Nas
visitas às residências, os profissionais de saúde aplicam a
vacina e informam sobre as doenças mais comuns que surgem após
as enchentes.
A Secretaria de
Saúde de Campinas organizou um esquema de atendimento para as
pessoas atingidas pelos alagamentos ocorridos em função do
temporal que atingiu a cidade nesta segunda-feira, 17 de
fevereiro. Os 46 Centros de Saúde estão preparados para
acolher os cidadãos que chegarem aos serviços, independente da
pessoa ter ou não alguma queixa de saúde. As pessoas também
estão recebendo assistência em casa, no caso das áreas
alagadas, e nos abrigos providenciados para atender as famílias
atingidas pelo temporal.
No caso dos
abrigos, as equipes do Paidéia – Saúde da Família estão
visitando os locais para identificar as necessidades das
pessoas. Os agentes comunitários de saúde orientam sobre a
limpeza do local, principalmente banheiros.
Segundo informações
dos Distritos de Saúde, na região Leste, as áreas mais
atingidas são a rua Moscou, Parque Imperador e o Beco de Sousas.
O Centro de Saúde São Quirino interrompeu o atendimento na
manhã desta terça-feira, 18. A unidade foi alagada e teve a
rede elétrica danificada.
Na Sudoeste, as
áreas atingidas são as dos Centros de Saúde Dic 1, Dic 3, São
Cristóvão, Aeroporto, Vista Alegre e União dos Bairros. Todos
estão sem água potável, com exceção do CS Aeroporto.
Portanto, o atendimento aos usuários está comprometido. Os
Centros de Saúde Vista Alegre, União dos Bairros e Dic 1 estão
atendendo somente casos urgentes.
Na área da
ocupação Novo Sol, na abrangência do Centro de Saúde Vista
Alegre, 60 famílias foram atingidas e estão num abrigo. Na área
do Centro de Saúde São Cristóvão, cem domicílios foram
destruídos e as pessoas estão abrigadas numa escola.
Também na área
do CS São Cristóvão, no Parque das Indústrias, 60 pessoas
estão sem abastecimento de água. No Dic 1, famílias também
foram atingidas e algumas estão abrigadas no salão paroquial
da Igreja de Monserrat.
Na região Sul,
casas da favela Vitória foram alagadas. No Jardim Tamoyos, na
área dos Centros de Saúde Esmeraldina e Orosimbo Maia, as famílias
atingidas foram levadas para uma escola municipal e para a indústria
Concrex.
Na Noroeste, na
área do Campina Grande, cinco casas foram inundadas. Na abrangência
do Centro de Saúde Florence, na Vila Progresso, o alagamento
atingiu 15 famílias. Também há pessoas desabrigadas na área
do Campus 2 da Pucc.
Em toda cidade,
os profissionais de saúde estão indo até as casas atingidas
pelas enchentes para orientar sobre a limpeza. As pessoas não
devem entrar em contato direto com entulho. Ao manusear estes
resíduos é necessário, se possível, usar botas e luvas. Se não
der, é preciso se proteger com sacos plásticos amarrados nos pés
e nas mãos.
A casa deve ser
limpa com água e sabão. Após o procedimento, a residência
ainda precisa ser desinfetada com hipoclorito. O produto, que
pode ser retirado gratuitamente nos Centros de Saúde, não deve
ser misturado com sabão, detergentes ou outros desinfetantes
porque perde o efeito. Utensílios domésticos e superfícies
também precisam ser limpos e desinfectados.
As pessoas não
devem enfiar as mãos em buracos ou montes de pedras porque
existe risco de acidentes com insetos ou animais peçonhentos.
Em caso de acidentes, a Vigilância Sanitária orienta que o
cidadão lave o ferimento com água e sabão e procure o Centro
de Saúde.
O lixo removido
não deve ser descartado em rios, valas ou terrenos baldios. Se
houver alguma dúvida quanto ao risco da construção desabar, o
cidadão pode tirar dúvidas ou acionar a Defesa Civil por meio
do 199.
A Secretaria de
Saúde também orienta que é necessário atenção com os
alimentos atingidos pela água da enchente. Os alimentos devem
ser jogados no lixo, inclusive as latas de conserva que
estiverem amassadas, enferrujadas ou abertas. No caso da caixa d´água,
é necessário esvaziá-la e limpá-la com água pura e escova.
Depois, a pessoa deve encher a caixa com água misturada com
hipoclorito. Após duas horas, a caixa deve ser esvaziada e
estará pronta para ser utilizada. A água de beber e para
cozinhar, segundo a Vigilância Sanitária, também deve ser
misturada ao hipoclorito.
Nas visitas às
residências, os profissionais de saúde aplicam a vacina contra
difteria e tétano e informam sobre as doenças mais comuns que
surgem após as enchentes. As pessoas podem ser infectadas com
micróbios que causam leptospirose, febre tifóide, diarréia,
hepatite A, verminoses e tétano. Não há vacina contra a
leptospirose. A rede pública também não dispõe de vacina
contra a hepatite A.
"O Centro
de Saúde deve ser procurado imediatamente se a pessoa
apresentar febre e/ou algum outro sintoma como dor de barriga,
diarréia, dor muscular, calafrios, vômito ou falta de
apetite", orienta a enfermeira sanitarista Salma Balista,
coordenadora da Vigilância e Saúde Ambiental da Prefeitura.
A Secretaria de
Saúde ainda disponibilizou todos os veículos e motoristas para
atuar no atendimento às pessoas atingidas e às equipes que
atuam nos trabalhos de assistência aos cidadãos. Todas as
unidades de saúde estão sendo percorridas para avaliação dos
estragos. Os profissionais das Vigilâncias em Saúde (Visas)
foram todos liberados para atuar na assistência às famílias.