Vacinação contra febre amarela será feita no CS Faria Lima, a partir de amanhã

24/01/2008

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas informou nesta quarta-feira, dia 23 de janeiro, que a partir de amanhã, quinta-feira, dia 24 de janeiro, vai centralizar a vacinação contra a febre amarela no Centro de Saúde Faria Lima, das 9h às 17h, de segunda-feira a sexta-feira. A unidade fica ao lado do Hospital Mário Gatti, na avenida Faria Lima, 90, Parque Itália. O posto do Aeroporto de Viracopos, que é mantido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Ministério da Saúde, continua em operação.

Além da centralização, a Secretaria também anunciou que vai triar com mais rigor as demandas pela vacina. Será realizado aconselhamento e solicitado que a pessoa apresente a passagem ou outros documentos que comprovem viajem para locais de risco.

As medidas, temporárias, foram adotadas após reunião com coordenadores de todos os serviços da rede pública municipal de Saúde na manhã desta quarta-feira, dia 23. O objetivo é gerenciar melhor a distribuição de vacinas para garantir a dose para quem realmente tem indicação, que são pessoas que se deslocam para áreas de risco apontadas no dia 21 de janeiro pelo Ministério da Saúde.

Os locais de risco são: todos os municípios de Goiás, Tocantis e Distrito Federal; alguns municípios de Minas Gerais e do Mato Grosso. Além disso, devem ser vacinadas as pessoas que vão para áreas de mata, reservas e florestas dos estados de Amapá, Amazonas, Acre, Pará, Rondônia, Roraima e Maranhão.

“A centralização é uma medida temporária, até a recomposição dos estoques de vacinas, para garantir que as pessoas que realmente necessitam sejam vacinadas”, informa o secretário municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva.

Neste mês de janeiro, mais de 10 mil doses da vacina foram aplicadas nos centros de saúde de Campinas que realizam este procedimento – são 18, além de dois postos na Unicamp e um no Aeroporto de Viracopos. Em janeiro de 2007, foram 646. No ano passado todo, Campinas recebeu 10 mil doses. Em 2008, até segunda-feira, 21 de janeiro, o município já recebeu 12,2 mil. No início desta quarta-feira, o município dispunha de apenas 1.430.

A vacina é repassada pelo Ministério da Saúde aos Estados que envia para os municípios. A Secretaria de Saúde de Campinas tem gerenciado seus estoques diariamente, solicitando mais doses todos os dias para a Secretaria de Saúde do Estado.

Segundo o secretário, a estimativa é que 70% dos moradores de Campinas já tenham sido imunizados na campanha de vacinação contra a febre amarela do ano 2.000, não sendo necessário que estas pessoas tomem a dose neste momento. A vacina vale por 10 anos. Além disso, não há risco de transmissão de febre amarela em Campinas.

“Esta doença não passa de pessoa para pessoa. O Brasil não tem nenhum caso de febre amarela urbana desde 1942. As vigilâncias em saúde de todos os estados e municípios estão de prontidão para realizar todas as ações necessárias para que doença não atinja as cidades”, diz.

José Francisco Saraiva reforça ainda que a vacina contra a febre amarela protege a população, mas não é inócua, podendo causar efeitos adversos, que são esperados para entre 5% e 10% do total de indivíduos vacinados. São listados sintomas como febre acima de 39º, vômito, enrijecimento dos músculos, alergia e problemas neurológicos, sendo que inclusive mais raramente são registrados óbitos.

Em Campinas, em 2008, houve um caso de evento adverso. A pessoa está sendo acompanhada e passa bem. Em todo País, este ano, 31 pessoas apresentaram efeitos adversos pós-vacina, incluídas possíveis revacinações. Duas estão em estado grave.

Atualização dos casos. A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde informou que, até o dia 21 de janeiro, a situação epidemiológica é de trinta e quatro notificações de casos suspeitos de febre amarela silvestre no País. Destes, doze casos foram confirmados, dos quais oito evoluíram para óbito e quatro tiveram cura. Outros quatorze casos foram descartados para febre amarela. Os prováveis locais de infecção dos casos confirmados ocorreram em áreas silvestres de Goiás e Mato Grosso do Sul.

Saiba mais.

O que é febre amarela?

É uma doença febril aguda, com duração de 10 dias, causada por um vírus do gênero Flavivirus.

Como se transmite?

É transmitida pela picada de um mosquito infectado do gênero Haemagogus e Sabethes que vivem na floresta. A febre amarela urbana foi erradicada em 1942, ou seja, não foi mais registrado o ciclo urbano da doença que era transmitido pelo Aedes aegypti.

Quais os sintomas da doença?

Dependendo da gravidade, a pessoa pode sentir febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos) e hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina).

Quais são as áreas de risco atual no país?

O Ministério da Saúde lançou nova recomendação (21/01/08) para vacinação de viajantes considerando áreas atuais de transmissão e definiu áreas críticas de risco. São os estados de Goiás, Tocantins e Distrito Federal e áreas de mata, reservas ou florestas dos estados de Amapá, Amazonas, Acre, Pará, Rondônia, Roraima, Maranhão e noroeste de Minas Gerais e oeste do Mato Grosso do Sul.

A doença tem tratamento? Tem cura?

Não existe um medicamento específico, ou seja, o tratamento é hospitalar, de suporte: repouso, uso de medicamentos sintomáticos, reposição de líquidos e de perdas sanguíneas quando necessário e UTI para casos graves. A doença pode evoluir para cura, mas é grave e, embora seja de baixa incidência, tem uma letalidade (taxa de mortalidade entre os doentes) alta.

Como prevenir a doença em Campinas?

Em áreas não endêmicas o mais importante é controlar o mosquito transmissor (Aedes aegypti). Para quem mora ou vai para áreas de risco é necessária também a vacinação.

Se eu for viajar para área de risco, onde posso tomar a vacina?

A vacina é gratuita e está disponível em unidades do Sistema Único de Saúde em qualquer época do ano. É administrada em dose única a partir de 6 ou 9 meses de idade, conforme a área viajada, e é válida por 10 anos. É obrigatória a vacinação para viajantes e moradores das áreas de risco e a dose deve ser aplicada 10 dias antes (tempo que leva para fazer efeito), pois, uma vez adquirida a doença, a letalidade é altíssima, de 72%.

Estamos tendo casos confirmados de febre amarela?

Sim. Mas são casos de febre amarela silvestre, todos os casos contraíram a doença ao se adentrarem na mata sem estar vacinados! Nenhuma pessoa pegou a doença fora de área de risco para febre amarela.

Tenho medo de pegar febre amarela. Posso me vacinar para ficar protegido?

Reforçando, estamos tendo casos de febre amarela silvestre, ou seja, somente pessoas que viajam para áreas de risco sem se vacinar contraíram a doença. Não há casos de pessoas que moram em locais consideradas áreas indene ou áreas sem risco que pegaram febre amarela sem viajar para áreas de risco. Portanto não é recomendado tomar vacina sem necessidade.

A vacina pode causar efeitos colaterais ou eventos adversos?

Pode. Em 5 a 10% dos casos, algumas pessoas podem apresentar reações desde a febre até quadros que simulam a própria febre amarela, portanto quanto mais pessoas são vacinadas, a chance de desenvolver eventos adversos aumenta, por isto estamos insistindo que não há necessidade de tomar a vacina quem não vai viajar para áreas de risco.

Diante do que está sendo veiculado na imprensa, muda a situação de controle da febre amarela em Campinas?

Não. Somente pessoas que se dirigem para áreas de risco de transmissão devem ser vacinadas normalmente no decorrer do ano. Não temos transmissão urbana de febre amarela, segundo o Ministério da Saúde, por isto não está indicada vacinação em massa, nem há necessidade desta procura grande à vacina.

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