CCZ orienta população sobre raiva animal no Parque Imperador

26/01/2007

Equipes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e do Centro de Saúde da Vila 31 de Março desencadearam promovem desde a última terça-feira, dia 23 de janeiro, uma série de ações de educação em saúde, comunicação e mobilização social em relação à raiva animal no Parque Imperador, na região leste de Campinas.

As atividades incluem orientação à população sobre a doença e sobre como proceder ao encontrar morcego caído vivo ou morto, informações quanto à necessidade de manter animais domésticos vacinados e de aderir às campanhas anuais de vacinação e às ações de bloqueio de foco de raiva. Os trabalhos são feitos de casa em casa, nas escolas e em outros locais de grande concentração de pessoas.

Segundo o médico veterinário sanitarista Antonio Carlos Coelho Figueiredo, coordenador do CCZ, o trabalho teve início na terça-feira, imediatamente após confirmação de um caso positivo de raiva em morcego não hematófago. O animal foi encontrado caído no quintal de uma residência no final de 2006. A proprietária acionou o CCZ, que encaminhou o exemplar para exames no Instituto Pasteur, referência para a raiva. O resultado foi encaminhado ao CCZ esta semana.

“A área do centro de saúde 31 de Março tem uma cobertura vacinal contra a raiva muito boa, o que nos tranqüiliza bastante frente a esta ocorrência. Em outubro passado, durante a campanha de vacinação em cães e gatos, vacinamos naquela comunidade 15% a mais do que a expectativa”, afirma Figueiredo.

Figueiredo informa que como o animal foi encontrado no ano passado, a notificação é computada para o ano de 2006. Portanto, com mais esta ocorrência, são oito os casos de raiva confirmados em morcego no ano passado.

De acordo com o coordenador é fundamental promover a educação em saúde, utilizando todas as formas possíveis de divulgar, entre a população, informações sobre a raiva, cuidados a serem adotados ao encontrar morcegos e o risco que este animal representa na transmissão da doença.

Além disso, segundo o Figueiredo, é necessário divulgar a importância de manter gatos e cães vacinados, uma vez que, se estes animais não estiverem protegidos, aumenta muito o risco de serem registrados casos em animais e em humanos. A transmissão ocorre quando o vírus da raiva existente na saliva do animal infectado penetra no organismo, através da pele ou mucosas, por mordedura, arranhadura ou lambedura, mesmo não existindo necessariamente agressão.

Portanto, a transmissão pode ocorrer diretamente do morcego para o ser humano, do morcego para o animal e do animal infectado para o homem. Segundo o Instituto Pasteur, no Brasil, em espaços urbanos, o principal transmissor da raiva para o homem é o cão, seguido do gato. Em espaços rurais é o morcego.

A Secretaria de Saúde reforça que é importante que a população se empenhe para vacinar os gatos. A ênfase vale tanto para as ações de bloqueio como para as campanhas de vacinação. Os gatos são caçadores naturais, além de serem curiosos e brincalhões, por isso estão mais sujeitos a terem contato com um morcego doente, se infectarem e passarem a ser transmissores da raiva para as pessoas e para outros animais.

A raiva é uma doença que atinge todos os mamíferos, inclusive o homem, e não tem cura. Em todos os casos, sem exceção, a doença evolui para a morte.

Raiva no Bosque.

A Secretaria de Saúde prosseguiu nesta sexta-feira, 26 de janeiro, com a transferência dos gatos do Bosque dos Jequitibás para o CCZ. Até o momento, o centro acolheu 19 gatos de uma mesma colônia, que fica perto da bica, e mais três de outro grupo, que se mantém próximo ao museu. Todos os animais foram cadastrados, fotografados, numerados e receberam a primeira dose da vacina contra a raiva. A transferência prossegue na segunda-feira, 29.

Os animais serão mantidos em observação no CCZ por um período de 180 dias. A medida, preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Ministério da Saúde, é necessária porque existe a possibilidade de um ou mais gatos terem tido contato com um morcego doente de raiva encontrado caído dentro do Bosque. O ocorrência foi registrada no final de 2006.

Denize Assis

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