Vigilância em Saúde interdita consultório de odontologia clandestino

12/02/2004

Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas, em conjunto com o Conselho Regional de Odontologia (CRO), interditou na última quarta-feira, 11 de fevereiro, um consultório de odontologia que funcionava na avenida Francisco Glicério, 1.657, no Centro da cidade. O estabelecimento não possuía licença de funcionamento da Vigilância Sanitária Municipal e também não tinha alvará do Departamento de Uso e Ocupação do Solo (Duos). Além disso, a pessoa que trabalhava no local ainda não concluiu o curso de odontologia e, portanto, não possui registro no CRO, condição obrigatória para o exercício da atividade.

Segundo Janete Navarro, coordenadora da Vigilância em Saúde (Visa) Leste, o consultório pertence a um dentista formado. Este profissional, por sua vez, aluga o espaço para um estudante do terceiro de odontologia que atua como ortodontista (dentista que coloca aparelho). A coordenadora informa ainda que o proprietário e o profissional que atua no local são reincidentes. "Em novembro passado, as mesmas pessoas já haviam sido autuadas pela mesma prática em outro endereço", diz.

A Visa Leste e o CRO registraram a ocorrência no 1o Distrito Policial, já que a prática da odontologia por uma pessoa não formada e sem o registro no CRO constitui crime contra a saúde pública e exercício ilegal da profissão. O proprietário do consultório e seu locatário foram multados. De acordo com o CRO, o caso já está sendo encaminhado à Comissão de Ética do Conselho Regional de Odontologia.

O médico sanitarista Vicente Pisani Neto, coordenador da Vigilância em Saúde da Prefeitura, informa que um estabelecimento que funciona sem a devida licença dos órgãos competentes oferece risco para o usuário. "O consultório de odontologia precisa funcionar de acordo com normas de biossegurança que são averiguadas antes da concessão e na renovação da licença. Essa normas garantem, entre outras aspectos, a redução dos riscos de contrair doenças como hepatites e Aids tanto para o paciente como para o profissional", diz Vicente.

O sanitarista afirma que, para o bem da saúde, as pessoas não devem comprar nem utilizar produtos ou serviços clandestinos. "Em caso de dúvida, o cidadão deve informar à vigilância em saúde de sua região sobre o ocorrido", diz. O alvará deve estar fixado sempre em local visível para o usuário. Vicente reforça que as pessoas devem exercer a cidadania e denunciar situações irregulares.

Para contatar a Vigilância em Saúde as pessoas devem telefonar para 3242 5870 (Região Norte), 3268 6244 (Noroeste), 3254 7060 (Leste), 3227 4499 (Sudoeste), 3273 5999 (Sul) ou solicitar informações pelo telefone 156.

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