Denize Assis
A Prefeitura de
Campinas, por meio das Secretarias Municipais de Saúde e de Obras
e Serviços Públicos, acaba de formalizar contrato com coletores
de pneus que atuam na Região Sudoeste da cidade. O acordo
autoriza e estabelece o fluxo para o transporte e descarga de
pneus inservíveis em uma indústria de Itupeva, classifica como
ecoponto, que aproveita o material na produção de cimento. A
tarefa e os custos com o transporte são de responsabilidade dos
próprios coletores. À Administração cabe fiscalizar o
processo.
"É
importante que o pneu tenha destinação ambientalmente adequada
para que não gere riscos à saúde pública. A medida, com
certeza, vai ter um grande impacto no controle da proliferação
do Aedes aegypti, vetor da dengue e da febre amarela",
afirma o médico veterinário Cláudio Castagna, da Vigilância em
Saúde (Visa) Sudoeste.
Castagna, que
participou do processo que resultou no contrato, afirma que o
pneu, quando queimado, é extremamente poluidor porque gera fumaça
tóxica em grande quantidade e causa doenças respiratórias.
"Se ficar exposto no meio ambiente, o material pode acumular
água, o que facilita a proliferação do Aedes aegypti. Além
disso, se jogado nos córregos, é poluente e impede o fluxo da água
gerando enchentes", diz.
Para mostrar a
gravidade do descarte inadequado de pneus e a importância do
contratado com os coletores, o veterinário cita uma ação
recente da Visa Sudoeste que resultou na remoção de 5,5 mil
pneus de um depósito clandestino na abrangência do Centro de Saúde
(CS) Itatinga. O trabalho mobilizou 15 profissionais e contou com
a parceria do Departamento de Limpeza Urbana (DLU) e da indústria
de pneus Pirelli.
Segundo Castagna,
a indústria está obrigada, por lei, a dar destinação
ambientalmente adequada aos pneus inservíveis numa quantidade
igual à que produz. Apesar disto, estas empresas não coletam
unidades gerados em pequenas borracharias e domicílios.
O veterinário
informa ainda que pneus não podem ser dispostos no aterro sanitário,
nem entregues à coleta de lixo domiciliar e tampouco podem ser
queimados. "Isto faz com que a rede de pequenos geradores de
pneus inservíveis utilize depósitos clandestinos ou jogue o
material em córregos e áreas desabitadas", afirma.
"Mas agora, com o contrato, a Prefeitura tem a expectativa de
reduzir ao máximo e até mesmo eliminar o descarte de pneus em
aterros clandestinos".