Campinas confirma primeiro caso de leptospirose de 2011

28/01/2011

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou nesta sexta-feira, dia 28 de janeiro, o primeiro caso de leptospirose de 2011. Trata-se de um homem de 37 anos, residente na região norte da cidade que morreu no dia 18 de janeiro com sintomas da doença em um hospital do município. Ele havia freqüentado local com presença de roedores e se exposto à água de enchente, situação de risco para esta infecção.

No total, este ano, Campinas notificou 38 casos suspeitos de leptospirose, sendo que oito foram descartados e 29 aguardam resultados de exames laboratoriais.

A leptospirose é uma doença causada pela bactéria leptospira presente na urina dos roedores. Em situações de enchentes e inundações, a urina destes animais, presentes em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama. O homem, ao entrar em contato com lama ou com a água contaminadas, pode infectar-se.

A Secretaria de Saúde, tendo em vista ser esta época do ano o período de maior incidência de casos, tem divulgado informes técnicos semanais sobre a doença. Nesta sexta-feira, dia 28, novamente a Vigilância em Saúde (Visa) divulgou documento para reforçar a necessidade dos profissionais de saúde estarem atentos aos sintomas, diagnóstico e tratamento precoces da enfermidade.

“Tendo em vista as freqüentes chuvas e inundações, a Vigilância em Saúde reforça a necessidade de que maior atenção seja dispensada frente ao risco desta doença. Embora a leptospirose possa estar associada à atividade ocupacional e ocorra durante todo o ano, neste período o risco é aumentado devido à maior exposição a águas contaminadas com a bactéria”, afirma o médico infectologista Rodrigo Angerami, da Visa de Campinas.

Rodrigo informa que a leptospirose é doença de notificação compulsória e, portanto, todo caso suspeito deve ser imediatamente notificado pelos profissionais de saúde, das redes pública e privada. O infectologista afirma que os casos de maior gravidade vêm sendo monitorados diariamente pelas equipes técnicas da Secretaria Municipal de Saúde.

Mais sobre a leptospirose. Alguns dos sinais da leptospirose são febre, dor de cabeça, fraqueza, dor no corpo, principalmente na barriga da perna e calafrios, que aparecem, em média, de sete a quinze dias após a contaminação. Não existe vacina contra a doença. Existe tratamento, mas a cura depende do diagnóstico precoce.

A Vigilância em Saúde orienta que a pessoa procure imediatamente o Centro de

Saúde mais próximo se apresentar febre, dor de cabeça e dores no corpo até 40 dias depois de ter entrado em contato com as águas de enchente ou esgoto. Ela deve contar ao médico se teve contato com água ou lama de enchente.

Casos em 2010

Em 2010, foram notificados, entre moradores de Campinas, 324 casos suspeitos de leptospirose, sendo 19 o número de casos confirmados até a presente data; dentre os casos confirmados, houve quatro óbitos. Ressalte-se que um eventual incremento, ainda que não significativo, do número de casos confirmados em 2010 seja passível de ocorrência uma vez que ainda existem resultados de exames laboratoriais pendentes.

Quando comparados com os dados do ano de 2009 (322 notificações de casos suspeitos, 46 casos confirmados e 5 óbitos), verifica-se uma tendência de estabilidade no número de casos suspeitos notificados e uma redução entre os casos confirmados. Ao se observar o período de maior incidência da doença verifica-se que, anualmente, há um maior número de casos nos meses de maior índice pluviométrico, notadamente entre os meses de novembro a abril.

Cuidados

Segundo a Vigilância em Saúde de Campinas, além do trabalho da Prefeitura, o apoio e conscientização da população são fundamentais na prevenção da leptospirose. São atitudes que vêm sendo difundidas entre a comunidade pelas equipes de saúde como eliminar os ratos e evitar sua multiplicação, mantendo o meio ambiente o mais limpo possível. O lixo doméstico deve ser posto fora de casa, em local alto, pouco antes do caminhão de coleta passar.

Buracos entre telhas, paredes e rodapés devem ser vedados. Quintais, terrenos vagos e ruas devem ser mantidos limpos e os córregos sem entulhos e outros objetos. À noite, objetos de animais domésticos devem ser lavados e guardados. Terrenos baldios devem ser limpos, murados e livres de lixo.

A caixa d'água precisa ser mantida limpa e tampada e os canos com aparas que impeçam a subida dos ratos ao reservatório. O contato direto com as águas ou com a lama que sobrar das enchentes deve ser evitado sempre. Chão, paredes, objetos caseiros e roupas atingidas pela enchente devem ser lavados com sabão e água sanitária (1 copo de água sanitária para 1 balde de 20 litros de água). Todos os alimentos e remédios atingidos pela inundação devem ser descartados. Se a caixa d'água foi invadida, evitar o uso desta água antes da desinfecção do reservatório.

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