Equipes de Saúde são alertadas sobre leptospirose

12/02/2010

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas divulgou esta semana informe técnico sobre leptospirose para alertar profissionais de Saúde quanto à possibilidade de um aumento nos casos suspeitos da doença nesta época do ano. O documento reforça a necessidade de atenção aos sintomas, diagnóstico e tratamento precoces da enfermidade.

“Tendo em vista as freqüentes chuvas e inundações, a Vigilância em Saúde reforça a necessidade de que maior atenção seja dispensada frente ao risco desta doença. Embora a leptospirose possa estar associada à atividade ocupacional e ocorra ao longo do ano, neste período o risco é aumentado devido à maior exposição a águas contaminadas com a bactéria”, afirma o médico infectologista Rodrigo Angerami, da Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas.

O informe recomenda atenção no atendimento de pessoas com quadro febril agudo com histórico de contato com situações de risco para a leptospirose nos últimos 30 dias, como contato com enchentes, inundações, enxurradas e lama; com córregos, lagos, lagoas, riachos e rios; e com áreas com presença de roedores.

Reforça, ainda, quais são os casos considerados suspeitos e recomenda avaliação clínica cuidadosa. Também dá orientações quanto à notificação, investigação laboratorial, tratamento e necessidade de acompanhamento do paciente.

Mais sobre a doença. A leptospirose é causada por uma bactéria chamada leptospira presente nos excrementos de mamíferos em geral, sobretudo na urina de roedores como o rato. Em situações de enchentes e inundações, a urina destes animais, presentes em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama.

O homem, ao entrar em contato com lama ou com a água contaminadas pode infectar-se. A infecção também pode, raramente, se dar por meio da ingestão de alimentos, medicamentos e da água de beber contaminados.

Alguns dos sinais da leptospirose são febre, dor de cabeça, fraqueza, dor no corpo, principalmente na barriga da perna e calafrios, que aparecem, em média, de sete a quinze dias após a contaminação. Não existe vacina contra a doença.

A Vigilância em Saúde orienta que a pessoa procure imediatamente o Centro de

Saúde mais próximo se apresentar febre, dor de cabeça e dores no corpo até 40 dias depois de ter entrado em contato com as águas de enchente ou esgoto. Ela deve contar ao médico o seu contato com água ou lama de enchente.

Casos. Em 2010, até 8 de fevereiro, foram notificados 44 casos suspeitos de leptospirose entre moradores de Campinas. Deste total, um foi confirmado e o paciente morreu. Em 2009, no ano todo, foram 322 notificações, 38 confirmações e, entre os casos positivos, quatro óbitos. Em janeiro e fevereiro de 2009, foram 36 e 31 notificações suspeitas, respectivamente.

Segundo a Vigilância em Saúde, embora tenha havido mais inundações em 2010, em relação a 2009, por enquanto ainda não se observou aumento no número de casos suspeitos.

Cuidados. Segundo a Vigilância em Saúde de Campinas, além do trabalho da Prefeitura, o apoio e conscientização da população são fundamentais na prevenção da leptospirose. São atitudes que vêm sendo difundidas entre a comunidade pelas equipes de saúde como eliminar os ratos e evitar sua multiplicação, mantendo o meio ambiente o mais limpo possível. O lixo doméstico deve ser posto fora de casa, em local alto, pouco antes do caminhão de coleta passar.

Buracos entre telhas, paredes e rodapés devem ser vedados. Quintais, terrenos vagos e ruas devem ser mantidos limpos e os córregos sem entulhos e outros objetos. À noite, objetos de animais domésticos devem ser lavados e guardados. Terrenos baldios devem ser limpos, murados e livres de lixo.

A caixa d'água precisa ser mantida limpa e tampada e os canos com aparas que impeçam a subida dos ratos ao reservatório. O contato direto com as águas ou com a lama que sobrar das enchentes deve ser evitado sempre. Chão, paredes, objetos caseiros e roupas atingidas pela enchente devem ser lavados com sabão e água sanitária (1 copo de água sanitária para 1 balde de 20 litros de água). Todos os alimentos e remédios atingidos pela inundação devem ser descartados. Se a caixa d'água foi invadida, evitar o uso desta água antes da desinfecção do reservatório.

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