Pesquisa do Coas/Campinas aponta que 17% não usam preservativo

18/02/2004

Denize Assis

Pesquisa divulgada pelo Centro de Testagem e Aconselhamento (Coas/CTA) da Prefeitura nesta quarta-feira, 18, véspera do aniversário de 10 anos do serviço, mostra que 17,6% das pessoas que procuraram a unidade na última década nunca usam preservativos nas suas relações sexuais. Outros 43% usam preservativo às vezes e apenas 21% usam sempre.

Entre os soropositivos (portadores do vírus HIV, o que não significa que são pessoas que já desenvolveram a doença Aids), 18,5% nunca usam camisinha, 39% usam às vezes e somente 20,1% usam sempre.

Os dados são relativos a avaliação feita com as mais de 24 mil pessoas que passaram pelo serviço e que fizeram pelo menos um exame para detecção do vírus HIV. Deste total, 44% eram mulheres e 56% homens. A maior demanda é da faixa etária entre 20 a 24 anos, seguida das de 25 a 29 anos, 15 a 19 anos e 30 a 34 anos.

Segundo a médica Heloísa Maria Carneiro Leão, que atua como aconselhadora do Coas/CTA, ao longo dos anos, o serviço observou uma queda no número de pessoas que deixam de ir buscar o resultado do teste. "E este comportamento é mais freqüente entre as mulheres", diz.

Festa marca 10 anos

A Prefeitura promove nesta quinta-feira, 19 de fevereiro, uma grande festa para comemorar os 10 anos de implantação do Centro de Testagem e Aconselhamento (Coas/CTA). A unidade de Campinas foi a quinta do País e iniciou na cidade uma fase importante no trabalho de prevenção às Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (DST/Aids).

A comemoração, aberta ao público, inicia-se às 15h, no CR DST/Aids, com confraternização que terá a participação do grupo de contadores de história Parangolé de Prosa. Às 16h, começa uma roda de samba com o Núcleo do Cupinzeiro.

Como parte das festividades, durante toda semana, foram realizadas oficinas com a equipe do serviço sobre temas relacionados à sexualidade. Nesta quarta-feira, antes do início das atividades que serão abertas ao público, haverá palestra sobre gravidez e Aids e, após, uma mesa redonda.

A psicóloga Rosilene Slaviero participou da fundação do Coas e integrou a primeira equipe que atuou no serviço. Para ela, a criação do centro foi um marco na questão da prevenção às DSTs/Aids na cidade. "Avançamos muito com a implantação e com o trabalho desenvolvido nesta primeira década. É fundamental investir na prevenção", diz.

De acordo com Rosilene, o principal desafio do Centro ainda é vencer o preconceito das pessoas em relação ao teste e fazer com que a comunidade procure se informar sobre Aids. "A população precisa ser conscientizada para usar preservativo e para vencer o medo e fazer o exame", afirma.

Exames são gratuitos e sigilosos

O Coas/CTA realiza testes gratuitos para diagnóstico de HIV e sífilis. O resultado do teste é sigiloso e, se quiser, o paciente pode realizá-lo sem se identificar. Qualquer pessoa pode realizar o exame, principalmente aquelas que se submeteram a algum risco como ter tido relação sexual sem uso de preservativo, ser usuário de droga injetável ou estar grávida e ter tido algum destes comportamentos de risco.

Além de diagnósticos, o Coas/CTA faz aconselhamento e orientação para todas as doenças sexualmente transmissíveis e Aids. Casos positivos são encaminhados pelo Coas para os ambulatórios e para outros serviços que acompanham casos, como os que prestam assistência social, por exemplo.

O Coas/CTA realiza 350 exames novos por mês. O índice de positividade, em 2003, ficou em torno de 4,6%. A população mais atingida é a que está incluída na faixa etária dos 20 anos aos 39 anos. Com relação à categoria de exposição provável para contaminação pelo HIV, a maior parte é heterossexual, seguida de usuários de drogas injetáveis.

O Coas/CTA está instalado no Centro de Referência (CR) de DST/Aids de Campinas, na rua Regente Feijó, 637, Centro. O telefone da unidade é 3236 3711.

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