Saúde reforça necessidade de vacinação contra a febre amarela para viajantes

10/01/2008

Autor: Denize Assis

Diante da atual situação de alerta sobre a febre amarela no Brasil, a Secretaria de Saúde de Campinas reforçou nesta quinta-feira, dia 10 de janeiro, a necessidade da vacinação apenas para as pessoas que pretendem se deslocar para áreas de risco para a doença, em especial locais freqüentados por ecoturistas, uma vez que o vírus circula nas matas.

A dose deve ser tomada 10 dias antes da viagem porque esse é o tempo necessário para que o organismo humano adquira anticorpos para se defender do vírus amarílico. A vacina é eficaz, dura 10 anos e está disponível em 22 centros de saúde da cidade (para informações sobre os locais consulte telefone 156 ou endereço www.campinas.sp.gov.br/saude). No Brasil, as áreas de risco para a doença são: as regiões Norte e Centro-Oeste, Maranhão e Minas Gerais, além do sul do Piauí, oeste e sul da Bahia, norte do Espírito Santo, noroeste de São Paulo e o oeste dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Nessas regiões, a vacinação é feita de forma rotineira para todos os moradores.

A orientação sobre a vacinação será reforçada na rodoviária e junto às agências de turismo de Campinas, com o objetivo de alertar os viajantes.

A Secretaria de Saúde também divulgou informe técnico para toda a rede de saúde onde comunica sobre a atual situação epidemiológica da doença no País, que exige a intensificação das ações de controle já adotadas nas últimas décadas em Campinas e em todo estado de São Paulo: vigilância de casos suspeitos e necessidade de vacinação.

Segundo a Vigilância em Saúde de Campinas, que atua de forma articulada e integrada com a Secretaria de Estado da Saúde e Ministério da Saúde, com a situação no país, é fundamental a vacinação de pessoas que realmente estarão expostas ao risco, visando o melhor gerenciamento dos estoques de vacinas.

De acordo com a enfermeira sanitarista Filomena Vilela, diretora da Vigilância em Saúde de Campinas, as pessoas que foram vacinadas a partir de 1.999 não precisam de nova dose da vacina neste momento. “É desnecessário se vacinar se a carteira de vacinação estiver em dia”, afirmou.

Nos últimos dias tem havido uma procura grande pela vacina nos centros de saúde. Nestas quarta-feira e quinta-feira, unidades que costumam aplicar na sua rotina entre quatro e cinco doses por dia em períodos normais e até 12 em vésperas se feriados e férias passaram a vacinar entre 80 e 100 pessoas diariamente. No Centro de Saúde Eulina, foram vacinadas 142 somente hoje.

“A vacina está disponível o ano todo, mesmo porque a necessidade de vacinação de viajantes é permanente. Em épocas de férias, a Secretaria reforça a indicação. Ainda assim, é grande o número de pessoas que viajam e não foram vacinadas. É este público que temos que atingir. Quem for permanecer na cidade não precisa tomar. Não há transmissão da febre amarela em áreas urbanas desde 1942 no Brasil. Todos os casos registrados atualmente no País são de pessoas que contraíram a doença ao entrar nas matas”, reforça Filomena Vilela.

De acordo com dados apresentados em Brasília, entre 1996 e 2007, o Brasil registrou 349 casos de febre amarela silvestre, com 161 óbitos.

No ano passado, houve a notificação seis casos da doença no país, sendo dois no estado do Amazonas, dois em Goiás, um em Roraima e outro no Pará. Das pessoas que contraíram a doença, cinco pessoas morreram.

A Doença. A febre amarela é uma doença infecciosa, causada pelo vírus amarílico, que ataca o fígado e outros órgãos, podendo levar à morte. A transmissão ocorre, principalmente, em regiões de matas. No passado, também havia a ocorrência da febre amarela urbana, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue. Desde 1942 não há casos de febre amarela urbana no Brasil. Nas matas, a febre amarela ocorre em macacos e os principais transmissores são os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, que picam preferencialmente esses primatas. Esses mosquitos vivem também nas vegetações à beira dos rios e picam o homem quando ele entra na mata. Caso o indivíduo não esteja vacinado, ele corre o risco de contrair a doença.

A maior incidência da doença acontece nos meses de janeiro a abril, período das chuvas. Nessa época, há um aumento da quantidade do mosquito transmissor e, por coincidir com a época de férias, muitos ecoturistas não vacinados se deslocam para regiões de risco. As atividades agrícolas realizadas no período também podem levar um número maior de pessoas às áreas com risco de transmissão.

Portanto, a Secretaria de Saúde reforça que, se você vai viajar para alguma das áreas onde pode haver transmissão de febre amarela, tome a vacina em um centro de saúde e viaje tranqüilo.

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