Saúde mobiliza equipes para atender prejudicados pela chuva

18/02/2003

Nas visitas às residências, os profissionais de saúde aplicam a vacina e informam sobre as doenças mais comuns que surgem após as enchentes. 

A Secretaria de Saúde de Campinas organizou um esquema de atendimento para as pessoas atingidas pelos alagamentos ocorridos em função do temporal que atingiu a cidade nesta segunda-feira, 17 de fevereiro. Os 46 Centros de Saúde estão preparados para acolher os cidadãos que chegarem aos serviços, independente da pessoa ter ou não alguma queixa de saúde. As pessoas também estão recebendo assistência em casa, no caso das áreas alagadas, e nos abrigos providenciados para atender as famílias atingidas pelo temporal.

No caso dos abrigos, as equipes do Paidéia – Saúde da Família estão visitando os locais para identificar as necessidades das pessoas. Os agentes comunitários de saúde orientam sobre a limpeza do local, principalmente banheiros.

Segundo informações dos Distritos de Saúde, na região Leste, as áreas mais atingidas são a rua Moscou, Parque Imperador e o Beco de Sousas. O Centro de Saúde São Quirino interrompeu o atendimento na manhã desta terça-feira, 18. A unidade foi alagada e teve a rede elétrica danificada.

Na Sudoeste, as áreas atingidas são as dos Centros de Saúde Dic 1, Dic 3, São Cristóvão, Aeroporto, Vista Alegre e União dos Bairros. Todos estão sem água potável, com exceção do CS Aeroporto. Portanto, o atendimento aos usuários está comprometido. Os Centros de Saúde Vista Alegre, União dos Bairros e Dic 1 estão atendendo somente casos urgentes.

Na área da ocupação Novo Sol, na abrangência do Centro de Saúde Vista Alegre, 60 famílias foram atingidas e estão num abrigo. Na área do Centro de Saúde São Cristóvão, cem domicílios foram destruídos e as pessoas estão abrigadas numa escola.

Também na área do CS São Cristóvão, no Parque das Indústrias, 60 pessoas estão sem abastecimento de água. No Dic 1, famílias também foram atingidas e algumas estão abrigadas no salão paroquial da Igreja de Monserrat.

Na região Sul, casas da favela Vitória foram alagadas. No Jardim Tamoyos, na área dos Centros de Saúde Esmeraldina e Orosimbo Maia, as famílias atingidas foram levadas para uma escola municipal e para a indústria Concrex.

Na Noroeste, na área do Campina Grande, cinco casas foram inundadas. Na abrangência do Centro de Saúde Florence, na Vila Progresso, o alagamento atingiu 15 famílias. Também há pessoas desabrigadas na área do Campus 2 da Pucc.

Em toda cidade, os profissionais de saúde estão indo até as casas atingidas pelas enchentes para orientar sobre a limpeza. As pessoas não devem entrar em contato direto com entulho. Ao manusear estes resíduos é necessário, se possível, usar botas e luvas. Se não der, é preciso se proteger com sacos plásticos amarrados nos pés e nas mãos.

A casa deve ser limpa com água e sabão. Após o procedimento, a residência ainda precisa ser desinfetada com hipoclorito. O produto, que pode ser retirado gratuitamente nos Centros de Saúde, não deve ser misturado com sabão, detergentes ou outros desinfetantes porque perde o efeito. Utensílios domésticos e superfícies também precisam ser limpos e desinfectados.

As pessoas não devem enfiar as mãos em buracos ou montes de pedras porque existe risco de acidentes com insetos ou animais peçonhentos. Em caso de acidentes, a Vigilância Sanitária orienta que o cidadão lave o ferimento com água e sabão e procure o Centro de Saúde.

O lixo removido não deve ser descartado em rios, valas ou terrenos baldios. Se houver alguma dúvida quanto ao risco da construção desabar, o cidadão pode tirar dúvidas ou acionar a Defesa Civil por meio do 199.

A Secretaria de Saúde também orienta que é necessário atenção com os alimentos atingidos pela água da enchente. Os alimentos devem ser jogados no lixo, inclusive as latas de conserva que estiverem amassadas, enferrujadas ou abertas. No caso da caixa d´água, é necessário esvaziá-la e limpá-la com água pura e escova. Depois, a pessoa deve encher a caixa com água misturada com hipoclorito. Após duas horas, a caixa deve ser esvaziada e estará pronta para ser utilizada. A água de beber e para cozinhar, segundo a Vigilância Sanitária, também deve ser misturada ao hipoclorito.

Nas visitas às residências, os profissionais de saúde aplicam a vacina contra difteria e tétano e informam sobre as doenças mais comuns que surgem após as enchentes. As pessoas podem ser infectadas com micróbios que causam leptospirose, febre tifóide, diarréia, hepatite A, verminoses e tétano. Não há vacina contra a leptospirose. A rede pública também não dispõe de vacina contra a hepatite A.

"O Centro de Saúde deve ser procurado imediatamente se a pessoa apresentar febre e/ou algum outro sintoma como dor de barriga, diarréia, dor muscular, calafrios, vômito ou falta de apetite", orienta a enfermeira sanitarista Salma Balista, coordenadora da Vigilância e Saúde Ambiental da Prefeitura.

A Secretaria de Saúde ainda disponibilizou todos os veículos e motoristas para atuar no atendimento às pessoas atingidas e às equipes que atuam nos trabalhos de assistência aos cidadãos. Todas as unidades de saúde estão sendo percorridas para avaliação dos estragos. Os profissionais das Vigilâncias em Saúde (Visas) foram todos liberados para atuar na assistência às famílias.

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