A Secretaria de Saúde
de Campinas vai disponibilizar, gratuitamente, para a população
235 mil camisinhas durante o Carnaval 2003. Deste total, 200 mil
foram adquiridas pela Prefeitura, especificamente para a ocasião,
e 35 mil foram repassadas pela Secretaria de Estado.
Os
preservativos serão distribuídos nos desfiles das escolas de
samba, no sábado e no domingo, e nos bailes populares e clubes
em toda cidade, nos quatro dias de folia. A quantia é
equivalente ao que a Secretaria de Saúde distribui mensalmente
nos Centros de Saúde e demais serviços da rede municipal.
As equipes da
Secretaria de Saúde, sob coordenação do Programa Municipal de
DST/AIDS, estarão fazendo a distribuição dos preservativos e
orientando a população sobre a importância do seu uso para a
proteção às DST/AIDS (Doenças Sexualmente Transmissíveis).
A preocupação
com as doenças transmitidas por via sexual é maior no
Carnaval, quando aumenta o risco de infecção por causa do
contexto, do sentido da festa. De acordo com a coordenadora do
Programa de DST/AIDS de Campinas, a enfermeira sanitarista Maria
Cristina Ilário, após o Carnaval, aumenta o número de pessoas
que procuram o Amda Ambulatório Municipal de DST/AIDS) e de
ligações para o Disk Aids (3234 5000) e para o Coas (Centro de
Orientação e Apoio Sorológico 3236 3711).
"A procura
por estes serviços aumenta porque as pessoas se arriscam mais
no Carnaval", diz. De acordo com Cristina, por isso, os
profissionais de saúde vão sensibilizar os foliões para que
brinquem e se divirtam protegendo a saúde, a vida, ou seja,
fazendo sexo com preservativo.
A Campanha do
Ministério da Saúde para o Carnaval 2003 traz como
garota-propaganda a cantora Kelly Key. Ela vai atuar lembrando
que sexo frágil é sexo sem camisinha. É neste sentido também,
segundo Cristina, que a Secretaria de Saúde de Campinas vai
atuar.
A idéia da
campanha é chamar a atenção principalmente do público
feminino jovem. É entre esta população que mais tem crescido
a infecção pelo HIV no Brasil.
Referência
Campinas é
reconhecida no Brasil como modelo na assistência e tratamento
da Aids e quer, agora, se tornar referência também na área de
prevenção a infecção pelo HIV e outras DSTs (Doenças
Sexualmente Transmissíveis). A cidade tem notificados 3.407
casos de Aids de 82 até novembro de 2002. Deste total, 60% já
foram a óbito (2.044). Do total de registros, 2.559 são homens
e 845 são mulheres, proporção de aproximadamente três casos
em homens para cada caso em mulheres. Na década de 80, início
da epidemia, esta proporção era em média de 50 homens para
cada mulher.