CS de Sousas vacinou mais de 420 contra o sarampo na Vila Brandina

24/01/2007

Medida tem como objetivo reduzir riscos da doença em Campinas,
que vem sendo considerado devido ao surto que atinge a Bahia e já contabiliza mais de 47 casos confirmados

O Centro de Saúde de Sousas vacinou 421 pessoas contra o sarampo na Vila Brandina, região leste de Campinas, entre os dias 18 e 21 de janeiro. A unidade vai prosseguir com a estratégia em outros pontos na sua área de abrangência. Informações podem ser obtidas pelo telefone 3258-1184.

A vacinação é uma das medidas de controle adotadas pela Secretaria Municipal de Saúde para prevenir casos da doença no município. O risco de transmissão em Campinas, assim como em todos os municípios brasileiros, está sendo considerado devido ao surto que atinge a Bahia e já contabiliza mais de 47 casos confirmados de sarampo.

A população alvo da vacinação na Vila Brandina são adolescentes e em adultos nascidos a partir de 1960 sem comprovação de nenhuma dose. “Nesta comunidade temos um fluxo grande de pessoas que chegam e partem para a Bahia. Também vamos vacinar em outras datas e em outros pontos de abrangência do centro de saúde considerados como áreas de risco e com população vulneráveis”, informa a enfermeira sanitarista Lúcia de Fátima de Brito, coordenadora do CS Sousas.

Segundo a enfermeira sanitarista Salma Balista, diretora da Coordenadoria de Vigilância em Saúde de Campinas (Covisa), o surto de sarampo na Bahia se constitui em situação de risco para o País por causa do trânsito intenso de pessoas e pelo fato do sarampo ser uma doença respiratória e de fácil transmissibilidade. “Campinas especialmente possui um fluxo intenso de pessoas para a Bahia seja por motivo profissional, turismo ou outros. Também temos que considerar a ocasião do carnaval. Neste caso, nascidos a partir de 1960 sem comprovação de nenhuma dose devem tomar a dose com 15 dias de antecedência”, afirma. A vacina contra o sarampo está disponível em todos os centros de saúde.

A Secretaria de Saúde também está com postos de vacinação na Rodoviária de Campinas e no Ceasa. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mantém um posto no Aeroporto de Viracopos. Em todos os pontos as equipes aproveitam para distribuir folhetos com informações sobre a importância da vacina, características da doença e necessidade de procurar um serviço de saúde no caso de sintomas.

Além da intensificação da vacinação em áreas de risco e população vulneráveis, as equipes da Secretaria de Saúde reforçaram a busca de crianças que estão em atraso no calendário vacinal com a vacina tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola), com atenção especial para as de 1 ano de idade, quando a pessoa deve receber a primeira dose.

Um documento técnico distribuído pela Secretaria de Saúde orienta profissionais de saúde sobre a necessidade de dispensar atenção especial para casos suspeitos de doenças exantemáticas e de dengue - doença que faz diagnóstico diferencial com sarampo e rubéola -, principalmente quando há presença de exantema, e realizar investigação clínica, laboratorial e epidemiológica para averiguar vacinação anterior, deslocamento, recebimento de visitas, local de residência e outras situações de exposição. Os casos suspeitos devem ser notificados imediatamente e deve ser desencadeado bloqueio vacinal, conforme indicação técnica.

A Secretaria de Saúde também tem informado em todas as reuniões com profissionais de saúde a situação do surto de sarampo na Bahia e os riscos de transmissão em Campinas, além de orientar sobre as medidas de controle a serem adotadas no município.

O sarampo é uma doença grave causada por vírus. Os principais sintomas são febre alta, manchas vermelhas pelo corpo (exantema), mal-estar geral, coriza, conjuntivite e tosse com catarro. Nas fases iniciais da doença, podem ser observados pequenos pontos brancos, circulados por uma região vermelha, localizados na parte interna das bochechas. A doença pode ter complicações importantes.

Há mais de 30 anos a vacina contra o sarampo – tríplice viral - está disponível na rede pública de saúde do Brasil. A vacinação é uma das estratégias adotadas pela Organização Mundial de Saúde para a erradicação da doença. Em Campinas, o último caso autóctone da doença foi notificado em 1.999. Em 1997, o Brasil enfrentou uma epidemia de sarampo com mais de 53 mil casos e 61 mortes. O País não registrava transmissão autóctone da doença desde o ano de 2000.

Denize Assis

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