Ribeirão Preto e Campinas trocam experiências sobre combate à dengue

29/01/2010

Autor: Assessoria de Imprensa da Secretaria de Saúde

A Prefeitura de Campinas recebeu na tarde desta quarta-feira a visita técnica de representantes da Prefeitura de Ribeirão Preto para troca de experiências sobre o controle da dengue. O encontro foi solicitado pela Prefeitura de Ribeirão em função da necessidade de aprimorar e buscar alternativas para o controle de infestação do mosquito Aedes aegypti, uma vez que passa de cem o número de casos confirmados da doença.

A assistente da Secretaria da Saúde de Ribeirão, Darlene Capacle Mestriner e a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde e Planejamento do município, Maria Luiza Santa Maria, foram recebidas na Secretaria de Saúde de Campinas pela chefe de Gabinete, Carla Rosana, pela titular da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), Maria Filomena de Gouveia Vilela, pela coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Brigina Kemp e pelo coordenador do Programa de Controle da Dengue, André Ricardo Ribas Freitas.

De acordo com a assistente da Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto, Darlene Capacle Mestriner , os técnicos daquele município têm buscado alternativas por meio da troca de experiências com várias cidades do Estado de São Paulo que têm conseguido o controle da doença e, ainda, oferecido assistência de qualidade às pessoas que contraíram a dengue.

Um dos projetos que chamou atenção da equipe de Ribeirão Preto, desenvolvido pela Vigilância em Saúde (Visa) Norte, foi o “Uso de ovitrampas no monitoramento do Aedes aegypti no Distrito de Saúde Norte”. Segundo o biólogo Ovando Provatti, da Visa Norte, no inverno, o índice larvário (do mosquito transmissor da dengue) é pouco sensível porque não chove. Portanto, era necessário criar um indicador entomológico que permitisse priorizar as áreas onde as ações de controle deveriam ser realizadas, já que os meses de estiagem, que inclui o inverno, constituem o período em que é possível desenvolver um trabalhado mais qualificado para eliminar criadouros.

Por isso foi criada a ovitrampa, uma armadilha para ovos montada a partir um mecanismo simples: uma caneca, com água e larvicida – para evitar proliferação de larvas - e uma palheta onde a fêmea põe os ovos. Ao reter os ovos, ela indica que no local próximo à armadilha existem fêmeas do Aedes aegypti pondo ovos.

Segundo Ovando, para a criação deste mecanismo foram considerados alguns pontos, entre os quais o fato da fêmea do Aedes aegypti botar ovos tanto no inverno quanto no verão. Também foi levado em conta que trata-se de material de baixo custo, de simples instalação e fácil de ser trabalhado. E o mais importante, não depende de treinamento.

Em 4 meses – de julho a outubro porque a idéia é monitorar o período seco -, foram instaladas 219 ovitrampas em vários pontos da região norte, sendo uma por quarteirão. Se o quarteirão tivesse imóveis especiais ou pontos de risco, esse era o local escolhido para instalação. Neste período, foram coletados 16 mil ovos. Quando a ovitrampa era positiva, os quarteirões eram trabalhados com controle ‘pente fino’ - remoção e inviabilização de criadouros, telamento de caixas d´água, aplicação de larvicida, pesquisa larvária e orientação ao morador.

“O trabalho mostrou que houve uma concordância entre a positividade da ovitrampa e a presença de focos de criadouro com larva – em alguma casa naquele quarteirão era encontrado criadouro com mosquito. Também resultou na retirada de muitos ovos do ambiente e mostrou que o laboratório do Centro de Controle de Zoonoses dá conta de fazer a leitura de forma organizada e com agilidade para toda cidade”, disse Ovando.

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