Denize Assis
Equipes da
Secretaria de Saúde de Campinas promoveram na manhã desta
quinta-feira, dia 6 de janeiro, busca ativa de suspeitos, ações
educativas, identificação de animais e mapeamento de
terrenos baldios em uma área na Cidade Universitária (Região
Norte). No local residia o homem que morreu na última
segunda, dia 3, com suspeita de febre maculosa e de outras
doenças (leptospirose, dengue, hantavirose e febre amarela).
O trabalho
tinha como objetivo encontrar outras pessoas doentes, fazer o
reconhecimento sanitário e ambiental da localidade e
articular o poder público para medidas de intervenção
emergencial.
Os
profissionais, que atuam na Vigilância em Saúde (Visa) Norte
e no Centro de Saúde (CS) de Barão Geraldo, visitaram 51 imóveis.
"Neste primeiro momento, não foram encontrados casos
suspeitos de febre maculosa ou de outras doenças. No entanto,
vamos repetir a busca ativa porque muitos imóveis estavam
fechados", informa o biólogo Ovando Provatti, da
Secretaria de Saúde.
Segundo
Provatti, foram identificados terrenos baldios em mau estado
de conservação com mato alto e muito lixo. "Estes casos
serão informados à subprefeitura para que os proprietários
sejam autuados", afirma. As equipes também detectaram
carrapatos na vegetação e presença de animais silvestres, já
que a área é cercada por vegetação e fica próxima a um córrego.
Para
confirmar a causa da morte, a Vigilância em Saúde aguarda
resultados de exames laboratoriais que estão sendo
processados pelo Instituto Adolfo Lutz.
Saiba sobre a
febre maculosa.
É uma doença transmitida pelo carrapato-estrela, micuim, ou
carrapato-de-cavalo que vive em roedores (capivaras, etc.) e
outros animais silvestres, animais domésticos como cavalos,
bovinos, cães e outros, principalmente nas proximidades das
margem de lagos, rios, córregos, pastos, matas e parques. A
febre maculosa tem tratamento e quanto antes for
diagnosticada, mais rápida pode ser a cura. Não há vacinas
eficazes contra a enfermidade.
Os sintomas são
mal-estar geral acompanhado de febre alta repentina (39 a 40
graus), prostração, dores musculares, dor de cabeça, náuseas
e vômitos. Podem aparecer manchas avermelhadas nos pulsos,
tornozelos, palmas das mãos e na sola dos pés. No início,
os sintomas parecem com os de uma gripe ou outra doença
febril de pequeno risco, o que pode confundir o diagnóstico.
Se não for tratada adequadamente, a doença evolui para um
quadro de infecção generalizada com várias complicações,
podendo em alguns casos chegar ao óbito.
Para se
proteger, a pessoa deve evitar o contato com a vegetação e
com animais em locais como gramado de parques, margens de
lagos, rios e córregos. No entanto, se for necessário freqüentar
estes locais é necessário usar calça comprida com a parte
inferior introduzida no interior da meia, ou bota de cano alto
e fita adesiva dupla face - que são recomendadas para fechar
a porta de entrada e dificultar o acesso do carrapato
diretamente na pele.
É
recomendado uso roupas claras para visualização do
carrapato. A pessoa deve examinar o corpo com atenção logo
após sair destes locais. Se encontrar carrapato, deve retirá-lo
com cuidado.
A Vigilância
em Saúde informa que febre entre o 2º e 14º dia após o
contato com carrapato pode ser devido à febre maculosa.
Portanto, a pessoa que teve contato com carrapato deve
procurar o serviço de saúde e informar o ocorrido.