Mário Gatti serve de modelo para qualificar hospitais cariocas

02/02/2004

Marco Aurélio Capitão

Técnicos do Ministério da Saúde vieram conhecer modelo de atendimento do hospital campineiro para aperfeiçoar rede hospitalar na cidade do Rio de Janeiro

O modelo de atendimento na área de urgência e emergência do Hospital Municipal Dr. Mário gatti de Campinas, que inclui o Programa de Humanização e o sistema de classificação de risco implantado no pronto-socorro, serve de modelo para o Ministério da Saúde (MS) qualificar e imprimir agilidade no sistema hospitalar da cidade do Rio de Janeiro.

No último fim de semana, acompanhados por diretores e membros do corpo clínico do Hospital, técnicos do MS percorreram as áreas clínicas do Mário Gatti e puderam avaliar o sistema de triagem implantado no pronto-socorro, as inovações no acolhimento, o modelo Hospub de informática que interliga as diversas áreas clínicas, além de projetos pioneiros como o Hospital Sentinela, prontuário integrado e o Programa de Residência Médica.

“Nosso objetivo é aproveitar as experiências bem-sucedidas feitas em todo o Brasil para poder qualificar o sistema no Rio de Janeiro. O Mário Gatti pode nos ensinar muito, uma vez que conseguiu reverter uma situação adversa. O Hospital de Campinas, que era uma instituição mal avaliada, hoje é referência nacional na área de urgência e emergência”, explica Antônio da Cruz Gouveia Mendes, coordenador da área de Política de Qualificação de Atenção à Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).

Conforme explica Gouveia Mendes, o Governo Federal, por meio do MS, criou bases para programas importantes que estão sendo implantados neste ano, como o Qualisus, que visa  melhorar a qualidade do atendimento médico não só no Rio de Janeiro, mas em todo o País.

No caso da capital carioca, os esforços do Governo estão concentrados para qualificar o atendimento nos hospitais municipais Souza Aguiar, Salgado Filho, Miguel Couto e Andaraí. Também estão incluídos o Hospital Estadual Rocha Lima e o Hospital Geral de Bonsucesso (federal).

Momento crítico

Gouveia Mendes coloca que o sistema de Saúde no Rio de Janeiro atravessa um momento crítico. “No entanto, esse problema poderá ser contornado com o trabalho conjunto das secretarias municipal e estadual do Rio, com o apoio do ministério da Saúde”.

Irani Ribeiro de Moura, coordenadora-geral da área de Urgência e Emergência do Ministério da Saúde, explicou que a alta demanda no pronto-socorro, aliada a um trabalho atendo dos gestores, propiciou o aperfeiçoamento do modelo de atendimento no Mário Gatti. “E são, exatamente, essas experiências bem-sucedidas que queremos aproveitar para qualificar nossos hospitais”.

A justificativa de Irani Ribeiro tem o apoio de Altair Massaro, diretor da Linha de Cuidados Cirúrgicos do HMMG e consultor do Ministério da Saúde.  Segundo o diretor, o Mário Gatti tem muito a contribuir para a qualificação de outras instituições no Brasil. Ela ressalta que o hospital campineiro é modelo nacional na assistência às urgências, tanto na qualidade da assistência como nas ações de humanização.

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