Prefeitura intervém em residência de idosa que guardava toneladas de lixo

22/02/2005

Denize Assis

A Prefeitura de Campinas mobiliza nestas terça-feira e quarta-feira, dias 22 e 23 de fevereiro, dez profissionais das secretarias municipais de Saúde e de Obras e Serviços Públicos para atuar na remoção de cerca de 8 toneladas de lixo acumulado em uma única residência no Jardim Santa Lúcia, Região Sudoeste da cidade. Esta é a segunda ação desta proporção promovida pela Vigilância em Saúde (Visa) nos últimos sete dias na cidade. A primeira ocorreu em 15 de fevereiro no Jardim Samambaia, Região Sul.

"A casa, nas condições em que está, oferece grande risco para a saúde pública porque favorece a proliferação do mosquito da dengue e de outros insetos e animais que podem transmitir doenças ou causar acidentes. O lixo é tanto que, somente nas primeiras horas de trabalho, os materiais encheram um caminhão e somaram uma tonelada. A quantidade de ratos é enorme", informa Daniela Grigolletto, supervisora de controle ambiental da Vigilância em Saúde (Visa) Sudoeste.

A supervisora informa que a equipe do Centro de Saúde (CS) Santa Lúcia, em conjunto com a equipe da Visa Sudoeste, promove há três anos um trabalho com a proprietária para convencê-la a autorizar a vistoria e limpeza da residência. "Ela tem 74 anos, vive só, recusava-se a receber a equipe de saúde e necessitou de um projeto terapêutico para compreender a importância de manter um ambiente saudável, livre de materiais inservíveis", diz Daniela.

A Secretaria de Saúde informa que, após a limpeza, a moradora vai continuar a ser acompanhada pela equipe do CS Santa Lúcia. Também serão promovidas ações de conscientização entre moradores da vizinhança sobre sintomas da dengue e da leptospirose e maneiras de prevenção de acidentes e controle das doenças.

De acordo com a médica veterinária Jeanette Trigo Nasser, responsável pelas ações de combate à dengue em Campinas, casos como o desta moradora, em que outros fatores - como doença mental e abandono da família - estão associados, são extremos e exigem uma abordagem multiprofissional para que a Prefeitura possa fazer a intervenção e garantir o cuidado com o morador.

Mas, segundo Jeanette, é importante que a sociedade compreenda que a responsabilidade por manter a residência limpa, livre de insetos e sem causar incômodo aos vizinhos nem oferecer risco à saúde, é um dever de cada cidadão, das famílias e das comunidades.

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