Denize Assis
A Secretaria de
Saúde de Campinas recebeu na manhã desta quinta-feira, dia 3
de fevereiro, o laudo do Instituto Adolfo Lutz de São Paulo com
resultados de exames que apontam a presença de arsênico na
urina das duas adolescentes da família vítima de intoxicação.
O produto, um metal pesado, tem alta toxidade e, se ingerido
mesmo que em pequena quantidade, pode matar.
O casal, um
homem, de 47 anos, e a mulher, de 43, morreu no último domingo,
dia 30 de janeiro, horas depois de chegar ao hospital junto com
as filhas. A filha mais velha, de 17, morreu na segunda-feira,
dia 31 de janeiro. Outra filha do casal, de 15 anos, ficou
internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital e
recebeu alta na quarta-feira, dia 2.
De acordo com o
documento do Lutz, a análise da primeira amostra de urina da
filha mais velha apontou 10.862 microgramas por grama de
creatinina. Na urina da mais nova, também na primeira amostra
coletada, foi detectada a quantia de 12.240 microgramas por
grama de creatinina. A quantidade máxima aceitável é de 4,02
microgramas por grama de creatinina. A Polícia Civil já foi
informada sobre o laudo.
O resultado,
segundo o médico sanitarista Vicente Pisani Neto, da Vigilância
em Saúde (Visa) de Campinas, aponta que a família foi vítima
de envenenamento, que pode ter sido acidental ou provocado.
"Desta forma, fica totalmente descartada a hipótese de
intoxicação alimentar", diz o sanitarista.
Pisani informa
ainda que exames de urina do pai e da mãe não puderam ser
realizados porque não houve tempo de colher o material já que
eles chegaram ao hospital com um quadro muito avançado.
"No entanto o resultado dos exames das meninas, leva a
concluir que os pais foram vítimas do mesmo produto. As análises
de fragmentos de órgãos dos pais, que estão sendo processados
pelo Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo, devem
confirmar o envenenamento", afirma.
Pisani informa
também que o Instituto Adolfo Lutz de São Paulo enviou amostra
do creme de chocolate, consumido pela família no domingo, para
o Instituto de Criminalística de São Paulo para análise. O
objetivo é esclarecer se esta foi a fonte de contaminação. A
Vigilância em Saúde de Campinas informa que a investigação
epidemiológica está encerrada e, agora, cabe à Polícia
investigar e averiguar qual foi a origem da intoxicação.