Médico orienta viajantes sobre vacinação

29/01/2013

Autor: Gisleine Monique

Neste período do ano, quando muitas pessoas planejam viagens, é preciso estar atento a um cuidado antes de embarcar: ficar em dia com a carteira de vacinação, principalmente, se o roteiro escolhido conta com alguma área de risco.

Quem optou por viagens nacionais deve estar atento principalmente quando as regiões escolhidas são de matas e rios, onde é grande a possibilidade de adquirir doenças como febre amarela, e regiões que contenham saneamento básico precário, como algumas áreas do Norte e o Nordeste do país.

Já quem escolheu uma viagem internacional é importante verificar as exigências feitas por alguns países, bem como o certificado internacional de vacinação expedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nesse caso, o risco é ter que voltar para casa antes mesmo do início da viagem.

De acordo com o médico infectologista Rodrigo Angerami, do Departamento de Vigilância em Saúde da Prefeitura de Campinas e do Núcleo de Vigilância Epidemiológica/HC/Unicamp e membro do Comitê Estadual de Saúde do Viajante da Secretaria Estadual de Saúde, as vacinas são o método mais eficaz de prevenir os diferentes tipos de doenças a que o viajante é exposto e ajuda a manter o controle sobre a proliferação das doenças.

"A vacina ajuda a evitar que o viajante se infecte com um vírus ou bactéria durante a viagem a um determinado local no qual a doença esteja ocorrendo e retorne, ainda que sem sintomas, trazendo consigo um micro-organismo que pode vir a se disseminar na sua cidade, estado ou país de origem", explica o médico.

As pessoas que pretendem sair do estado ou do país têm que estar imunizadas."Exemplo disso é o sarampo, que vem ocorrendo em diversos países da Europa, Ásia e África, de forma epidêmica, e no Brasil está em estágio de eliminação", completa Angerami.

Orientações

Para saber o tipo de vacina que deve ser tomada é importante levar em consideração alguns fatores, entre eles os riscos de exposição, as condições do local, se oferece água potável, presença de doenças endêmicas ou surtos que ocorram na região e faixa etária do viajante.

"Em primeiro lugar, todas as vacinas que constam no calendário vacinal de rotina devem estar atualizadas, como por exemplo, sarampo, caxumba, rubéola, tétano, difteria, coqueluche, hepatite B e influenza. Algumas vacinas, não disponíveis de maneira ampliada no âmbito SUS, como contra varicela, meningococo, hepatite A e febre tifóide, são recomendadas para alguns viajantes que se deslocam para destinos de maior risco para tais doenças", alerta Angerami.

Várias vacinas são gratuitas e oferecidas em centros de saúde e, em geral, devem ser tomadas com 30 dias de antecedência. Portanto, aquelas em que há necessidade de duas ou mais doses devem respeitar o intervalo de tempo de todas as doses antes da viagem.

"O tempo de duração da proteção varia em função da vacina e, em algumas situações, das características do indivíduo que foi vacinado. A vacina contra febre amarela, por exemplo, oferece proteção por dez anos; após esse período, uma dose de reforço deve ser feita. Por sua vez, vacinas como hepatite B e tríplice viral (sarampo/caxumba/rubéola), uma vez completados os esquemas recomendados (número de doses), a proteção se dá para toda vida. Por isso é importante que antes de viajar cada indivíduo verifique se as vacinas e respectivos esquemas vacinais estão completos e atualizados".

Sem vacinação

Doenças como a malária e dengue não podem ser combatidas com vacinas, no entanto, devem ser alvo de atenção dos viajantes. Para esses casos, o médico indica o uso de repelentes, roupas que protejam contra picadas, mosquiteiros e quartos com janelas teladas.

Existem ainda, as doenças que são transmitidas por água ou alimentos contaminados, na forma de bactérias ou toxinas. A melhor forma de evitar a contaminação é consumir alimentos produzidos, acondicionados, transportados e comercializados de maneira correta.

"Devem ser evitados alimentos crus e com casca; são preferíveis alimentos descascados, cozidos e assados. A maior atenção deve ser dada para a água e gelo consumidos. Deve ser utilizada água engarrafada, tipo mineral, e, de preferência, não se usar gelo em locais em que as condições de potabilidade e produção não forem conhecidas", afirma.

Outra orientação do médico é evitar o contato com pessoas que apresentam quadros agudos, aglomerações humanas em ambientes fechados e sempre fazer a lavagem das mãos.

Quem for viajar para fora do Brasil e tiver dúvidas sobre o assunto, no site da Anvisa (http://www.anvisa.gov.br/viajante) é possível fazer uma simulação do roteiro de viagem e saber quais são os cuidados recomendados para cada país.

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