Saúde confirma primeiro caso de dengue e intensifica ofensiva contra Aedes aegypti

10/01/2006

A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou esta semana o primeiro caso de dengue em 2006 e imediatamente desencadeou uma megaoperação com as medidas de controle e prevenção indicadas para diminuir o risco de novas ocorrências oriundas deste registro. Trata-se de um paciente residente no Jardim Novo Campos Elíseos, na divisa entre as regiões Noroeste e Sudoeste, que está devidamente assistida e passa bem.

O caso está classificado como autóctone, o que significa que a pessoa foi infectada no próprio município. A Vigilância em Saúde não registrava casos autóctones de dengue há seis meses. Em 2005, foram confirmados 115 casos de dengue em Campinas.

A megaoperação inclui ações de vigilância epidemiológica com busca outros casos com sintomas e encaminhamento para assistência no Centro de Saúde, combate ao vetor – o Aedes aegypti – com inviabilização de criadouros, e atividades de educação em saúde, comunicação e mobilização social com orientação da população.

De acordo com a Vigilância em Saúde (Visa) Municipal, a ocorrência aponta que vírus o da dengue está em circulação na cidade e, por isso, é necessário que as autoridades sanitárias estejam alertas. A Secretaria Municipal de Saúde já estava atenta para a possível ocorrência de casos autóctones na cidade neste verão.

"Os meses de chuva e calor são mais propícios à proliferação do mosquito Aedes aegypti. Também consideramos o grande fluxo e circulação de pessoas no período das festas de final de ano e das férias e o fato de a cidade receber neste início de ano estudantes de todas as regiões do País", afirma a médica sanitarista Naoko da Silveira, da Visa. A sanitarista reforça que todas as medidas de controle e prevenção para diminuir o risco de novos casos já foram desencadeadas.

A Vigilância orienta aos profissionais de saúde do município para que estejam atentos a pessoas com febre a esclarecer acompanhada ou não de outro sintoma como dor de cabeça, dor no corpo, mal-estar e exantema (manchas vermelhas na pele). "É necessário que os profissionais pensem em dengue, suspeitem, investiguem e notifiquem imediatamente os casos para que a Vigilância possa ser ágil para desencadear todas as medidas ambientais e sanitárias necessárias para evitar a ocorrência de surtos", afirma.

O médico sanitarista André Ribas de Freitas, da Vigilância em Saúde, reitera também as orientações que já vinham sendo dadas sobre a possibilidade da ocorrência de casos graves e da forma hemorrágica da dengue. Todos os serviços de saúde da rede pública e privada devem estar atentos para fazer diagnóstico precoce da doença e, assim, proporcionar assistência adequada aos doentes. Além disso, a evolução clínica de cada paciente deve ser acompanhada.

"Somente desta maneira é possível detectar rapidamente formas mais graves e intervir no tratamento. Todos os casos devem ser notificados e, as formas graves, imediatamente informadas", afirma André.

O sanitarista alerta que, além da Prefeitura, que pode desencadear as medidas de controle e prevenção com ações para promover a limpeza urbana, a população tem que ter consciência da importância de manter atitudes para o controle do mosquito como não deixar água acumulada em pneus e outros objetos que podem servir de criadouro para o mosquito.

"É fundamental a participação de todos os setores da sociedade nas medidas de combate ao Aedes aegypti. A expansão da epidemia está diretamente relacionada às ações de controle, principalmente as de eliminação de criadouros", afirma André.

O sanitarista informa que trabalho de controle da doença segue diretriz do Plano Verão Campinas que inclui medidas para prevenção de dengue, leptospirose e febre maculosa.

Denize assis

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