Secretaria de Saúde alerta para risco de leptospirose

02/01/2006

Preocupada com o risco da leptospirose, que aumenta com as chuvas freqüentes que ocorrem nesta época do ano, a Secretaria de Saúde de Campinas quer sensibilizar suas equipes para que estejam alertas para os sintomas e façam o diagnóstico e tratamento precoces da doença. O objetivo é evitar as complicações e mortes.

A doença é infecciosa, grave e é causada por uma bactéria chamada leptospira, presente na urina de roedores como o rato. "Em situações de enchentes e inundações, a urina destes animais, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama, elevando o risco do contato humano com a bactéria", afirma o médico sanitarista André Ricardo Ribas de Freitas, da Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas.

Segundo André, a leptospirose ocorre durante o ano todo, porém sua maior incidência se dá nos meses de verão. "O homem, ao entrar em contato com lama ou com a água contaminadas, pode infectar-se através da pele ou mucosas", diz. O sanitarista afirma ainda que a infecção também pode se dar por meio da ingestão de alimentos e da água de beber contaminados.

Por isso, além do alerta aos profissionais de saúde, a Secretaria de Saúde orienta que, ao apresentar sintomas, principalmente se tiver passado por alguma situação de risco como ter entrado em contato com enchente ou alagamento ou com água de rio, a pessoa deve procurar rapidamente o Centro de Saúde ou o Pronto-Socorro e informar ao médico se houve contato com água ou lama de enchente.

Os principais sintomas da doença são febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (em especial, na batata da perna) e calafrios, que aparecem, em média, de um a 28 dias após a contaminação.

André informa, ainda, que o trabalho de sensibilização das equipes de saúde e de conscientização da população atende a diretriz do plano emergencial de ação para o verão 2005/2006 de prevenção e controle de febre maculosa, dengue e leptospirose.

Cuidados. Segundo a Vigilância em Saúde de Campinas, além do trabalho da Prefeitura, o apoio e conscientização da população são fundamentais na prevenção da leptospirose. São atitudes que vêm sendo difundidas entre a comunidade pelas equipes de saúde como eliminar os ratos e evitar sua multiplicação, mantendo o meio ambiente o mais limpo possível.

O lixo doméstico deve ser armazenado em recipientes bem fechados, fora de casa e em local alto, pouco antes do caminhão de coleta passar. Outra orientação é jamais jogá-lo em córrego, bueiros ou na rua.

Buracos entre telhas, paredes e rodapés devem ser vedados. Quintais, terrenos vagos e ruas devem ser mantidos limpos e os córregos sem entulhos e outros objetos. À noite, objetos de animais domésticos devem ser lavados e guardados. Terrenos baldios devem ser limpos, murados e livres de lixo.

A caixa d'água precisa ser mantida limpa e tampada e os canos com aparas que impeçam a subida dos ratos ao reservatório. O contato direto com as águas ou com a lama que sobrar das enchentes deve ser evitado sempre. Chão, paredes, objetos caseiros e roupas atingidas pela enchente devem ser lavados com sabão e água sanitária (1 copo de água sanitária para 1 balde de 20 litros de água). Todos os alimentos e remédios atingidos pela inundação devem ser descartados. Se a caixa d'água foi invadida, evitar o uso desta água antes da desinfecção do reservatório.

Em Campinas, em 2005, foram confirmados 31 casos de leptospirose, sem óbitos, sendo 19 ocorrências entre janeiro e maio, 11 delas em fevereiro. Em 2004, foram 18 casos, sendo 14 deles no período de janeiro a maio, oito em março, também sem registro de mortes. A maior parte dos registros (60%) refere-se a homens com idade entre 20 e 49 anos.

Denize Assis

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