Saúde reforça que vacina contra a febre amarela é só para quem vai para áreas de risco

21/01/2008

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas reforçou nesta segunda, dia 21 de janeiro, o alerta à população que a vacina contra a febre amarela está indicada somente para aqueles que desde 1.999 não receberam a sua dose, moram nas regiões de risco ou estão de viagem marcada estas áreas – de risco. Crianças menores de 6 meses e mulheres grávidas não devem tomar, salvo sob orientação médica.

No Brasil, as áreas de risco para a doença são: as regiões Norte e Centro-Oeste, Maranhão e Minas Gerais, além do sul do Piauí, oeste e sul da Bahia, norte do Espírito Santo, noroeste de São Paulo e o oeste dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Nessas regiões, a vacinação é feita de forma rotineira para todos os moradores.

A Secretaria também reforçou que a vacina vale por 10 anos e que, portanto, ao se revacinar antes de uma década, a pessoa corre um risco desnecessário de vir a ter efeitos adversos pós-vacina, que são esperados para entre 5% e 10% do total de indivíduos vacinados. São listados sintomas como febre acima de 39º, vômito, enrijecimento dos músculos, alergia e problemas neurológicos, sendo que inclusive mais raramente são registrados óbitos. A Secretaria reiterou que a vacina protege a população, mas não é inócua.

O reforço no alerta foi solicitado pelo Ministério da Saúde, por ofício, a todas as Secretarias de Saúde após a análise da vacinação nos estados e a notificação recebida de que 31 pessoas apresentaram efeitos adversos este ano no país, incluídas possíveis revacinações. Duas estão em estado grave.

A médica sanitarista Naoko da Silveira, da Vigilância em Saúde de Campinas, informa que a febre amarela no Brasil é transmitida nas matas, por um ciclo entre um macaco doente, um mosquito silvestre e uma pessoa sadia não vacinada. A doença não passa de pessoa para pessoa. O Brasil não tem nenhum caso de febre amarela urbana desde 1942. As vigilâncias em saúde de todos os estados estão de prontidão para realizar todas as ações necessárias para que doença não atinja as cidades.

“Nos últimos dias, houve registro da contaminação de algumas pessoas pela febre amarela silvestre em regiões de risco para a doença em Goiás e Mato Grosso. Não estamos tendo casos de pessoas que permaneceram nas cidades. A chance, neste momento, de uma pessoa de Campinas ter febre amarela sem sair da cidade é zero”, reforça o secretário de Saúde de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva.

Atualização dos casos. A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde recebeu na última sexta-feira notificação do Estado de Goiás confirmando mais dois casos de febre amarela silvestre, sendo de uma pessoa em recuperação e outro de uma morte ocorrida no dia 4 de janeiro. Além disso, foram descartados mais três casos e outros quatro entraram em investigação.

No total, das 33 notificações de casos suspeitos de febre amarela silvestre encaminhadas pelas secretarias estaduais de saúde, 12 foram confirmados (sendo 8 mortes), 14 foram descartadas e 7 permanecem em investigação.

Balanço da vacinação. Um balanço preliminar da Secretaria de Saúde de Campinas da vacinação contra a febre amarela realizado na sexta-feira, dia 18, mostra que, neste mês de janeiro, mais de 8,5 mil doses da vacina foram aplicadas nos centros de saúde do município. Em janeiro de 2007, foram 646. No ano passado todo, Campinas recebeu 10 mil doses. Em 2008, até esta segunda-feira, 21, o município já recebeu 12 mil. A estimativa da Secretaria de Saúde é que 70% dos moradores de Campinas já tenham sido imunizados na campanha de 1999, não sendo necessário que estas pessoas tomem a dose neste momento.

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