Contrato entre Prefeitura e coletores garante destino adequado de pneus

11/02/2005

Denize Assis

A Prefeitura de Campinas, por meio das Secretarias Municipais de Saúde e de Obras e Serviços Públicos, acaba de formalizar contrato com coletores de pneus que atuam na Região Sudoeste da cidade. O acordo autoriza e estabelece o fluxo para o transporte e descarga de pneus inservíveis em uma indústria de Itupeva, classifica como ecoponto, que aproveita o material na produção de cimento. A tarefa e os custos com o transporte são de responsabilidade dos próprios coletores. À Administração cabe fiscalizar o processo.

"É importante que o pneu tenha destinação ambientalmente adequada para que não gere riscos à saúde pública. A medida, com certeza, vai ter um grande impacto no controle da proliferação do Aedes aegypti, vetor da dengue e da febre amarela", afirma o médico veterinário Cláudio Castagna, da Vigilância em Saúde (Visa) Sudoeste.

Castagna, que participou do processo que resultou no contrato, afirma que o pneu, quando queimado, é extremamente poluidor porque gera fumaça tóxica em grande quantidade e causa doenças respiratórias. "Se ficar exposto no meio ambiente, o material pode acumular água, o que facilita a proliferação do Aedes aegypti. Além disso, se jogado nos córregos, é poluente e impede o fluxo da água gerando enchentes", diz.

Para mostrar a gravidade do descarte inadequado de pneus e a importância do contratado com os coletores, o veterinário cita uma ação recente da Visa Sudoeste que resultou na remoção de 5,5 mil pneus de um depósito clandestino na abrangência do Centro de Saúde (CS) Itatinga. O trabalho mobilizou 15 profissionais e contou com a parceria do Departamento de Limpeza Urbana (DLU) e da indústria de pneus Pirelli.

Segundo Castagna, a indústria está obrigada, por lei, a dar destinação ambientalmente adequada aos pneus inservíveis numa quantidade igual à que produz. Apesar disto, estas empresas não coletam unidades gerados em pequenas borracharias e domicílios.

O veterinário informa ainda que pneus não podem ser dispostos no aterro sanitário, nem entregues à coleta de lixo domiciliar e tampouco podem ser queimados. "Isto faz com que a rede de pequenos geradores de pneus inservíveis utilize depósitos clandestinos ou jogue o material em córregos e áreas desabitadas", afirma. "Mas agora, com o contrato, a Prefeitura tem a expectativa de reduzir ao máximo e até mesmo eliminar o descarte de pneus em aterros clandestinos".

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