Campinas tem 16 casos confirmados de leptospirose

16/02/2011

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), divulgou nesta quarta-feira, dia 16 de fevereiro, novo boletim epidemiológico de leptospirose. O município tem, acumulados em 2011, 16 casos confirmados da doença entre os quais dois óbitos, ocorridos em 18 e 21 de janeiro. No último boletim, divulgado em 4 de fevereiro, eram oito casos da doença confirmados, com duas mortes.

No total, a Covisa recebeu 108 notificações suspeitas de leptospirose este ano. Destas, além dos 16 casos confirmados, 34 foram descartados e outros 58 suspeitos estão sob investigação.

Dos casos suspeitos, a faixa etária mais acometida é das pessoas entre 20 anos e 49 anos. Dos 108 suspeitos, 67 casos, ou 62%, estão nesta faixa de idade. A região com maior número de notificações é a Norte, com 46, seguida da Sul, com 22, e Leste, com 19. A Noroeste tem 11 notificações e a Sudoeste 9.

A Covisa informa que o número real de casos suspeitos pode, eventualmente, estar subestimado, já que ocorrências podem não ter sido notificadas por profissionais de saúde.

O boletim epidemiológico divulgado nesta quarta-feira reforça a toda rede de saúde do município que é extremamente importante que profissionais de saúde continuem atentos aos casos suspeitos.

“Frente à suspeita, é imprescindível três ações: O início de tratamento, a coleta de material para investigação laboratorial e a notificação à vigilância do município para que as medidas preconizadas possam ser desencadeadas rapidamente”, diz o médico infectologista Rodrigo Angerami, da Covisa.

A leptospirose é causada por uma bactéria chamada leptospira, presente nos excrementos de mamíferos em geral, sobretudo na urina de roedores como o rato. Em situações de enchentes e inundações, a urina destes animais, presentes em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama. O homem, ao entrar em contato com lama ou com a água contaminadas pode infectar-se.

Segundo Rodrigo, embora possa estar associada à atividade ocupacional e ocorra durante todo o ano, neste período de chuvas, o risco de contrair a doença é aumentado devido à maior exposição a águas contaminadas com a bactéria.

Situações de risco

Rodrigo recomenda atenção no atendimento de pessoas com quadro febril agudo com histórico de contato com situações de risco para a leptospirose nos últimos 40 dias, como contato com enchentes, inundações, enxurradas e lama; com córregos, lagos, lagoas, riachos e rios; e com áreas com presença de roedores.

Alguns dos sinais da leptospirose são febre, dor de cabeça, fraqueza, dor no corpo, principalmente na barriga da perna e calafrios, que aparecem, em média, de sete a quinze dias após a contaminação. Não existe vacina contra a doença.

A Vigilância em Saúde orienta que a pessoa procure imediatamente o Centro de

Saúde mais próximo se apresentar febre, dor de cabeça e dores no corpo até 40 dias depois de ter entrado em contato com as águas de enchente ou esgoto. Ela deve contar ao médico o seu contato com água ou lama de enchente.

Em 2010, Campinas confirmou 19 casos de leptospirose com quatro mortes. No entanto, como existem resultados de exames laboratoriais pendentes, o número de casos confirmados pode mudar.

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