Estudantes da área de saúde chegam a Campinas para conhecer trabalho do SUS

26/01/2004

Denize Assis, com informações da Agência Saúde

Um grupo de dez estudantes de graduação das várias profissões de saúde chegou a Campinas no último domingo, 25 de janeiro, para conhecer de perto e vivenciar o trabalho desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde. Eles vão conhecer as atividades desenvolvidas nos diversos serviços da Prefeitura entre eles Módulo de Saúde do Parque Oziel, Hospital Municipal Mário Gatti, Complexo Ouro Verde além de outras instituições que atuam em parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS).

A prática é um piloto do Projeto de Vivência e Estágio na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS/Brasil) construído pelo Ministério da Saúde e pela Comissão de Representação do Movimento Estudantil da Área de Saúde. Segundo a enfermeira Jeanette Múfalo, diretora de Recursos Humanos da Secretaria Municipal de Saúde, uma das metas do VER-SUS/Brasil é sensibilizar e mobilizar profissionais em formação para uma atuação ativa de compreensão, construção e viabilização do SUS.

Ela informa que, além de Campinas, outras nove cidades de todas as regiões do país também vão receber alunos do projeto. Ao todo, foram destacados 100 universitários para conhecer o funcionamento do SUS de maneira integral como gestão do setor, organização e práticas de atenção à saúde, formação e desenvolvimento profissional, participação popular e controle social. "A experiência fará com que eles se familiarizem com o sistema, seus problemas, peculiaridades e avanços", diz a enfermeira.

A proposta é de que essas vivências sejam realizadas duas vezes por ano, nos tradicionais períodos de férias letivas das instituições de ensino superior. Os 100 estudantes da experiência piloto serão facilitadores da primeira edição do VER-SUS, que ocorrerá em julho/agosto e envolverá cerca de 1 mil estudantes de todo o Brasil.

Executivas nacionais de estudantes dos 14 cursos na área de saúde – administração de sistemas e serviços de saúde, administração hospitalar, biomedicina, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina veterinária, medicina, nutrição, odontologia, psicologia, serviço social e terapia ocupacional – participam ativamente da construção da vivência, desde seu desenho e negociação com os municípios até o processo de inscrição dos estudantes. De acordo com Jeanette, essa é uma estratégia de aproximação da política de saúde com a formação acadêmica. Os municípios que participam dessa experiência piloto são Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Caixas do Sul (RS), Campinas (SP), Goiânia (GO), Londrina (SC), Marília (SP), Niterói (RJ) e Sobral (CE).

Segundo Ricardo Burg Ceccim, diretor do Departamento de Gestão da Educação na Saúde do Ministério da Saúde (Deges), a formação em saúde tem se ocupado mais do desenvolvimento das habilidades técnico-científicas do que da ativação de perfis profissionais tocados pela sensibilidade na escuta dos problemas individuais e coletivos de saúde e pelo significado do trabalho em equipe e orientado pela atenção integral à saúde. Para ele, essa vivência-estágio vai ampliar os compromissos sociais do setor da saúde com a qualidade da formação universitária.

A coordenação nacional do VER-SUS é feita pelo Deges, em conjunto com a Comissão de Representação do Movimento Estudantil da Área de Saúde.

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