A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou esta
semana o primeiro caso de dengue em 2006 e
imediatamente desencadeou uma megaoperação com as
medidas de controle e prevenção indicadas para
diminuir o risco de novas ocorrências oriundas
deste registro. Trata-se de um paciente residente no
Jardim Novo Campos Elíseos, na divisa entre as regiões
Noroeste e Sudoeste, que está devidamente assistida
e passa bem.
O caso está classificado como autóctone, o que
significa que a pessoa foi infectada no próprio
município. A Vigilância em Saúde não registrava
casos autóctones de dengue há seis meses. Em 2005,
foram confirmados 115 casos de dengue em Campinas.
A megaoperação inclui ações de vigilância
epidemiológica com busca outros casos com sintomas
e encaminhamento para assistência no Centro de Saúde,
combate ao vetor – o Aedes aegypti – com
inviabilização de criadouros, e atividades de
educação em saúde, comunicação e mobilização
social com orientação da população.
De acordo com a Vigilância em Saúde (Visa)
Municipal, a ocorrência aponta que vírus o da
dengue está em circulação na cidade e, por isso,
é necessário que as autoridades sanitárias
estejam alertas. A Secretaria Municipal de Saúde já
estava atenta para a possível ocorrência de casos
autóctones na cidade neste verão.
"Os meses de chuva e calor são mais propícios
à proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Também consideramos o grande fluxo e circulação
de pessoas no período das festas de final de ano e
das férias e o fato de a cidade receber neste início
de ano estudantes de todas as regiões do País",
afirma a médica sanitarista Naoko da Silveira, da
Visa. A sanitarista reforça que todas as medidas de
controle e prevenção para diminuir o risco de
novos casos já foram desencadeadas.
A Vigilância orienta aos profissionais de saúde
do município para que estejam atentos a pessoas com
febre a esclarecer acompanhada ou não de outro
sintoma como dor de cabeça, dor no corpo, mal-estar
e exantema (manchas vermelhas na pele). "É
necessário que os profissionais pensem em dengue,
suspeitem, investiguem e notifiquem imediatamente os
casos para que a Vigilância possa ser ágil para
desencadear todas as medidas ambientais e sanitárias
necessárias para evitar a ocorrência de
surtos", afirma.
O médico sanitarista André Ribas de Freitas, da
Vigilância em Saúde, reitera também as orientações
que já vinham sendo dadas sobre a possibilidade da
ocorrência de casos graves e da forma hemorrágica
da dengue. Todos os serviços de saúde da rede pública
e privada devem estar atentos para fazer diagnóstico
precoce da doença e, assim, proporcionar assistência
adequada aos doentes. Além disso, a evolução clínica
de cada paciente deve ser acompanhada.
"Somente desta maneira é possível detectar
rapidamente formas mais graves e intervir no
tratamento. Todos os casos devem ser notificados e,
as formas graves, imediatamente informadas",
afirma André.
O sanitarista alerta que, além da Prefeitura,
que pode desencadear as medidas de controle e prevenção
com ações para promover a limpeza urbana, a população
tem que ter consciência da importância de manter
atitudes para o controle do mosquito como não
deixar água acumulada em pneus e outros objetos que
podem servir de criadouro para o mosquito.
"É fundamental a participação de todos os
setores da sociedade nas medidas de combate ao Aedes
aegypti. A expansão da epidemia está
diretamente relacionada às ações de controle,
principalmente as de eliminação de
criadouros", afirma André.
O sanitarista informa que trabalho de
controle da doença segue diretriz do Plano Verão
Campinas que inclui medidas para prevenção de
dengue, leptospirose e febre maculosa.
Denize assis