Campinas inicia nova pesquisa sobre infestação do mosquito da dengue

17/01/2005

Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas iniciou nesta segunda-feira, dia 17 de janeiro, mais um levantamento sobre a infestação do mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus da dengue. O estudo, tecnicamente chamado de pesquisa de índice de breteau, aponta o número de criadouros com larvas encontrados a cada 100 residências. Esta é a primeira pesquisa de 2004. Os resultados do estudo são tomados como base para desencadear ações contra a doença. A pesquisa deve estar concluída em três semanas.

Além do breteau, a Secretaria de Saúde também considera, para o combate à dengue, áreas com casos confirmados da doença, locais com casos suspeitos e quantidades e tipos de criadouros encontrados em cada região. Também são levadas em conta as características geográficas de cada localidade.

Paralelamente à pesquisa do breteau, agentes comunitários de saúde, supervisores e agentes de controle ambiental prosseguem, esta semana, nas ruas das cinco regiões da cidade com atividades de combate aos focos do mosquito e ações de conscientização da população sobre os riscos da doença. Os trabalhos incluem colocação de telas em caixa d’água, recolhimento de pneus, busca ativa de casos suspeitos e verificação de pontos de risco para a proliferação do Aedes aegypti.

Além das ações em campo, a Secretaria de Saúde tem reforçado as orientações que já vinham sendo dadas para que os profissionais de saúde estejam atentos para os casos de febre acompanhada ou não de algum outro sintoma da dengue. "As equipes precisam estar sempre atentas para suspeitar, notificar e investigar os casos, proporcionar assistência adequada aos doentes e acompanhar a evolução de clínica de cada paciente", diz o médico sanitarista Vicente Pisani Neto, da Vigilância em Saúde de Campinas.

Pisani informa que, embora nos últimos dois anos Campinas tenha reduzido os casos dengue em mais de 90%, o problema ainda não acabou. O sanitarista afirma que, além do período de férias, quando o trânsito de pessoas é intensificado, a temporada de calor e chuvas, quando aumentam os riscos da doença, está aí. "Por isso, é fundamental prosseguir com o trabalho sério e bem planejado da Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com cidades vizinhas, órgãos do estado e sociedade".

Campinas tem registrado epidemias de dengue desde 1998. Este ano, a Vigilância em Saúde (Visa) já registrou três casos positivos da doença, todos na Região Sudoeste de Campinas. Dois deles, na abrangência do Centro de Saúde (CS) São Cristóvão, são importados. O outro, na área do CS Santa Lúcia, é autóctone – quando a pessoa é infectada no município onde mora. Em 2004, foram registrados 22 casos, sendo seis autóctones. No ano de 2003, foram 458, dos quais 383 autóctones.

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