Reunião discute situação da febre amarela no Brasil e suas repercussões em Campinas

21/01/2008

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas, representada pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), Vigilâncias em Saúde e Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), reuniu-se nesta sexta-feira, dia 18 de janeiro, com técnicos do Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE XVII); Superintendência do Controle de Endemias (Sucen); Núcleos de Vigilância Epidemiológica dos hospitais Dr. Mário Gatti, de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Celso Pierro da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (Puc-Campinas); e Departamento de Parques e Jardins para discutir a situação da febre amarela no Brasil e suas repercussões em Campinas.

O grupo reforçou a necessidade da intensificação da vacinação das pessoas que irão entrar em contato com matas, florestas ou cerrado nas áreas de risco. Também ressaltou que, neste momento, não há indicação de vacinação em massa e que 70% da população campineira já foi vacinada na campanha do ano 2000. Não há indicação de antecipação da dose, que vale por 10 anos, mesmo em casos de viagens às áreas de risco.

Outro ponto discutido foi que a vacina não está isenta de efeitos adversos, que são esperados para entre 5% e 10% das pessoas e podem cursar de formas leves, raramente podem ocorrer casos mais graves e até mesmo fatais.

Também foi informado na reunião que todos os casos suspeitos de febre amarela da cidade, inclusive de hospitais privados, devem ser discutidos com o plantão do BIP da Vigilância em Saúde Municipal, que ratificará a suspeita e definirá o encaminhamento do paciente. Os casos notificados como suspeitos serão discutidos com o GVE XVII e ações de controle serão tomadas em conjunto pela Vigilância Municipal, Sucen e GVE XVII. Os casos de reação adversa também deverão ser discutidos com o BIP da Vigilância em Saúde e terão conduta definida pela Vigilância em Saúde Municipal em parceria com a Unicamp.

Além disso, foram definidas diretrizes para vigilância de epizootias em macacos em matas da cidade, com objetivo de detectar precocemente eventual circulação viral e adotar medidas para evitar ocorrências da doença e de surtos na população.

A morte de macacos e as epizootias ocorrem freqüentemente no ambiente silvestre e em geral não são por vírus amarílico, mas seu monitoramento é importante do ponto de vista de saúde pública. Quando detectada epizootia por vírus amarílico nas proximidades de áreas urbanas, está indicada a vacinação da população e intensificação das ações de controle do Aedes aegypti, que é o vetor transmissor da doença no ciclo urbano. O último registro de febre amarela urbana no Brasil foi em 1.942.

Na próxima quarta-feira, dia 23, o Secretário de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, e técnicos da Vigilância em Saúde de Campinas reúnem-se com coordenadores de Distritos e Unidades de Saúde para discutir a situação da febre amarela e padronizar as condutas.

Situação da doença. Até o dia 17 de janeiro, a situação epidemiológica é de trinta notificações de casos suspeitos de febre amarela silvestre. Destes, dez casos foram confirmados, dos quais sete evoluíram para óbito e três tiveram cura. Outros onze casos foram descartados para febre amarela. Os prováveis locais de infecção dos casos confirmados ocorreram em áreas silvestres de Goiás e Mato Grosso do Sul.

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