A
Secretaria de Saúde de Campinas enviou à Cetesb, nesta
quarta-feira, dia 12, um ofício que solicita o relatório
final sobre a contaminação ambiental do loteamento Mansões
Santo Antônio, no bairro Santa Cândida, região Leste da cidade.
O documento também requer a proposta de remediação da área.
O
relatório final sobre a contaminação do terreno e as propostas
de correção por parte do proprietário, a Construtora Concima,
foram exigidos pela Cetesb em agosto de 2002. A Prefeitura, no
entanto, ainda não pôde ter acesso a estes documentos.
De
acordo com o arquiteto Flávio Gordon, da Vigilância Ambiental
Municipal, a Secretaria Municipal de Saúde precisa conhecer o
teor do documento porque é responsável por proteger a saúde da
população.
O
solo e a água da área do Mansões Santo Antônio estão
contaminados por produtos químicos, alguns que podem provocar câncer.
A contaminação foi ocasionada pela já extinta fábrica de
recuperação de solventes Proquima, que funcionou no local por
mais de 20 anos. Após encerrar as atividades, o terreno foi
vendido para a Concima.
Exames
A
Secretaria de Saúde também inicia, na próxima semana, mais uma
etapa da investigação das condições de saúde das pessoas que
estiveram expostas à contaminação do loteamento Mansões Santo
Antônio.
Tecnicamente,
este tipo de avaliação é denominada de investigação clínico-epidemiológica.
Nesta
fase do processo, as pessoas que já passaram por exames de sangue
e clínico, farão exames de urina. Os testes devem apontar se as
funções renais destas pessoas estão comprometidas.
Até
o momento, 39 pessoas passaram por exames clínicos e
laboratoriais. A Secretaria quer, neste momento, ampliar este público
para até 80 pessoas, o que equivale a 10% da população que
reside no local.
Os
resultados obtidos até o momento não podem ser divulgados porque
ainda não é possível estabelecer relação entre os problemas
de saúde detectados e a exposição à contaminação. Este
processo é chamado de nexo causal.
Para
concluir a investigação, a Secretaria de Saúde necessita avançar
ainda mais na investigação e procurar um outro grupo de pessoas
que não esteve em contato com contaminantes e comparar os
resultados.
Estudos
A
Prefeitura também prossegue com os estudos para reconhecer a
extensão do problema, com identificação de outras rotas possíveis
de contaminação.
Os
agentes comunitários do Paidéia – Saúde da Família têm
estado presentes na área, sempre reforçando que os moradores não
devem utilizar água que provenha do solo, nem mesmo para irrigação
de plantas e hortaliças ou piscicultura.
Eles
também orientam e informam as pessoas sobre o andamento do
processo de investigação e sobre as providências que estão
sendo adotadas.
Atualmente,
com a lacração dos poços de água e com a proibição de
movimentação de terra por parte da Prefeitura, estão estancadas
as fontes de contaminação.
Investigação
Atualmente,
a Secretaria de Saúde de Campinas está investigando que conseqüências
a exposição à área das Mansões ocasionou à saúde dos
moradores e das pessoas que trabalharam em obras que envolviam
remoção de solo no local.
Este
público é constituído por cerca de mil pessoas. A investigação
clínico-epidemiológica, como é denominado o estudo, está no início
e, por isso, ainda não é possível chegar a conclusões.
O
avaliação está sendo promovida pelos profissionais do Centro de
Saúde Taquaral e da Vigilância Ambiental de Campinas. Foram
disponibilizados quatro médicos e toda infra-estrutura do Centro
de Saúde Taquaral e do Laboratório Municipal de Análises Clínicas,
onde estão sendo feitos os exames.
O
procedimento adotado para a investigação foi definido
conjuntamente por profissionais do CRST (Centro de Referência em
Saúde do Trabalhador), Distrito de Saúde Leste e Vigilância
Leste, Centro de Saúde Taquaral e Vigilância Ambiental, com
assessoria da Secretaria de Estado da Saúde e da Unicamp
(Universidade Estadual de Campinas).