Centro de Saúde do Parque Itajaí avalia aumento na procura pelos testes de hiv e sífilis durante campanha de incentivo ao diagnóstico precoce

08/01/2007

Ações foram desenvolvidas com apoio e matriciamento do
Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e Aids de Campinas

A procura pelo teste de hiv e sífilis, que são oferecidos gratuitamente através do Sistema Único de Saúde (SUS), triplicou na área cuja população é atendida pelo Centro de Saúde (CS) do Parque Itajaí , na região Noroeste de Campinas, de setembro a novembro de 2006.

A constatação é parte de uma análise preliminar realizada com dados para comparação da procura pelos testes antes e depois da campanha e estão sendo divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Campinas, através de seu Programa Municipal de DST/Aids.

Segundo a coordenadora do Centro de Saúde, Adriana de Freitas Almeida, trata-se de uma primeira avaliação com relação aos dados sobre a campanha de incentivo ao teste realizada ano passado.

De acordo com a análise, que tomou como base 74 dias de setembro a novembro e 78 dias do período de janeiro a agosto, foram realizados 97 testes no período da campanha (setembro a novembro), contra 27 antes, da média histórica passada.

"Comparamos o período da campanha, que é menor, com um bem maior, que é antes da campanha e a quantidade de testes é três vezes maior enquanto estivemos realizando a campanha", afirma a coordenadora do Centro de Saúde.

O diagnóstico precoce é importante para o tratamento que garante a qualidade de vida da pessoa que tem o hiv e pode fazer a diferença na gravidez. Mães que vivem com hiv/aids podem aumentar suas chances de terem filhos sem o vírus, se orientadas corretamente e seguirem o tratamento durante o pré-natal, parto e puerpério e proteção ao bebê.

Mulheres

Aumentar a realização de testes de aids e doenças sexualmente transmissíveis entre as mulheres no município foi uma meta estabelecida no Plano de Ações e Metas (PAM) do Programa de DST/Aids de Campinas vigente em 2006.

De acordo com dados divulgados no dia 30 de novembro pela Secretaria Municipal de Saúde, Campinas tem 4.763 casos de aids notificados no município desde a década de 80.

A epidemia se apresenta estável na cidade, com declínio para algumas categorias - como usuários de drogas injetáveis. A letalidade é bastante reduzida no município, e está atualmente em 7%.

Estimativas da Coordenação do Centro de Referência do PM-DST/Aids de Campinas, com base em projeções do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que em Campinas aproximadamente 2.000 pessoas vivem com o vírus hiv e não sabem.

Deste contingente, estima-se que pelo menos um terço sejam mulheres. Uma das formas de fortalecer as ações de prevenção à aids e outras doenças sexualmente transmissíveis, junto à população é incentivar a realização do teste de hiv de maneira precoce, principalmente entre as mulheres.

Heterossexuais

Dados epidemiológicos da Secretaria de Saúde mostram que, na década de 80, início da epidemia de aids na cidade, a síndrome era majoritariamente masculina. Uma relação de 40 casos de aids entre homens para cada caso entre mulheres chegou ser registrada nos anos 80.

Segundo o Programa DST/Aids, no entanto, essa relação mudou e hoje a principal forma de transmissão do hiv está nas relações sexuais desprotegidas (sem uso de camisinha) entre homens e mulheres heterossexuais, ou seja, homens que relacionam-se com mulheres e mulheres que se relacionam com homens.

E a relação desproporcional de casos verificados majoritariamente entre homens, nas décadas passadas, não é mais realidade. O maior avanço da epidemia, segundo o Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde, está entre as mulheres, o que inclui tanto as mulheres solteiras como casadas.

A relação é praticamente de um caso de aids em homem para cada caso em mulher.

Centros de Saúde

A primeira unidade executar projeto descentralizado com vinculação de recursos financeiros do Plano de Ações e Metas do Programa DST/Aids de Campinas foi o Centro de Saúde do Jardim Itatinga, escolhido durante a elaboração do Plano, em 2005.

Segundo a coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas, Maria Cistina Ilario, o objetivo é que a população tenha cada vez mais fácil o acesso ao teste e demais informações para proteger-se das doenças sexualmente transmissíveis e do hiv/aids.

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