Denize Assis
A Secretaria
de Saúde de Campinas iniciou nesta segunda-feira, dia 17 de
janeiro, mais um levantamento sobre a infestação do mosquito
Aedes aegypti, que transmite o vírus da dengue. O
estudo, tecnicamente chamado de pesquisa de índice de breteau,
aponta o número de criadouros com larvas encontrados a cada
100 residências. Esta é a primeira pesquisa de 2004. Os
resultados do estudo são tomados como base para desencadear ações
contra a doença. A pesquisa deve estar concluída em três
semanas.
Além do
breteau, a Secretaria de Saúde também considera, para o
combate à dengue, áreas com casos confirmados da doença,
locais com casos suspeitos e quantidades e tipos de criadouros
encontrados em cada região. Também são levadas em conta as
características geográficas de cada localidade.
Paralelamente
à pesquisa do breteau, agentes comunitários de saúde,
supervisores e agentes de controle ambiental prosseguem, esta
semana, nas ruas das cinco regiões da cidade com atividades
de combate aos focos do mosquito e ações de conscientização
da população sobre os riscos da doença. Os trabalhos
incluem colocação de telas em caixa d’água, recolhimento
de pneus, busca ativa de casos suspeitos e verificação de
pontos de risco para a proliferação do Aedes aegypti.
Além das ações
em campo, a Secretaria de Saúde tem reforçado as orientações
que já vinham sendo dadas para que os profissionais de saúde
estejam atentos para os casos de febre acompanhada ou não de
algum outro sintoma da dengue. "As equipes precisam estar
sempre atentas para suspeitar, notificar e investigar os
casos, proporcionar assistência adequada aos doentes e
acompanhar a evolução de clínica de cada paciente",
diz o médico sanitarista Vicente Pisani Neto, da Vigilância
em Saúde de Campinas.
Pisani
informa que, embora nos últimos dois anos Campinas tenha
reduzido os casos dengue em mais de 90%, o problema ainda não
acabou. O sanitarista afirma que, além do período de férias,
quando o trânsito de pessoas é intensificado, a temporada de
calor e chuvas, quando aumentam os riscos da doença, está aí.
"Por isso, é fundamental prosseguir com o trabalho sério
e bem planejado da Secretaria Municipal de Saúde, em parceria
com cidades vizinhas, órgãos do estado e sociedade".
Campinas tem
registrado epidemias de dengue desde 1998. Este ano, a Vigilância
em Saúde (Visa) já registrou três casos positivos da doença,
todos na Região Sudoeste de Campinas. Dois deles, na abrangência
do Centro de Saúde (CS) São Cristóvão, são importados. O
outro, na área do CS Santa Lúcia, é autóctone – quando a
pessoa é infectada no município onde mora. Em 2004, foram
registrados 22 casos, sendo seis autóctones. No ano de 2003,
foram 458, dos quais 383 autóctones.