A constatação é parte de uma análise preliminar
realizada com dados para comparação da procura pelos
testes antes e depois da campanha e estão sendo
divulgados pela
Secretaria Municipal de Saúde
(SMS) de Campinas, através de seu Programa Municipal
de DST/Aids.
Segundo a coordenadora do Centro de Saúde, Adriana
de Freitas Almeida, trata-se de uma primeira
avaliação com relação aos dados sobre a campanha de
incentivo ao teste realizada ano passado.
De acordo com a análise, que tomou como base 74 dias
de setembro a novembro e 78 dias do período de
janeiro a agosto, foram realizados 97 testes no
período da campanha (setembro a novembro), contra 27
antes, da média histórica passada.
"Comparamos o período da campanha, que é menor, com
um bem maior, que é antes da campanha e a quantidade
de testes é três vezes maior enquanto estivemos
realizando a campanha", afirma a coordenadora do
Centro de Saúde.
O diagnóstico precoce é importante para o tratamento
que garante a qualidade de vida da pessoa que tem o
hiv e pode fazer a diferença na gravidez. Mães que vivem
com hiv/aids podem aumentar suas chances de terem
filhos sem o vírus, se orientadas corretamente e
seguirem o tratamento durante o pré-natal, parto e
puerpério e proteção ao bebê.
Mulheres
Aumentar a realização de testes de aids e doenças
sexualmente transmissíveis entre as mulheres no
município foi uma meta estabelecida no Plano de
Ações e Metas (PAM) do Programa de DST/Aids de
Campinas vigente em 2006.
De acordo com dados divulgados no dia 30 de novembro
pela Secretaria Municipal de Saúde, Campinas tem
4.763 casos de aids notificados no município desde a
década de 80.
A epidemia se apresenta estável na cidade, com
declínio para algumas categorias - como usuários de
drogas injetáveis. A letalidade é bastante reduzida
no município, e está atualmente em 7%.
Estimativas da Coordenação do Centro de Referência
do PM-DST/Aids de Campinas, com base em projeções do
Ministério da Saúde e da Organização Mundial da
Saúde (OMS) indicam que em Campinas aproximadamente
2.000 pessoas vivem com o vírus hiv e não sabem.
Deste contingente, estima-se que pelo menos um terço
sejam mulheres. Uma das formas de fortalecer as
ações de prevenção à aids e outras doenças
sexualmente transmissíveis, junto à população é
incentivar a realização do teste de hiv de maneira
precoce, principalmente entre as mulheres.
Heterossexuais
Dados epidemiológicos da Secretaria de Saúde mostram
que, na década de 80, início da epidemia de aids na
cidade, a síndrome era majoritariamente masculina.
Uma relação de 40 casos de aids entre homens para
cada caso entre mulheres chegou ser registrada nos
anos 80.
Segundo o Programa DST/Aids, no entanto, essa
relação mudou e hoje a principal forma de
transmissão do hiv está nas relações sexuais
desprotegidas (sem uso de camisinha) entre homens e
mulheres heterossexuais, ou seja, homens que
relacionam-se com mulheres e mulheres que se
relacionam com homens.
E a relação desproporcional de casos verificados
majoritariamente entre homens, nas décadas passadas,
não é mais realidade. O maior avanço da epidemia,
segundo o
Boletim Epidemiológico
da Secretaria de Saúde, está entre as mulheres, o
que inclui tanto as mulheres solteiras como casadas.
A relação é praticamente de um caso de aids em homem
para cada caso em mulher.
Centros de Saúde
A primeira unidade executar projeto descentralizado
com vinculação de recursos financeiros do Plano de
Ações e Metas do Programa DST/Aids de Campinas foi o
Centro de Saúde do Jardim Itatinga, escolhido
durante a elaboração do Plano, em 2005.
Segundo a coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids
de Campinas, Maria Cistina Ilario, o objetivo é que
a população tenha cada vez mais fácil o acesso ao
teste e demais informações para proteger-se das
doenças sexualmente transmissíveis e do hiv/aids.