Com mais dois casos confirmados, Campinas reforça combate a dengue

24/01/2005

Prefeitura desencadeou bloqueio para evitar novos casos
e intensificou trabalho de conscientização das comunidades atingidas

Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou nesta segunda-feira, dia 24 de janeiro, mais dois casos de dengue, um autóctone – quando a transmissão se dá no município de residência – e outro importado. O caso autóctone é do Jardim Planalto de Viracopos, na Região Sudoeste, e o importado é do Jardim Novo Campos Elíseos, Região Noroeste. Com isto, este ano já são cinco as notificações da doença na cidade, quatro delas na Sudoeste. Todos os pacientes foram tratados e acompanhados e passam bem.

Imediatamente após as notificações, a Secretaria de Saúde mobilizou suas equipes para os trabalhos de busca ativa de outros casos suspeitos da doença e de orientação das famílias sobre sinais da doença e maneiras de combater os focos do mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus da dengue.

Em 2004, Campinas registrou 22 casos de dengue, dos quais 16 importados e seis autóctones. Todas as ocorrências foram registradas entre janeiro e maio. Os sintomas iniciais da doença são febre, dor de cabeça e no corpo e fraqueza. Também podem surgir manchas na pele. Ao apresentar algum destes sinais, a pessoa deve procurar rapidamente o Centro de Saúde.

Remoção. Na sexta-feira, dia 21, a Prefeitura de Campinas mobilizou profissionais das secretaria municipais de Saúde e de Serviços Públicos numa operação de combate à dengue que resultou na remoção120 pneus da cooperativa de reciclagem do Washington no Jardim São José, Região Sul de Campinas. O material foi levado para o Departamento de Limpeza urbana (DLU) e terá destinação adequada.

"Estabelecimentos que trabalham com reciclagem, ferros-velhos e borracharias são considerados pontos de alto risco para a proliferação do mosquito Aedes aegypti e requerem atenção especial tanto de seus proprietários como dos órgãos de saúde pública", afirma a médica veterinária Jeanette Trigo Nasser, que coordena as ações de combate à dengue na Secretaria de Saúde de Campinas.

Jeanette informa que nesta época do ano, quando chove e faz calor, os riscos da dengue são maiores e, por isso, é necessário todo cuidado com qualquer recipiente ou material que possa acumular água. A indicação de remover e dispor pneus de maneira adequada vale para todos, segundo a veterinária. "Estacionamentos e condomínios que usam pneus como proteção dos carros contra batidas devem mantê-los furados para evitar acúmulo de água", diz.

De acordo com Jeanette, lajes e calhas também merecem atenção especial nesta época de muitas chuvas porque podem ocorrer entupimentos e a água acumulada vai favorecer a proliferação do mosquito. A veterinária explica que a dengue não é transmitida de pessoa para pessoa. Seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti que, após um período de 8 a 14 dias depois de picar alguém contaminado, pode transportar o vírus da dengue durante toda sua vida.

Jeanette informa que o ciclo de transmissão ocorre quando a fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana. Após este período, transformam-se em mosquitos adultos, prontos para picar as pessoas. O mosquito adulto vive em média 45 dias.

A transmissão da doença raramente ocorre em temperaturas abaixo de 16 graus Celsius, sendo que a mais propícia gira em torno de 30 a 32 graus. A fêmea coloca seus ovos em condições adequadas (lugar quente e úmido) e em 48 horas o embrião se desenvolve. "É importante lembrar que os ovos que carregam este embrião podem suportar até um ano a seca e serem transportados por longas distâncias, grudados nas bordas dos recipientes. Essa é uma das razões para a difícil erradicação do mosquito", diz.

Volta ao índice de notícias