Equipes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e do
Centro de Saúde da Vila 31 de Março desencadearam
promovem desde a última terça-feira, dia 23 de
janeiro, uma série de ações de educação em saúde,
comunicação e mobilização social em relação à raiva
animal no Parque Imperador, na região leste de
Campinas.
As atividades incluem orientação à população sobre a
doença e sobre como proceder ao encontrar morcego
caído vivo ou morto, informações quanto à
necessidade de manter animais domésticos vacinados e
de aderir às campanhas anuais de vacinação e às
ações de bloqueio de foco de raiva. Os trabalhos são
feitos de casa em casa, nas escolas e em outros
locais de grande concentração de pessoas.
Segundo o médico veterinário sanitarista Antonio
Carlos Coelho Figueiredo, coordenador do CCZ, o
trabalho teve início na terça-feira, imediatamente
após confirmação de um caso positivo de raiva em
morcego não hematófago. O animal foi encontrado
caído no quintal de uma residência no final de 2006.
A proprietária acionou o CCZ, que encaminhou o
exemplar para exames no Instituto Pasteur,
referência para a raiva. O resultado foi encaminhado
ao CCZ esta semana.
“A área do centro de saúde 31 de Março tem uma
cobertura vacinal contra a raiva muito boa, o que
nos tranqüiliza bastante frente a esta ocorrência.
Em outubro passado, durante a campanha de vacinação
em cães e gatos, vacinamos naquela comunidade 15% a
mais do que a expectativa”, afirma Figueiredo.
Figueiredo informa que como o animal foi encontrado
no ano passado, a notificação é computada para o ano
de 2006. Portanto, com mais esta ocorrência, são
oito os casos de raiva confirmados em morcego no ano
passado.
De acordo
com o coordenador é fundamental
promover a educação em saúde, utilizando todas as
formas possíveis de divulgar, entre a população,
informações sobre a raiva, cuidados a serem adotados
ao encontrar morcegos e o risco que este animal
representa na transmissão da doença.
Além disso, segundo o Figueiredo, é necessário
divulgar a importância de manter gatos e cães
vacinados, uma vez que, se estes animais não
estiverem protegidos, aumenta muito o risco de serem
registrados casos em animais e em humanos. A
transmissão ocorre quando o vírus da raiva existente
na saliva do animal infectado penetra no organismo,
através da pele ou mucosas, por mordedura,
arranhadura ou lambedura, mesmo não existindo
necessariamente agressão.
Portanto, a transmissão pode ocorrer diretamente do
morcego para o ser humano, do morcego para o animal
e do animal infectado para o homem. Segundo o
Instituto Pasteur, no Brasil, em espaços urbanos, o
principal transmissor da raiva para o homem é o cão,
seguido do gato. Em espaços rurais é o morcego.
A Secretaria de Saúde reforça que é importante que a
população se empenhe para vacinar os gatos. A ênfase
vale tanto para as ações de bloqueio como para as
campanhas de vacinação. Os gatos são caçadores
naturais, além de serem curiosos e brincalhões, por
isso estão mais sujeitos a terem contato com um
morcego doente, se infectarem e passarem a ser
transmissores da raiva para as pessoas e para outros
animais.
A raiva é uma doença que atinge todos os mamíferos,
inclusive o homem, e não tem cura. Em todos os
casos, sem exceção, a doença evolui para a morte.
Raiva no Bosque.
A Secretaria de Saúde prosseguiu nesta sexta-feira,
26 de janeiro, com a transferência dos gatos do
Bosque dos Jequitibás para o CCZ. Até o momento, o
centro acolheu 19 gatos de uma mesma colônia, que
fica perto da bica, e mais três de outro grupo, que
se mantém próximo ao museu. Todos os animais foram
cadastrados, fotografados, numerados e receberam a
primeira dose da vacina contra a raiva. A
transferência prossegue na segunda-feira, 29.
Os animais serão mantidos em observação no CCZ por
um período de 180 dias. A medida, preconizada pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) e Ministério da
Saúde, é necessária porque existe a possibilidade de
um ou mais gatos terem tido contato com um morcego
doente de raiva encontrado caído dentro do Bosque. O
ocorrência foi registrada no final de 2006.
Denize Assis