Experiência do Samu Campinas vai ser levada para cidades da Região

18/02/2005

Denize Assis

A Prefeitura de Campinas está disponibilizando a experiência do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu/192) do município para a implantação do Samu Metropolitano. Na última terça-feira, dia 15 de fevereiro, a coordenação do Samu Campinas apresentou para prefeitos da Região Metropolitana o projeto com indicadores e estratégias necessárias para a implantação do serviço.

O estudo, elaborado por uma Câmara Temática constituída especialmente para este fim, propõe atender os 2,4 milhões de habitantes dos 19 municípios de toda Região Metropolitana. Atualmente, Campinas é a única cidade entre as 19 a contar com o Samu.

"O Samu Metropolitano vai proporcionar muitas melhorias para a população já que permite estruturar e organizar o atendimento às urgência na região. Além disso, vai colaborar com a solução de vários problemas como acidentes em rodovias ou com os casos de cidadãos que não contam com assistência em seus municípios", diz Gilberto Luiz Moraes Selber, secretário de Saúde de Campinas.

Para receber o Samu Regional, os 19 municípios de Região Metropolitana foram divididos em quatro micro-regiões. Cada uma delas vai contar com uma central de regulação médica, para atender os pedidos de socorro e encaminhar os casos. Ao mesmo tempo, todas as unidades de atenção aos casos de urgência médica destas cidades, que comporão uma rede, vão estar preparadas para receber os pacientes.

Para custeio do Samu Metropolitano, o Ministério da Saúde destinaria R$ 800 mil mês e exigir uma contrapartida de igual valor a ser dividida entre gestores estaduais e municipais. Segundo José Roberto Hansen, coordenador do Samu Campinas e da Câmara Temática, o Ministério também vai custear 15 viaturas básicas e dez equipadas com Unidade de Terapia Intensiva (UTI) necessárias para viabilizar o projeto, além de enviar recursos para a implantação de três centrais de regulação médica e capacitação de profissionais.

"Atualmente, os pacientes são encaminhados de forma desorganizada. Mas o Samu Regional permite organizar o sistema e ampliar e melhorar a qualidade da assistência prestada à população nos casos de urgência. Ganha o usuário e os gestores municipais também, já que os municípios serão recompensados com a recolocação dos pacientes nos seus lugares", afirma Hansen. Além disso, diz o coordenador, o Samu Regional permite consolidar a política de atenção às urgências e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) da região.

Campinas. A população de Campinas já conta com o Samu, que atua conforme modelo proposto atualmente pelo Ministério, há nove anos. A unidade, da Prefeitura, presta atendimento de urgência e emergência no local onde o cidadão se encontra e, se necessário, após estabilizar a vítima, transporta-a para um serviço médico. O serviço atende às urgências de natureza traumática, clínica, pediátrica, cirúrgica, gineco-obstétrica e psiquiátrica.

Para tanto, o serviço conta com equipes de suporte básico (motoristas, socorristas, auxiliares e técnicos de enfermagem), capacitadas para atendimento das urgências com risco moderado de vida e equipes de suporte avançado (motoristas, médicos e enfermeiros) para atendimento das urgências graves, que necessitam resposta imediata e intervenção mais complexa.

Atualmente, a frota do Samu/Campinas é composta por 26 viaturas sendo que, operacionalmente, o serviço atua com 10 ambulâncias básicas e três UTIs ou suporte avançado. Isto significa que, além da frota que está nas ruas, tem sempre viaturas de suporte para substituir as que estão em manutenção ou quebradas. O serviço ainda conta com central de regulação médica de urgência para coordenar os atendimentos.

A unidade recebe 5 mil solicitações de socorro por mês e ainda realiza o transporte de 2,5 mil pacientes crônicos, que, sem recursos próprios, carecem de ser transportados para serviços de hemodiálise, fisioterapia, radioterapia e quimoterapia.

Para acionar o Samu, basta um telefonema gratuito para o número 192. Os pedidos de socorro são atendidos nas Centrais de Regulação Médica de Urgência, que funcionam 24 horas por dia sempre com a presença de um médico. O médico regulador vai avaliar as necessidades de cada pedido de ajuda e dará a melhor resposta para cada caso, que pode ser uma orientação, um conselho ou o envio de uma ambulância.

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