Saúde vacina cães e gatos contra raiva no Parque das Camélias

13/02/2003

Equipes do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e do Centro de Saúde São José vacinaram, na última semana, 115 cães e 17 gatos contra a raiva na área do Parque das Camélias, região Sul de Campinas. A ação, chamada de bloqueio de foco de raiva, foi desencadeada devido a um caso confirmado em um morcego não hematófago. Esta é a primeira ocorrência da doença em 2003 na cidade. No ano passado, foram confirmados 27 casos de raiva animal em Campinas, sendo 25 em bovinos e eqüinos e dois em morcegos.

Moradores da área do Parque das Camélias receberam orientações dos profissionais do CCZ e dos agentes de saúde sobre as maneiras de evitar a raiva animal e como proceder em casos suspeitos da doença. A população também foi informada sobre o que fazer no caso de encontrar morcegos caídos, dentro das residências ou durante o dia.

As atividades foram promovidas nas imediações das ruas Rodolfo Favalli, Althéia Astolf, Ádamo Astolf, Santa Ginestrette Astolf, Sebastião Pereira Guimarães, Alfredo Astolf e Milton Ferreira de Souza.

De acordo com a médica veterinária Jeanete Trigo Nasser, coordenadora do CCZ, o aparecimento de morcegos contaminados pela em raiva em áreas urbanas de Campinas preocupa a Secretaria de Saúde. As ocorrências, segundo a veterinária, já desencadearam campanhas educativas e levaram o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e os Centros de Saúde a intensificar a busca por estes animais em toda cidade. "Morcegos caídos no chão mortos ou com dificuldades de vôo podem estar doentes e transmitir a raiva para os outros animais e para o homem", diz.

Jeanete afirma que os morcegos só vão colocar a saliva em contato com algum animal ou com o homem no momento de morder e esta mordida é uma reação natural, para se defender. "Por isso, é importante que as pessoas nunca manipulem morcegos", informa a coordenadora do CCZ de Campinas.

A raiva animal é uma doença sempre fatal e pode atingir o homem se ele mantiver contato com algum animal infectado. Então, no caso de morcegos com os sintomas, o correto é recolhê-lo com a ajuda de uma vassoura e uma pá e entrar em contato com o CCZ ou com o Centro de Saúde. "Somente pessoas autorizadas, com capacitação técnica ou pré-expostas à raiva devem ter contato com morcegos", informa a médica veterinária Andréa Von Zuben, da Visa (Vigilância em Saúde) do Distrito de Saúde Sul. Pessoas pré-expostas são aquelas que, por desenvolverem atividades que oferecem risco de contágio da raiva – como tratadores de animais ou profissionais que lidam com morcegos -, são submetidas a um procedimento (vacinação) que protege contra a doença.

Andréa diz ainda que o problema de morcegos em áreas urbanas, em prédios inclusive, é comum nas cidades grandes com características como as de Campinas. Se a população tiver alguma queixa neste sentido, o correto é se informar sobre como proceder e solicitar ajuda ao CCZ.

Saiba mais sobre a raiva animal em Campinas

A raiva animal vem avançando em Campinas desde 2000, quando foram identificados os primeiros casos da doença em herbívoros – bois, cavalos, porcos e ovelhas - na região de Joaquim Egídio. Em 2001, a doença atingiu também Sousas e a área rural do Taquaral e o município confirmou 30 casos entre bovinos, eqüinos e morcegos.

A ocorrência da doença em animais que convivem próximos ao ser humano aumenta a possibilidade da doença, sempre fatal, atingir o homem. Por isso, é importante que as pessoas informem o Centro de Saúde ou o Escritório de Defesa Animal se algum animal morrer com suspeita de raiva ou por outro motivo desconhecido. O telefone do Centro de Controle de Zoonoses é 3245 1219 ou 3245 7181 ou 3245 2258.

Ocorrências

Em 2001, uma mulher morreu de raiva no Estado de São Paulo depois de ter sido arranhada por seu gato, que tinha atacado um morcego infectado pelo vírus rábico. Em Campinas, o último caso de raiva em humano ocorreu em 1981. Em gato, o último caso ocorreu em 1999, no Parque Santa Bárbara, na Região Norte.

O CCZ informa que as pessoas não devem tocar animais desconhecidos, apartar brigas ou mexer em cadelas com filhotes para evitar agressões. Em caso de acidentes com animais, a pessoa deve procurar o Centro de Saúde.

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