Saúde promove ações educativas em área onde residia pessoa que morreu com suspeita de febre maculosa

06/01/2005

Denize Assis

Equipes da Secretaria de Saúde de Campinas promoveram na manhã desta quinta-feira, dia 6 de janeiro, busca ativa de suspeitos, ações educativas, identificação de animais e mapeamento de terrenos baldios em uma área na Cidade Universitária (Região Norte). No local residia o homem que morreu na última segunda, dia 3, com suspeita de febre maculosa e de outras doenças (leptospirose, dengue, hantavirose e febre amarela).

O trabalho tinha como objetivo encontrar outras pessoas doentes, fazer o reconhecimento sanitário e ambiental da localidade e articular o poder público para medidas de intervenção emergencial.

Os profissionais, que atuam na Vigilância em Saúde (Visa) Norte e no Centro de Saúde (CS) de Barão Geraldo, visitaram 51 imóveis. "Neste primeiro momento, não foram encontrados casos suspeitos de febre maculosa ou de outras doenças. No entanto, vamos repetir a busca ativa porque muitos imóveis estavam fechados", informa o biólogo Ovando Provatti, da Secretaria de Saúde.

Segundo Provatti, foram identificados terrenos baldios em mau estado de conservação com mato alto e muito lixo. "Estes casos serão informados à subprefeitura para que os proprietários sejam autuados", afirma. As equipes também detectaram carrapatos na vegetação e presença de animais silvestres, já que a área é cercada por vegetação e fica próxima a um córrego.

Para confirmar a causa da morte, a Vigilância em Saúde aguarda resultados de exames laboratoriais que estão sendo processados pelo Instituto Adolfo Lutz.

Saiba sobre a febre maculosa. É uma doença transmitida pelo carrapato-estrela, micuim, ou carrapato-de-cavalo que vive em roedores (capivaras, etc.) e outros animais silvestres, animais domésticos como cavalos, bovinos, cães e outros, principalmente nas proximidades das margem de lagos, rios, córregos, pastos, matas e parques. A febre maculosa tem tratamento e quanto antes for diagnosticada, mais rápida pode ser a cura. Não há vacinas eficazes contra a enfermidade.

Os sintomas são mal-estar geral acompanhado de febre alta repentina (39 a 40 graus), prostração, dores musculares, dor de cabeça, náuseas e vômitos. Podem aparecer manchas avermelhadas nos pulsos, tornozelos, palmas das mãos e na sola dos pés. No início, os sintomas parecem com os de uma gripe ou outra doença febril de pequeno risco, o que pode confundir o diagnóstico. Se não for tratada adequadamente, a doença evolui para um quadro de infecção generalizada com várias complicações, podendo em alguns casos chegar ao óbito.

Para se proteger, a pessoa deve evitar o contato com a vegetação e com animais em locais como gramado de parques, margens de lagos, rios e córregos. No entanto, se for necessário freqüentar estes locais é necessário usar calça comprida com a parte inferior introduzida no interior da meia, ou bota de cano alto e fita adesiva dupla face - que são recomendadas para fechar a porta de entrada e dificultar o acesso do carrapato diretamente na pele.

É recomendado uso roupas claras para visualização do carrapato. A pessoa deve examinar o corpo com atenção logo após sair destes locais. Se encontrar carrapato, deve retirá-lo com cuidado.

A Vigilância em Saúde informa que febre entre o 2º e 14º dia após o contato com carrapato pode ser devido à febre maculosa. Portanto, a pessoa que teve contato com carrapato deve procurar o serviço de saúde e informar o ocorrido.

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