Soldados do Exército são preparados para combater a dengue

28/01/2013

Autor: Juliana Perrenoud

Os cem homens da 11ª Brigada de Infantaria Leve que vão reforçar o combate à dengue em Campinas recebem, nesta semana, treinamento de técnicos do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde), da Secretaria Municipal de Saúde. Além da parte teórica, com aulas sobre dengue, o treinamento inclui simulação de situações práticas com as quais os militares, eventualmente, podem se deparar em campo. A capacitação acontece nas dependências da Brigada na quarta-feira, dia 30 de janeiro, no período da tarde e na sexta-feira, dia 1º de fevereiro, no período da manhã.

Na semana do dia 4 de fevereiro, os soldados já iniciam os trabalhos. De acordo com a coordenadora do Programa de Controle da Dengue do município, a médica veterinária Tessa Roesler, o cronograma das ações de combate está sendo definido em função das áreas de risco, ou seja, as áreas de maior infestação do mosquito ou com transmissão de dengue serão priorizadas. "Eles vão atuar na remoção de criadouros, telamentos de caixas d'água e nas ações de educação, informação e mobilização social", afirma.

Conforme explica Tessa, para o sucesso das ações, é necessário o apoio da população no sentido de que acolham as equipes e, também, que coloquem em prática ao longo de todo o ano as orientações. "O combate a dengue tem que ser incorporado no dia a dia das comunidades", diz.

Parceria

A parceria entre a Prefeitura e o Exército foi formalizada na última quarta-feira, dia 23 de janeiro, quando o prefeito Jonas Donizette reuniu-se com o comandante da 11ª Brigada de Infantaria Leve, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva. Na ocasião, o prefeito afirmou que a ajuda dos militares será de extrema importância nesse momento. "Nossa maior preocupação é que algumas medidas preventivas, que deveriam ter sido tomadas no período anterior, não foram adotadas. Temos, ainda, o quadro de desligamento dos profissionais contratados pelo Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira, que trabalhavam no combate da doença. Soma-se a esse quadro, a circulação de um novo tipo de vírus, o da dengue 4, que potencializa o risco de epidemia. Portanto, o reforço do Exército é fundamental", ressaltou Jonas Donizette.

O general Ribeiro Paiva disse que a 11ª Brigada de Infantaria está preparada para auxiliar no que for preciso. "Há uma orientação para que façamos esse tipo de ação, que já tem ocorrido em outros locais do País", afirmou. Além da força de trabalho, o Exército também vai disponibilizar dois caminhões para a remoção de materiais e resíduos propícios para a proliferação do mosquito e 5 caminhões para transporte da tropa.

Além do reforço do Exército, o prefeito adiantou que já solicitou agilidade na contratação de 123 funcionários públicos aprovados em concurso para os cargos de ajudante de controle ambiental e de 39 para supervisores de campo.

Situação da doença

Este ano, em Campinas, foram notificados 107 casos suspeitos de dengue, dos quais sete foram confirmados. Em 2012, o município registrou pela primeira vez a circulação do vírus tipo 4. De acordo com a diretora do Devisa, a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, este sorotipo não é mais virulento que os outros. Ela explica que existem quatro tipos diferentes de dengue e que a pessoa, ao adoecer por um sorotipo, fica imune somente àquela forma da doença. "Como esse tipo 4 não havia circulado no município até então, toda a população está suscetível. Além disso, o risco da gravidade da doença, no caso da pessoa ser reinfectada, é maior e, portanto, exige mais cuidados", afirma.

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