Gatos do Bosque vão ser observados no CCZ

15/01/2007

A Prefeitura de Campinas, por meio de Secretaria Municipal de Saúde, informa que os gatos que vivem soltos no Bosque dos Jequitibás vão ser encaminhados para observação por 180 dias no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). As instalações do abrigo – ou gatil - estão sendo adaptadas para receber os felinos. O encaminhamento dos animais começa na quarta-feira, dia 17.

A administração do Bosque estima que 50 gatos vivam no Bosque. Eles vão ser sedados através da alimentação, estratégia que visa minimizar o estresse dos animais durante a remoção.

A decisão de observá-los no CCZ foi tomada com base em critérios técnicos e depois de ampla discussão com a comunidade representada pelo Conselho Municipal de Saúde e pelas entidades protetoras dos animais de Campinas.

A medida de isolamento e observação dos gatos do Bosque é necessária devido à possibilidade de contaminação por raiva, após a confirmação no início de janeiro de um caso da doença em morcego encontrado morto dentro do parque. Estes gatos podem ter tido contato com o morcego doente e passarem a ser potenciais transmissores do vírus da raiva para o homem e para outros animais.

“Nesse processo, a participação e cobrança da sociedade por meio das entidades protetoras de animais e do Conselho Municipal de Saúde foram fundamentais. O encaminhamento foi ótimo”, disse o secretário municipal de Saúde José Francisco Kerr Saraiva durante coletiva para a imprensa na tarde desta segunda-feira.

Segundo Saraiva, o trabalho também abriu caminho para futuras ações conjuntas entre as entidades protetoras dos animais e a Prefeitura, com objetivo de promover ações de educação em saúde relativa à posse responsável e ao bem-estar animal.

Durante a coletiva, Francisco Saraiva anunciou ainda que vai solicitar à Secretaria de Segurança Pública a intensificação dos trabalhos de vigilância da Guarda Municipal no Bosque dos Jequitibás como forma de coibir o abandono de animais na área. A instalação de câmeras na área também está sendo estudada.

O médico veterinário Antonio Carlos Coelho Figueiredo, coordenador do CCZ de Campinas, afirmou que o CCZ é o local mais adequado para receber os gatos. “O papel principal dos CCZs é justamente o de fazer a vigilância e controle de doenças que podem ser transmitidas dos animais para os homens – chamadas zoonoses”, disse.

Segundo Figueiredo, o CCZ de Campinas possui instalações adequadas, seguras, que respeitam as necessidades dos animais com relação a espaço e ventilação. Além disso, lá existem profissionais de saúde (médicos veterinários e biólogos) que podem acompanhar diariamente os animais e avaliar suas condições de saúde.

O CCZ Campinas passou por reforma e ampliação e suas novas instalações serão usadas neste gatil pela primeira vez.

Durante a coletiva, a enfermeira sanitarista Salma Rodrigues Balista, diretora da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) de Campinas, informou que as pessoas podem se sentir seguras porque todas as medidas para impedir a disseminação da doença já foram desencadeadas pela Prefeitura e terão continuidade.

Além da observação dos gatos, a Secretaria de Saúde em conjunto com a Administração do Bosque desencadearam ações de comunicação, educação em saúde e mobilização social no parque. Equipes começaram na semana passada a distribuir folhetos com informações para que os vistantes não mantenham contato com os gatos e não abandonem animais em áreas públicas. Faixas foram fixadas em vários locais com mensagens que reforçam que as pessoas não devem alimentar os gatos soltos no Bosque, informam sobre posse responsável e sobre a importância de que o abandono de animais seja denunciado.

A Prefeitura também iniciou hoje distribuição de carta aberta à comunidade com informações sobre o caso e os encaminhamentos. O material será entregue para ampla divulgação entre entidades médicas e representantes da sociedade civil.

Denize Assis

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