Equipes do CCZ
(Centro de Controle de Zoonoses) e do Centro de Saúde São José
vacinaram, na última semana, 115 cães e 17 gatos contra a
raiva na área do Parque das Camélias, região Sul de Campinas.
A ação, chamada de bloqueio de foco de raiva, foi desencadeada
devido a um caso confirmado em um morcego não hematófago. Esta
é a primeira ocorrência da doença em 2003 na cidade. No ano
passado, foram confirmados 27 casos de raiva animal em Campinas,
sendo 25 em bovinos e eqüinos e dois em morcegos.
Moradores da área
do Parque das Camélias receberam orientações dos
profissionais do CCZ e dos agentes de saúde sobre as maneiras
de evitar a raiva animal e como proceder em casos suspeitos da
doença. A população também foi informada sobre o que fazer
no caso de encontrar morcegos caídos, dentro das residências
ou durante o dia.
As atividades
foram promovidas nas imediações das ruas Rodolfo Favalli, Althéia
Astolf, Ádamo Astolf, Santa Ginestrette Astolf, Sebastião
Pereira Guimarães, Alfredo Astolf e Milton Ferreira de Souza.
De acordo com a
médica veterinária Jeanete Trigo Nasser, coordenadora do CCZ,
o aparecimento de morcegos contaminados pela em raiva em áreas
urbanas de Campinas preocupa a Secretaria de Saúde. As ocorrências,
segundo a veterinária, já desencadearam campanhas educativas e
levaram o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e os Centros de
Saúde a intensificar a busca por estes animais em toda cidade.
"Morcegos caídos no chão mortos ou com dificuldades de vôo
podem estar doentes e transmitir a raiva para os outros animais
e para o homem", diz.
Jeanete afirma
que os morcegos só vão colocar a saliva em contato com algum
animal ou com o homem no momento de morder e esta mordida é uma
reação natural, para se defender. "Por isso, é
importante que as pessoas nunca manipulem morcegos",
informa a coordenadora do CCZ de Campinas.
A raiva animal
é uma doença sempre fatal e pode atingir o homem se ele
mantiver contato com algum animal infectado. Então, no caso de
morcegos com os sintomas, o correto é recolhê-lo com a ajuda
de uma vassoura e uma pá e entrar em contato com o CCZ ou com o
Centro de Saúde. "Somente pessoas autorizadas, com
capacitação técnica ou pré-expostas à raiva devem ter
contato com morcegos", informa a médica veterinária Andréa
Von Zuben, da Visa (Vigilância em Saúde) do Distrito de Saúde
Sul. Pessoas pré-expostas são aquelas que, por desenvolverem
atividades que oferecem risco de contágio da raiva – como
tratadores de animais ou profissionais que lidam com morcegos -,
são submetidas a um procedimento (vacinação) que protege
contra a doença.
Andréa diz
ainda que o problema de morcegos em áreas urbanas, em prédios
inclusive, é comum nas cidades grandes com características
como as de Campinas. Se a população tiver alguma queixa neste
sentido, o correto é se informar sobre como proceder e
solicitar ajuda ao CCZ.
Saiba mais
sobre a raiva animal em Campinas
A raiva animal
vem avançando em Campinas desde 2000, quando foram
identificados os primeiros casos da doença em herbívoros –
bois, cavalos, porcos e ovelhas - na região de Joaquim Egídio.
Em 2001, a doença atingiu também Sousas e a área rural do
Taquaral e o município confirmou 30 casos entre bovinos, eqüinos
e morcegos.
A ocorrência
da doença em animais que convivem próximos ao ser humano
aumenta a possibilidade da doença, sempre fatal, atingir o
homem. Por isso, é importante que as pessoas informem o Centro
de Saúde ou o Escritório de Defesa Animal se algum animal
morrer com suspeita de raiva ou por outro motivo desconhecido. O
telefone do Centro de Controle de Zoonoses é 3245 1219 ou 3245
7181 ou 3245 2258.
Ocorrências
Em 2001, uma
mulher morreu de raiva no Estado de São Paulo depois de ter
sido arranhada por seu gato, que tinha atacado um morcego
infectado pelo vírus rábico. Em Campinas, o último caso de
raiva em humano ocorreu em 1981. Em gato, o último caso ocorreu
em 1999, no Parque Santa Bárbara, na Região Norte.
O CCZ informa
que as pessoas não devem tocar animais desconhecidos, apartar
brigas ou mexer em cadelas com filhotes para evitar agressões.
Em caso de acidentes com animais, a pessoa deve procurar o
Centro de Saúde.