Prefeitura prevê investimentos de R$ 282 mi para Saúde em 2004

22/01/2004

Nos últimos três anos, gastos com o setor aumentaram cerca de 50% 

Denize Assis

A previsão de investimentos da Prefeitura de Campinas para a área de saúde em 2.004 é de R$ 282 milhões. Desde 2001, a administração municipal tem destinado, a cada ano, mais recursos para o setor. A previsão para 2004 representa um crescimento de R$ 94 milhões (50,11%) em relação ao ano de 2.000, quando foram investidos R$ 188 milhões. Em 2001, a atual administração destinou R$ 215 milhões para saúde; em 2002, R$ 241 milhões e, em 2003, R$ 259 milhões. Os valores incluem recursos municipais e do Governo Federal.

Com relação aos recursos próprios, os investimentos também têm aumentado, a cada ano, desde o início da atual administração. Em 2004, a previsão é a de que 65,9% da verba destinada ao setor saia dos cofres municipais. Os números reafirmam a condição de Campinas como um dos municípios que mais investe recursos próprios em saúde no Brasil.

"O aumento dos gastos com saúde, desde 2001, superam a inflação do período, que foi de 45,91% conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC-IBGE)", diz Fábio Forte Andrade, diretor do Fundo Municipal de Saúde de Campinas. Ele informa que a Prefeitura investiu, em 2.002, o percentual equivalente a 22,46% dos recursos próprios em saúde, mais de 7% a mais do que o mínimo exigido pela Emenda Constitucional 029 que é de 15%.

Controle social. Fábio informa também que toda movimentação dos recursos repassados à Secretaria de Saúde é fiscalizada e controlada pela população por meio do Conselho Municipal de Saúde e dos Conselhos Locais de Saúde. Os conselhos são constituídos por representantes dos usuários e dos prestadores e servidores da Secretaria de Saúde.

De acordo com o médico sanitarista Roberto Marden, diretor de Saúde de Campinas, o incremento da verba e a otimização dos recursos ocorridos nos últimos anos permitiu ampliar e melhorar a qualidade do atendimento. Marden afirma que o município avançou muito no atendimento básico com a implantação do Programa Paidéia. "O balanço é bem positivo", diz.

A cidade ganhou 150 equipes de saúde da família. Cada uma delas composta por médico de família, enfermeiro, dentista, auxiliares de enfermagem e de consultório dentário e agentes comunitários de saúde. As equipes ainda são ampliadas com ginecologista, pediatra e técnico de higiene dental.

Os agentes comunitários são sempre moradores do bairro, visitam os cidadãos das suas comunidades, identificam doenças e encaminham os casos para as equipes que ficam nos Centros de Saúde ou nos Módulos de Saúde da Família. Em algumas situações, o cidadão recebe assistência do médico ou do enfermeiro em casa. Atualmente, são realizadas 4,3 mil consultas domiciliares em toda cidade.

13 módulos. Para consolidar o Paidéia, a Prefeitura inaugurou 13 módulos de saúde da família e colocou para funcionar os Centros de Saúde (CS) Carvalho de Moura, União dos Bairros e Parque Itajaí. Também ampliou o Complexo Ouro Verde com a inauguração do novo Laboratório Municipal e do Centro de Imagens. Estão previstas, ainda, a construção, em 2004, dos centros de saúde do Parque Oziel, do Conjunto Campinas-E, Carlos Lourenço, Joaquim Egídio e 31 de Março.

Consultas aumentam de 100 mil para 170 mil

O principal desafio a ser superado pela Prefeitura na área de saúde ainda é acabar com a fila de espera em algumas unidades. Embora, nos últimos três anos, a Secretaria de Saúde tenha aumentado de 100 mil para 170 mil o número de consultas na rede básica de saúde, em alguns serviços o usuário ainda precisa esperar pelo atendimento. Também existe espera para algumas especialidades como consultas de ortopedia e dermatologia.

"No entanto, as pessoas que estão em risco são atendidas imediatamente. Só espera aquele que, conforme avaliação no momento do acolhimento, pode aguardar", diz o diretor municipal de saúde Roberto Marden.

Maltratos. De acordo com ele, a segunda reclamação mais comum dos usuários depois do tempo de espera são os maltratos. Roberto informa que, embora os casos sejam poucos, as pessoas reclamam que, ao chegar nos serviços, são mal orientadas e mal recebidas. "Este tipo de problema é muito raro e acontece de forma bem localizada, pois a maioria dos profissionais da rede presta um serviço de qualidade. Mas esta minoria acaba interferindo", afirma ele. Em 2.003, apenas 3% das 9,7 mil solicitações referentes à área da saúde para o número 156 da Prefeitura estavam relacionadas a reclamações sobre atendimento. "Num universo de 170 mil consultas mensais, esta quantidade de reclamações é pequena", avalia ele.

Para superar este problema, a Secretaria tem investido em capacitação, na educação continuada dos servidores e trabalhado para estabelecer um vínculo respeitoso entre os profissionais e a comunidade. Segundo Roberto, as três grandes diretrizes da Secretaria de Saúde para 2.004 são manter as prioridades do Orçamento Participativo, consolidar o Paidéia e qualificar o que já é feito.

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