Medida tem como objetivo reduzir riscos da doença em
Campinas,
que vem sendo considerado devido ao surto
que atinge a Bahia e já contabiliza mais de 47 casos
confirmados
O Centro de Saúde de Sousas vacinou 421 pessoas
contra o sarampo na Vila Brandina, região leste de
Campinas, entre os dias 18 e 21 de janeiro. A
unidade vai prosseguir com a estratégia em outros
pontos na sua área de abrangência. Informações podem
ser obtidas pelo telefone 3258-1184.
A vacinação é uma das medidas de controle adotadas
pela Secretaria Municipal de Saúde para prevenir
casos da doença no município. O risco de transmissão
em Campinas, assim como em todos os municípios
brasileiros, está sendo considerado devido ao surto
que atinge a Bahia e já contabiliza mais de 47 casos
confirmados de sarampo.
A população alvo da vacinação na Vila Brandina são
adolescentes e em adultos nascidos a partir de 1960
sem comprovação de nenhuma dose. “Nesta comunidade
temos um fluxo grande de pessoas que chegam e partem
para a Bahia. Também vamos vacinar em outras datas e
em outros pontos de abrangência do centro de saúde
considerados como áreas de risco e com população
vulneráveis”, informa a enfermeira sanitarista Lúcia
de Fátima de Brito, coordenadora do CS Sousas.
Segundo a enfermeira sanitarista Salma Balista,
diretora da Coordenadoria de Vigilância em Saúde de
Campinas (Covisa), o surto de sarampo na Bahia se
constitui em situação de risco para o País por causa
do trânsito intenso de pessoas e pelo fato do
sarampo ser uma doença respiratória e de fácil
transmissibilidade. “Campinas especialmente possui
um fluxo intenso de pessoas para a Bahia seja por
motivo profissional, turismo ou outros. Também temos
que considerar a ocasião do carnaval. Neste caso,
nascidos a partir de 1960 sem comprovação de nenhuma
dose devem tomar a dose com 15 dias de
antecedência”, afirma. A vacina contra o sarampo
está disponível em todos os centros de saúde.
A Secretaria de Saúde também está com postos de
vacinação na Rodoviária de Campinas e no Ceasa. A
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
mantém um posto no Aeroporto de Viracopos. Em todos
os pontos as equipes aproveitam para distribuir
folhetos com informações sobre a importância da
vacina, características da doença e necessidade de
procurar um serviço de saúde no caso de sintomas.
Além da intensificação da vacinação em áreas de
risco e população vulneráveis, as equipes da
Secretaria de Saúde reforçaram a busca de crianças
que estão em atraso no calendário vacinal com a
vacina tríplice viral (contra sarampo, caxumba e
rubéola), com atenção especial para as de 1 ano de
idade, quando a pessoa deve receber a primeira dose.
Um documento técnico distribuído pela Secretaria de
Saúde orienta profissionais de saúde sobre a
necessidade de dispensar atenção especial para casos
suspeitos de doenças exantemáticas e de dengue -
doença que faz diagnóstico diferencial com sarampo e
rubéola -, principalmente quando há presença de
exantema, e realizar investigação clínica,
laboratorial e epidemiológica para averiguar
vacinação anterior, deslocamento, recebimento de
visitas, local de residência e outras situações de
exposição. Os casos suspeitos devem ser notificados
imediatamente e deve ser desencadeado bloqueio
vacinal, conforme indicação técnica.
A Secretaria de Saúde também tem informado em todas
as reuniões com profissionais de saúde a situação do
surto de sarampo na Bahia e os riscos de transmissão
em Campinas, além de orientar sobre as medidas de
controle a serem adotadas no município.
O sarampo é uma doença grave causada por vírus. Os
principais sintomas são febre alta, manchas
vermelhas pelo corpo (exantema), mal-estar geral,
coriza, conjuntivite e tosse com catarro. Nas fases
iniciais da doença, podem ser observados pequenos
pontos brancos, circulados por uma região vermelha,
localizados na parte interna das bochechas. A doença
pode ter complicações importantes.
Há mais de 30 anos a vacina contra o sarampo –
tríplice viral - está disponível na rede pública de
saúde do Brasil. A vacinação é uma das estratégias
adotadas pela Organização Mundial de Saúde para a
erradicação da doença. Em Campinas, o último caso
autóctone da doença foi notificado em 1.999. Em
1997, o Brasil enfrentou uma epidemia de sarampo com
mais de 53 mil casos e 61 mortes. O País não
registrava transmissão autóctone da doença desde o
ano de 2000.
Denize Assis