Saúde confirma novos casos de Leishmaniose Visceral em cão na cidade

05/02/2010

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas informa nesta sexta-feira, dia 5 de fevereiro, a ocorrência de mais três casos positivos de Leishmaniose Visceral Canina em um bairro entre Sousas e Joaquim Egídio, na região leste da cidade. No local, em novembro, já havia sido notificado um caso da doença em cão.

Todas as ocorrências, confirmadas por exames laboratoriais, são autóctones, ou seja: os animais foram infectados no local. Os quatro cachorros eram sintomáticos – apresentavam sinais da doença - e já foram a óbito. Estes são os primeiros casos autóctones de Leishmaniose Visceral Canina em Campinas.

A Leishmaniose Visceral é uma zoonose que pode afetar o homem. É transmitida pelo mosquito Lutzomyia longipalpis também conhecido como ‘mosquito palha’ ou ‘birigui’. O mosquito pica o animal infectado e ao picar o homem transmite a doença. Acomete vísceras, como o fígado e o baço, podendo ocasionar aumento de volume abdominal. Pode levar o homem à morte, se não tratada.

Os moradores do condomínio, onde ocorreram os casos, foram informados sobre as novas ocorrências na noite desta quinta-feira, dia 4 de fevereiro, em reunião com técnicos da Vigilância em Saúde Municipal e representantes do Distrito de Saúde Leste. Na mesma reunião, a comunidade foi comunicada sobre providências já adotadas e o que deve ser feito daqui em diante.

As famílias também receberam orientações sobre cuidados para prevenir novos casos e a necessidade de procurar a Vigilância em Saúde para informar sobre animais com sintomas sugestivos da doença.

Providências. Imediatamente após a confirmação do primeiro caso, em novembro, a Secretaria de Saúde iniciou a investigação no local, chamada de investigação de foco (IF). Foram mobilizadas equipes do Centro de Controle de Zoonoses, da Vigilância em Saúde Leste e do Centro de Saúde local.

As investigações ainda contaram com a parceria da Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Superintendência do Controle de Endemias (Sucen), Instituto Adolfo Lutz e Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE).

Além do inquérito sorológico em cães, as ações incluíram investigação entomológica, para identificar a presença do vetor (transmissor) da Leishmaniose Visceral Animal, o mosquito Lutzomyia longipalpis; diagnóstico ambiental; atividades de educação, informação e mobilização social; e coleta de material de animais silvestres do entorno da área em investigação.

A partir da agora, a Vigilância em Saúde manterá o monitoramento por armadilhas e vai ampliar o raio de investigação do vetor na região.

Cuidados. Na reunião de ontem, os moradores receberam comunicado com as medidas a serem observadas para a prevenção e controle desta zoonose relativas ao reservatório doméstico - o cão; ao meio ambiente; e ao vetor.

A enfermeira sanitarista Maria Filomena Gouveia Vilela, diretora da Vigilância em Saúde de Campinas, informa que, diante destes primeiros casos confirmados nesta investigação de foco, a Vigilância em Saúde está alerta à possibilidade de novos casos em outros locais da cidade. “Vamos promover levantamento entomológico em outras áreas do município e capacitação das equipes das redes pública e privada de Saúde”, informa.

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