Campinas irá ganhar novo PS Metropolitano e Instituto de Saúde da Mulher

09/02/2009

Autor: Denize Assis, Claudia Xavier, Bruno Sgambato e Andressa Vilela

O Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, assinou na manhã desta sexta-feira, 6 de fevereiro, no Salão Azul do Paço Municipal, os protocolos de intenções que têm como objetivo liberar R$ 17 milhões em verbas para Campinas para a construção do Pronto-Socorro Metropolitano e do Centro de Referência à Saúde da Mulher – Instituto da Mulher – e para a instalação do Acelerador Linear, equipamento de última geração utilizado no tratamento do Câncer.

Estiveram presentes à assinatura o prefeito de Campinas, Hélio Oliveira Santos, o secretário municipal de saúde, José Francisco Kerr Saraiva, trabalhadores, usuários e gestores da saúde em Campinas, além de autoridades locais e regionais.

O PS Metropolitano será construído na região Norte de Campinas, próximo ao PS da Vila Padre Anchieta onde, atualmente, cerca de 40% dos atendimentos referem-se a moradores de Sumaré e Hortolândia. Estes dois municípios são separados de Campinas apenas por ruas.

Os investimentos para a nova unidade estão previstos em torno de R$ 6 milhões. A unidade deve ser entregue até o início de 2010.

O objetivo principal é, junto com Hortolândia e Sumaré, organizar, planejar e ampliar a assistência qualificando o atendimento à população destas três cidades. Além disso, dentro do pacto entre as três cidades, é possível ampliar, junto ao Ministério da Saúde e Secretaria de Estado da Saúde, os recursos que atualmente são oriundos apenas de Campinas.

De acordo com Saraiva, o PS terá a participação dos municípios envolvidos e os recursos virão dos municípios, da região metropolitana e do Governo Federal. "O novo PS atenderá especificamente as urgências e emergências dessa região conurbada", disse o secretário.

Segundo o prefeito, a construção do PS é uma das prioridades do município que se concretiza agora com a assinatura do protocolo. "Com a instalação do PS Metropolitano ampliaremos e ofereceremos um trabalho de atendimento às urgências e emergências com ainda mais agilidade e qualidade, melhorando a cidadania", disse o prefeito.

O ministro José Gomes Temporão, por sua vez, parabenizou os prefeitos da região metropolitana pela iniciativa. "A solução para as regiões metropolitanas, neste momento, é a união dos prefeitos. Está nas mãos deles a transformação da realidade, tanto na área da saúde como nas outras essenciais para a sociedade", afirmou Temporão.

O PS Metropolitano foi planejado nos moldes do PS Campo Grande. Uma unidade moderna, com dimensionamento para 400 mil pessoas, com previsão de 35 leitos de observação, que permita realizar entre 500 e 600 consultas por dia, com três equipes atendendo simultaneamente com clínicos gerais, pediatras, enfermagem, plantonistas de odontologia e outros.

Instituto de Saúde da Mulher

O Centro de Referência à Saúde da Mulher - Instituto da Mulher será construído numa área de 2 mil metros quadrados ao lado do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, na bifurcação entre as avenidas Amoreiras e Faria Lima. O projeto, já aprovado pelo Ministério da Saúde, está orçado em R$ 4 milhões. Os recursos já foram empenhados pelo Governo Federal. A previsão é de que a unidade esteja concluída em aproximadamente 1 ano e meio.

Trata-se de uma unidade onde vão ser congregadas áreas da saúde da mulher com alguns serviços como planejamento familiar, ambulatório de mastologia, ambulatório de patologia cervical (câncer de colo de útero), cirurgia ginecológica, ambulatório de urologia ginecológica, violência contra a mulher, ambulatório de endocrinologia em menopausa, problemas de obesidade, posto de coleta de leite humano, sexologia, fisioterapia voltada à área da mulher, acupuntura. Também vai abrigar um Centro Cirúrgico tipo Hospital-Dia para cirurgias de pequeno porte.

Estas áreas vão dar todo respaldo para a rede de atenção básica (centros de saúde) em relação às questões que não podem ser solucionadas nos centros de saúde e que hoje são encaminhadas para o Hospital Celso Pierro e Caism/Unicamp.

Para o ministro Temporão, o CR será uma referência no atendimento à saúde da mulher pela sua visão integrada e intersetorial na área. "Por atender usuárias de todas as idades, este será um centro diferenciado que respeitará as diversas fases da vida da mulher e isso, sem dúvida, eleva o nível da qualidade de atendimento na área", disse o ministro.

O Instituto vai permitir maior agilidade e qualificação no atendimento. Vai haver espaço para programas de atenção lúdica e de promoção à saúde que serão modelo para serem aplicados na atenção básica.

Segundo o prefeito, esta unidade não vai se ater apenas às questões da saúde da mulher. "Ela vai contemplar a mulher na sua integralidade, principalmente nas questões de cidadania. No local, a mulher vai poder se informar sobre como ter acesso e ser estimulada a procurar os vários serviços já existentes no município, tais como geração de renda, banco da mulher, assistência jurídica, habitação, segurança alimentar, delegacia da mulher, alfabetização, rede de proteção de violência doméstica e sexual e outros serviços", ressaltou Dr. Hélio.

Acelerador Linear

Na coletiva, o ministro assinou protocolo da instalação de um equipamento utilizado no tratamento de câncer para o Hospital Municipal Mário Gatti. O aparelho é um acelerador linear de última geração, que trata o câncer através de radioterapia e será destinado à Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti (HMMG).

Para receber o novo equipamento, o hospital está em fase de adequação do espaço físico. O custo estimado para a reforma do prédio, compra e instalação do equipamento está estimado em cerca de R$ 7 milhões, recursos do Ministério da Saúde. A meta é que até julho de 2009 o acelerador linear esteja instalado e funcionando.

A arquiteta do Mário Gatti, Regina Lino, explica os motivos da adequação do local. "Esses equipamentos emitem radiação e, por isso, as salas têm que ser blindadas. Hoje em dia elas já são, porém com essa nova tecnologia vamos aumentar a blindagem para garantir que a radiação aja somente no tumor e não no paciente ou nos técnicos e funcionários", falou.

Existem dois tipos de tratamento para o câncer no Mário Gatti: radioterapia e quimioterapia. A radioterapia hoje é feita através de pastilhas de cobalto, como explica a coordenadora da Oncologia do Hospital Mário Gatti e médica radioterapeuta, Joyce Gruenwaldt. "A pastilha de cobalto exige muitos cuidados de manuseio e fica gasta com o tempo. A perspectiva desta que nós temos é que tenha a duração de mais três anos apenas", relatou a médica.

De acordo com a médica e coordenadora, são atendidos atualmente 70 pacientes por dia, número que vai diminuir quando a pastilha de cobalto do aparelho atual ficar gasta. "Com o acelerador, vamos dobrar o número de pacientes atendidos, sendo mais 70 por dia. A média será de um paciente a cada 12 minutos neste equipamento", afirmou Joyce.

Além dos benefícios com eficiência e tempo, o acelerador também permite o atendimento de mais tipos de tumores. "O acelerador linear é mais preciso que a pastilha e por isso é menos tóxico ao paciente. Há quatro anos não tratamos o câncer de próstata por causa dos efeitos causados. Com esse novo aparelho vamos tratar esse câncer, já que o acelerador poupa os tecidos vizinhos que estão normais", contou.

O acelerador linear ficará no Hospital Mário Gatti, mas atenderá a população de toda a macrorregião de Campinas. O setor que trata o câncer, ou setor de Oncologia, já passou por outros investimentos em anos anteriores, para garantir segurança aos pacientes. Em 2002, foram gastos cerca de R$ 126 mil em reformas no setor.

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou estar satisfeito com os investimentos na Saúde de Campinas. "Eu faço parte de uma geração de sanitaristas e tenho consciência da importância desse projeto", disse Temporão, se referindo às construções do PS Metropolitano, do Instituto de Saúde da Mulher e da instalação do acelerador linear. "O Brasil está sofrendo uma revolução silenciosa na área da Saúde e os prefeitos são os principais autores dessa revolução", concluiu.

Mais obras e investimentos

Antes da assinatura dos protocolos, o ministro, o prefeito, o secretário e outras autoridades participaram da inauguração das novas instalações do Complexo dos Pronto-Socorros do Hospital Celso Pierro da Puc-Campinas.

Segundo o superintendente do Hospital Celso Pierro, Antonio Celso de Moraes, a obra só foi possível graças à parceria com a Prefeitura Municipal de Campinas e o Conselho Municipal de Saúde. "Com isso ganham a universidade, os alunos, a pesquisa, os funcionários e toda a população", disse.

A cerimônia contou com a presença do secretário de Saúde do Estado, Luiz Roberto Barradas Barata; do arcebispo de Campinas, Dom Bruno Gamberini; do vice-presidente da Sociedade Campineira de Educação e Instrução (Scei), Sebastião Carlos de Biasi; do reitor da Puc-Campinas; padre Wilson Denadai; e do superintendente do HMCP, Antônio Celso de Moraes e representantes políticos de cidades vizinhas.

A reforma e ampliação da unidade era uma necessidade antiga e foi viabilizada com recursos do Ministério da Saúde (R$ 3,8 milhões) e uma contrapartida da mantenedora da universidade - Scei (R$ 1,7 milhão), que somaram R$ 5,5 milhões.

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