Assistência a gestantes é ampliada e mortalidade materna diminui 4%

22/01/2004

Denize Assis

Dados divulgados pela Secretaria de Saúde de Campinas nesta quarta-feira, 21 de janeiro, indicam que nos últimos três anos o município melhorou e ampliou a assistência às gestantes. Em 2.000, somente 65% das mulheres de Campinas conseguiam fazer mais que sete consultas de pré-natal. No ano passado, o índice subiu para 74%, um aumento de nove pontos percentuais.

Os dados incluem a assistência nas redes pública e privada. Se a análise for restrita a assistência na rede municipal de saúde, o índice chega aos 80%. A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê, no mínimo, seis consultas médicas durante a gravidez, mais a consulta de revisão de parto.

O percentual de mulheres que inicia o pré-natal logo no primeiro mês de gravidez também melhorou. Até o ano de 2.000, 59% das mulheres de Campinas iniciavam o pré-natal somente depois do quarto mês de gestação. Atualmente, 80% das gestantes conseguem ser acompanhadas antes do segundo mês.

Segundo a médica ginecologista Verônica Gomes Alencar, coordenadora municipal da área da Saúde da Mulher, os principais problemas ocorridos na gravidez são verificados no primeiro trimestre. "Por isso, a captação precoce das gestantes é importante, já que permite diagnosticar e acompanhar doenças que aumentam o risco da gravidez evoluir para um aborto. Além disso, possibilita a detecção de doenças congênitas que, se tratadas, evitam que a criança nasça com problemas", diz.

Verônica afirma que a ampliação e melhoria da humanização do pré-natal e nascimento, por meio do Paidéia – Saúde da Família e do Cidade-Mãe, foi uma das mais importantes ações implementadas pela Prefeitura desde 2001 para melhorar a assistência à saúde da mulher.

Segundo ela, com a iniciativa, nos últimos três anos, o coeficiente de mortalidade materna caiu em quatro pontos percentuais depois de um longo período sem registrar redução. A Secretaria Municipal de Saúde disponibiliza, na Maternidade de Campinas, um ambulatório para gravidez de alto risco que presta assistência a gestantes com problemas como diabetes, hipertensão ou doenças cardíacas. "As grávidas recebem atendimento especial e têm exames específicos, como monitorização fetal e ultrassonografia, e exames laboratoriais. Também contam com acompanhamento especializado durante o parto, junto com a equipe da pediatria e do Centro de Lactação - Banco de Leite Humano, para garantir o acompanhamento do bebê que, normalmente, nasce prematuro", diz.

Exames garantidos. A Secretaria de Saúde também passou a garantir que todas as gestantes realizem os testes para detecção do HIV e da sífilis. "Se a mulher chegar à maternidade sem ter realizado os exames, ela será submetida a testes rápidos", informa Verônica. "As gestantes soropositivas são encaminhadas para o Centro de Referência de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids para atendimento especializado com uma equipe multidisciplinar".

Uma outra experiência de sucesso, segundo a coordenadora da saúde da mulher, é a regionalização das maternidades. A gestante é encaminhada para conhecer a maternidade onde vai dar à luz que, dependendo do Centro de Saúde que ela freqüenta, pode ser a Maternidade de Campinas, o Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism) ou a maternidade do Hospital Celso Pierro.

O município ainda garante que, no momento do parto, a mulher possa, se desejar, estar acompanhada do seu companheiro ou de alguma outra pessoa de sua confiança. Além disso, as visitas do pai estão podem ser feitas a qualquer horário em qualquer dia.

Verônica informa que a Prefeitura de Campinas associa todas as políticas voltadas para a população feminina com a política de saúde da mulher. Ela avalia que é este "olhar feminino intersetorial" que permite definir ações que geram melhorias de tanto impacto.

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