gravidade do caso e as condições de assistência", informa o médico sanitarista Vicente Pisani Neto, coordenador da Vigilância em Saúde. Segundo ele, nessa época do ano, as notificações da doença aumentam por causa do contato das pessoas com áreas atingidas por enchentes ou alagamentos.

As equipes do Paidéia já estão de sobreaviso. No entanto, a Secretaria de Saúde de Campinas promove, em 29 de janeiro, treinamento sobre leptospirose/dengue para profissionais da rede pública municipal. O evento acontece no Salão Vermelho da Prefeitura, das 8h às 13h. As inscrições podem ser feitas 30 minutos antes da abertura.

Transmissão. A leptospirose é uma doença grave transmitida ao homem principalmente pela urina do rato. A bactéria é eliminada no meio ambiente e pode sobreviver principalmente em locais úmidos, como lama, água e margens de córregos.

"O homem, ao entrar em contato com lama ou com a água contaminadas pode infectar-se, especialmente se tiver cortes ou arranhaduras na pele ou nas mucosas", diz a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Saúde Coletiva da Prefeitura. Ela informa ainda que a infecção também pode se dar por meio da ingestão de alimentos, medicamentos e da água de beber contaminados.
Após ser infectado, o homem pode manifestar os sintomas da doença num prazo de 7 a 14 dias. E os sinais são vômitos, dores musculares, principalmente na barriga da perna, dor de cabeça, coloração amarelada da pele, calafrios, alteração de volume urinário, febre elevada, fraqueza e hemorragias na pele e mucosas.
"Ao apresentar sintomas, principalmente se tiver passado por alguma situação de risco para a leptospirose como ter entrado em contato com enchente ou alagamento, a pessoa deve procurar rapidamente sua equipe do Paidéia no centro de saúde de referência para o bairro onde reside ou, se a unidade estiver fechada, o pronto-socorro da sua região", diz Brigina.

Quadro:

Medidas de prevenção

Eliminar os ratos e evitar sua multiplicação, mantendo o meio ambiente o mais limpo possível;

O lixo doméstico deve ser posto fora de casa, em local alto, pouco antes do caminhão de coleta passar;

Buracos entre telhas, paredes e rodapés devem ser vedados;

Quintais, terrenos vagos e ruas devem ser mantidos limpos e os córregos sem entulhos e outros objetos;

À noite, objetos de animais domésticos devem ser lavados e guardados;

Terrenos baldios devem ser limpos, murados e livres de lixo;

A caixa d'água precisa ser mantida limpa e tampada e os canos com aparas que impeçam a subida dos ratos ao reservatório.

Em caso de enchente:

O contato direto com as águas ou com a lama que sobrar das enchentes deve ser evitado sempre;

Chão, paredes, objetos caseiros e roupas atingidas pela enchente devem ser lavados com sabão e água sanitária (1 copo de água sanitária para 1 balde de 20 litros de água;

Todos os alimentos e remédios atingidos pela inundação devem ser descartados;

Se a caixa d'água foi invadida, não usar esta água antes da desinfecção do reservatório.

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