Autor: Denize Assis
A Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria de Saúde, promove ações de combate à dengue
nestas quinta-feira e sexta-feira, dias 15 e 16 de janeiro, nos bairros Nova América, Monte
Cristo, Campo Belo, Fernanda e Cidade Singer, na região sul; no Jardim Aurélia e Padre Anchieta,
região norte; Santa Lúcia e Santo Antônio, região sudoeste; São Quirino, Costa e Silva e 31 de
Março, região leste; Jardim Paulicéia, Jardim São Luís, Jardim Florence II, região noroeste.
As atividades incluem visitas casa a casa com busca ativa de casos com sintomas; remoção e
inviabilização de criadouros do mosquito Aedes aegypti; telagem de caixas d’água; ações
específicas em imóveis especiais (escolas, hospitais, instituições comerciais e públicas em
geral); trabalhos em pontos de risco (locais que pela natureza da sua atividade podem propiciar
a proliferação do mosquito como ferros-velhos, borracharias, recicladores); e atividades de
educação, informação e mobilização social entre outras.
Mais de 120 pessoas estão mobilizadas em campo e a expectativa é de que, por dia, pelo menos
3,5 mil endereços sejam visitados.
Na região sul, além dos trabalhos em geral, estão sendo desenvolvidas atividades hoje e amanhã
na sede da Cohab e no Hospital Municipal Mário Gatti. As equipes vistoriam todos os espaços e
olham caixas d’água, calhas, ralos e outros locais e recipientes que acumulam água.
Segundo o supervisor geral de dengue da região sul, Daniel Della Libera Rodrigues, a produção
de lixo com destino inadequado, os pratos de vasos de planta, caixas d’água mal cuidadas, pneus
e garrafas dispostos de forma incorreta, bebedouros de animais nos quintais e os recipientes
para armazenar água em construções estão entre os criadouros mais comuns encontrados na sua
região de gerência.
“A maioria dos criadouros está localizada nas residências e exige constante mobilização da
população para que compreenda a importância de cuidar de seus espaços privados”, diz Daniel.
Uma outra preocupação, segundo o supervisor geral de dengue da região norte, Roberto Ribeiro
de Souza, são os locais que podem acumular água e que ficam fora dos locais que as pessoas
costumam visualizar no seu dia a dia como lajes, calhas, caixas d’água, ralos.
“Portanto, a população deve estar atenta e não se esquecer dos cuidados básicos com estes
locais. Os ralos têm sido importantes criadouros. Inclusive a Prefeitura introduziu agora na
nossa rotina de trabalho as lanternas para que possamos checar de maneira mais eficaz a
presença de larvas nestes ambientes”, afirma Roberto.
Situação epidemiológica. Campinas registrou em dezembro 12 casos de dengue. Os casos suspeitos
de janeiro ainda aguardam confirmação laboratorial pelo Instituto Adolfo Lutz. Em 2008, foram
249 ocorrências confirmadas de janeiro a novembro, uma redução de mais de 97% em relação ao ano
de 2007, quando foram mais de 9,2 mil.
A redução se deve à mudança na estratégia de controle no município. O Programa de Controle da
Dengue de Campinas foi aprimorado e passou a ter como princípios a busca de articulações
intersetoriais com meio ambiente, educação, justiça, gabinete do prefeito, infra-estrutura,
entre outros, e a orientação à população para cuidar de seus ambientes.
Segundo a Vigilância em Saúde municipal, o enfrentamento de uma doença como a dengue, complexa,
impõe ações intersetoriais coordenadas para além do setor saúde e uma forte participação cidadã.
E o trabalho precisa ser em caráter contínuo. Segundo o secretário de Saúde, José Francisco
Kerr Saraiva, a redução no número de casos em Campinas é bastante significativa e revela o
resultado de esforços de toda equipe de saúde e do governo municipal que se empenharam no
reforço das estratégias de controle, nas ações de comunicação, informação e mobilização social,
na mobilização de todos os setores da Prefeitura, na capacitação das equipes de saúde e na
avaliação e acompanhamento dos trabalhos.
Por outro lado, segundo o secretário, a redução indica a importância de se manter a vigilância
permanente contra o Aedes aegypti, transmissor da dengue. “Vencemos uma batalha, mas a guerra
não está ganha”, alerta José Francisco Saraiva.