Preocupada
com o risco da leptospirose, que aumenta com as chuvas
freqüentes que ocorrem nesta época do ano, a
Secretaria de Saúde de Campinas quer sensibilizar
suas equipes para que estejam alertas para os sintomas
e façam o diagnóstico e tratamento precoces da doença.
O objetivo é evitar as complicações e mortes.
A
doença é infecciosa, grave e é causada por uma bactéria
chamada leptospira, presente na urina de roedores como
o rato. "Em situações de enchentes e inundações,
a urina destes animais, presente em esgotos e bueiros,
mistura-se à enxurrada e à lama, elevando o risco do
contato humano com a bactéria", afirma o médico
sanitarista André Ricardo Ribas de Freitas, da Vigilância
em Saúde (Visa) de Campinas.
Segundo
André, a leptospirose ocorre durante o ano todo, porém
sua maior incidência se dá nos meses de
verão. "O homem, ao entrar em contato com lama
ou com a água contaminadas, pode infectar-se através
da pele ou mucosas", diz. O sanitarista afirma
ainda que a infecção também pode se dar por meio da
ingestão de alimentos e da água de beber
contaminados.
Por
isso, além do alerta aos profissionais de saúde, a
Secretaria de Saúde orienta que, ao apresentar
sintomas, principalmente se tiver passado por alguma
situação de risco como ter entrado em contato com
enchente ou alagamento ou com água de rio, a pessoa
deve procurar rapidamente o Centro de Saúde ou o
Pronto-Socorro e informar ao médico se houve contato
com água ou lama de enchente.
Os
principais sintomas da doença são febre, dor de cabeça,
fraqueza, dores no corpo (em especial, na batata da
perna) e calafrios, que aparecem, em média, de um a
28 dias após a contaminação.
André
informa, ainda, que o trabalho de sensibilização das
equipes de saúde e de conscientização da população
atende a diretriz do plano emergencial de ação para
o verão 2005/2006 de prevenção e controle de febre
maculosa, dengue e leptospirose.
Cuidados.
Segundo a Vigilância em Saúde de Campinas, além do
trabalho da Prefeitura, o apoio e conscientização da
população são fundamentais na prevenção da
leptospirose. São atitudes que vêm sendo difundidas
entre a comunidade pelas equipes de saúde como
eliminar os ratos e evitar sua multiplicação,
mantendo o meio ambiente o mais limpo possível.
O
lixo doméstico deve ser armazenado em recipientes bem
fechados, fora de casa e em local alto, pouco antes do
caminhão de coleta passar. Outra orientação é
jamais jogá-lo em córrego, bueiros ou na rua.
Buracos
entre telhas, paredes e rodapés devem ser vedados.
Quintais, terrenos vagos e ruas devem ser mantidos
limpos e os córregos sem entulhos e outros objetos.
À noite, objetos de animais domésticos devem ser
lavados e guardados. Terrenos baldios devem ser
limpos, murados e livres de lixo.
A
caixa d'água precisa ser mantida limpa e tampada e os
canos com aparas que impeçam a subida dos ratos ao
reservatório. O contato direto com as águas ou com a
lama que sobrar das enchentes deve ser evitado sempre.
Chão, paredes, objetos caseiros e roupas atingidas
pela enchente devem ser lavados com sabão e água
sanitária (1 copo de água sanitária para 1 balde de
20 litros de água). Todos os alimentos e remédios
atingidos pela inundação devem ser descartados. Se a
caixa d'água foi invadida, evitar o uso desta água
antes da desinfecção do reservatório.
Em
Campinas, em 2005, foram confirmados 31 casos de
leptospirose, sem óbitos, sendo 19 ocorrências entre
janeiro e maio, 11 delas em fevereiro. Em 2004, foram
18 casos, sendo 14 deles no período de janeiro a
maio, oito em março, também sem registro de mortes.
A maior parte dos registros (60%) refere-se a homens
com idade entre 20 e 49 anos.
Denize
Assis