O
prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos, e os
secretários municipais de Saúde, Gilberto Selber, e
de Assuntos Jurídicos, Carlos Henrique Pinto, assinam
decreto, a ser publicado no Diário Oficial esta
semana, que estabelece o Plano Emergencial de Ação
para Prevenção de Zoonoses em complemento à Operação
Verão de 2005/2006 do Sistema Municipal de Defesa
Civil e Outros Órgãos da Administração Pública.
O
objetivo é a prevenção ampliada de febre maculosa,
com enfoque no controle de carrapatos e manejo de
capivaras e de outros animais urbanos de grande porte,
além da prevenção de dengue e leptospirose.
Para
viabilizar o plano será constituída uma comissão
municipal com participação do Gabinete do Prefeito e
das Secretarias Municipais de Saúde, Assuntos Jurídicos,
Educação, Infra-estrutura, Planejamento e Meio
Ambiente, Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública,
Departamento de Comunicação e órgãos afins.
O médico
sanitarista Carlos Eduardo Cantúsio Abrahão,
coordenador da Saúde Ambiental da Prefeitura, informa
que esta comissão intersetorial é fundamental para
garantir, como prevê o plano, ações contínuas e
integradas nos parques públicos, terrenos, praças,
áreas de proteção ambiental e áreas particulares.
As
medidas incluem limpeza urbana, limpeza de terrenos e
parques públicos, podas de mato e retiradas de folhiços,
arrastões e mutirões para retirada e/ou inviabilização
de criadouros, informação, educação em saúde e
comunicação e mobilização social, além da alocação
de recursos entre outras.
Ações.
Antecipando-se ao decreto, a comissão já se reuniu
nesta segunda-feira, dia 9, e formou dois subgrupos.
Um deles, constituído por representantes dos
Departamentos de Saúde, Meio Ambiente e de Parques e
Jardins, vai realizar o diagnóstico e os projetos de
intervenção nas áreas e parques públicos com
problema para febre maculosa.
O
outro, formado por técnicos das Administrações
Regionais (ARs) e Cofit, Departamento de Limpeza
Urbana e da secretaria de Saúde, vai atuar para
mapear, em cada região, áreas de maior risco para
dengue e leptospirose e apontar recursos materiais
necessários para a intervenção.
A
reunião de hoje foi aberta pelo prefeito Hélio de
Oliveira Santos e contou com a presença do secretário
municipal de Saúde, Gilberto Selber. O prefeito
ressaltou a importância da publicação do decreto
para nortear as ações e sugeriu a coordenação
operacional para o plano. A próxima reunião acontece
no dia 19 de janeiro.
Saiba
sobre as zoonoses.
As zoonoses são doenças que podem ser transmitidas
para o homem pelos animais. No Plano Emergencial de Ação
para Prevenção de Zoonoses, estão especificadas ações
para febre maculosa, dengue e leptospirose porque
estes são agravos que apresentam mecanismos
ambientais correlatos de controle.
Febre
maculosa.
A febre maculosa brasileira (FMB) é uma doença
infecciosa febril aguda causada por uma bactéria do gênero
Rickettsia. Os principais reservatórios das Rickettsias
são os carrapatos da espécie Amblyomma cajennense,
popularmente conhecidos como ‘carrapato-estrela’.
Alguns
dos principais sintomas da doença são febre, dores
de cabeça e no corpo e mal-estar generalizado, entre
outros. Nos estágios mais graves, a pessoa apresenta
manchas avermelhadas na pele. Quando diagnosticada
precocemente, o tratamento da febre maculosa, feito
com antibióticos, é altamente eficaz e garante a
cura do paciente. Campinas notificou o primeiro caso
da doença em 1995 e, desde então, foram confirmados
25 casos, com 6 óbitos.
Dengue.
A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus
de evolução benigna, na maioria dos casos, e seu
principal vetor é o mosquito Aedes aegypti,
que se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais.
Existem duas formas de dengue: a clássica e a hemorrágica.
A dengue clássica apresenta-se geralmente com febre,
dor de cabeça, no corpo, nas articulações e por trás
dos olhos, podendo afetar crianças e adultos. A
dengue hemorrágica é a forma mais severa da doença,
pois além dos sintomas citados, é possível ocorrer
sangramento, ocasionalmente choque e conseqüências
como a morte.
Em
2005, foram notificados 115 casos de dengue em
Campinas, sendo 94 autóctones – quando a pessoa é
infectada onde mora. O município registra transmissão
do vírus da dengue há nove anos consecutivos, com
picos epidêmicos em 1998, 2001, 2002 e 2003, sendo
que o maior número de casos – 1,4 mil casos - foi
registrado em 2002. Em 2003, houve 450 confirmações
e, no ano passado, 24.
Leptospirose.
A leptospirose é causada pela bactéria leptospira,
transmitida ao homem principalmente pela urina do
rato. A bactéria é eliminada no meio ambiente e pode
sobreviver em locais úmidos, como lama, água e
margens de córregos. A doença - para a qual é
esperada uma letalidade entre 9% e 20%, conforme a
gravidade do caso e as condições de assistência -
é considerada como importante problema de saúde pública.
A
leptospirose também apresenta sintomas comuns aos da
febre maculosa e dengue, como febre e dores no corpo e
dor de cabeça. Além disso, podem ocorrer dor na
panturrilha (barriga da perna) ou, nas formas mais
graves, o paciente pode apresentar, além do quadro já
descrito, icterícia (coloração amarelada da pele),
calafrios, diminuição da urina, fraqueza e
hemorragias na pele e olhos. Em 2005, foram
confirmados 31 casos de leptospirose em Campinas. Não
houve óbitos.
Denize
Assis