A Prefeitura de Campinas, por meio de Secretaria
Municipal de Saúde, informa que os gatos que vivem
soltos no Bosque dos Jequitibás vão ser encaminhados
para observação por 180 dias no Centro de Controle
de Zoonoses (CCZ). As instalações do abrigo – ou
gatil - estão sendo adaptadas para receber os
felinos. O encaminhamento dos animais começa na
quarta-feira, dia 17.
A administração do Bosque estima que 50 gatos vivam
no Bosque. Eles vão ser sedados através da
alimentação, estratégia que visa minimizar o
estresse dos animais durante a remoção.
A decisão de observá-los no CCZ foi tomada com base
em critérios técnicos e depois de ampla discussão
com a comunidade representada pelo Conselho
Municipal de Saúde e pelas entidades protetoras dos
animais de Campinas.
A medida de isolamento e observação dos gatos do
Bosque é necessária devido à possibilidade de
contaminação por raiva, após a confirmação no início
de janeiro de um caso da doença em morcego
encontrado morto dentro do parque. Estes gatos podem
ter tido contato com o morcego doente e passarem a
ser potenciais transmissores do vírus da raiva para
o homem e para outros animais.
“Nesse processo, a participação e cobrança da
sociedade por meio das entidades protetoras de
animais e do Conselho Municipal de Saúde foram
fundamentais. O encaminhamento foi ótimo”, disse o
secretário municipal de Saúde José Francisco Kerr
Saraiva durante coletiva para a imprensa na tarde
desta segunda-feira.
Segundo Saraiva, o trabalho também abriu caminho
para futuras ações conjuntas entre as entidades
protetoras dos animais e a Prefeitura, com objetivo
de promover ações de educação em saúde relativa à
posse responsável e ao bem-estar animal.
Durante a coletiva, Francisco Saraiva anunciou ainda
que vai solicitar à Secretaria de Segurança Pública
a intensificação dos trabalhos de vigilância da
Guarda Municipal no Bosque dos Jequitibás como forma
de coibir o abandono de animais na área. A
instalação de câmeras na área também está sendo
estudada.
O médico veterinário Antonio Carlos Coelho
Figueiredo, coordenador do CCZ de Campinas, afirmou
que o CCZ é o local mais adequado para receber os
gatos. “O papel principal dos CCZs é justamente o de
fazer a vigilância e controle de doenças que podem
ser transmitidas dos animais para os homens –
chamadas zoonoses”, disse.
Segundo Figueiredo, o CCZ de Campinas possui
instalações adequadas, seguras, que respeitam as
necessidades dos animais com relação a espaço e
ventilação. Além disso, lá existem profissionais de
saúde (médicos veterinários e biólogos) que podem
acompanhar diariamente os animais e avaliar suas
condições de saúde.
O CCZ Campinas passou por reforma e ampliação e suas
novas instalações serão usadas neste gatil pela
primeira vez.
Durante a coletiva, a enfermeira sanitarista Salma
Rodrigues Balista, diretora da Coordenadoria de
Vigilância em Saúde (Covisa) de Campinas, informou
que as pessoas podem se sentir seguras porque todas
as medidas para impedir a disseminação da doença já
foram desencadeadas pela Prefeitura e terão
continuidade.
Além da observação dos gatos, a Secretaria de Saúde
em conjunto com a Administração do Bosque
desencadearam ações de comunicação, educação em
saúde e mobilização social no parque.
Equipes começaram na semana passada a distribuir
folhetos com informações para que os vistantes não
mantenham contato com os gatos e não abandonem
animais em áreas públicas. Faixas foram fixadas em
vários locais com mensagens que reforçam que as
pessoas não devem alimentar os gatos soltos no
Bosque, informam sobre posse responsável e sobre a
importância de que o abandono de animais seja
denunciado.
A Prefeitura também iniciou hoje distribuição de
carta aberta à comunidade com informações sobre o
caso e os encaminhamentos. O material será entregue
para ampla divulgação entre entidades médicas e
representantes da sociedade civil.
Denize Assis