Ações de prevenção às DST/HIV/Aids no Carnaval vão focar uso do preservativo

24/02/2011

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (DST/Aids), já iniciou as ações de informação, educação e mobilização social relativas à prevenção às DST/HIV/Aids para o Carnaval 2011.

Este ano, o objetivo principal é propagar a importância do uso do preservativo e dar visibilidade ao tema, com enfoque principalmente à população mais jovem que, com o advento dos novos medicamentos, tende a não valorizar a importância da prevenção e o risco da infecção.

As equipes do programa vão estar presentes nas inúmeras atrações carnavalescas em bairros de todas as regiões da cidade, nos blocos tradicionais City Banda, Tomá na Banda e Curti Banda e nos desfiles das escolas de samba. A meta é distribuir 400 mil camisinhas.

“Nosso foco é sempre a importância do uso do preservativo, que é a melhor forma de evitar a transmissão do HIV. Quanto mais se fala no assunto, mais as pessoas se interessam e procuram informações. Nosso objetivo é que a camisinha seja incorporada com naturalidade como forma de prevenção. Outro objetivo será estimular os foliões a fazer o teste HIV”, diz a médica infectologista Cláudia Barros, coordenadora do programa de DST/Aids de Campinas.

Cláudia destaca que todos que já tiveram relações desprotegidas devem fazer o teste. A médica complementa que, em Campinas, qualquer pessoa acima de 12 anos pode fazer o teste nos dois Centros de Testagem e Acolhimento (CTAs) de Campinas, localizados no Centro (Rua Regente Feijó, 637) e no Complexo Hospitalar Ouro Verde (Avenida Rui Rodrigues, 3.434), durante o ano todo, inclusive com o diagnóstico rápido para HIV. Além destes locais, todos os Centros de Saúde da rede SUS Campinas realizam o exame.

A campanha do carnaval é uma das estratégias anuais de massa promovidas pelo Programa e pelo Ministério da Saúde. Além disso, há ações permanentes direcionadas à população sexualmente ativa, independente da idade, gênero, desejo ou orientação sexual.

Segundo Cláudia, pesquisas revelam que quando se tem consumo de álcool e em momentos de alegria há relaxamento na prevenção e no uso do preservativo. “O carnaval é a maior festa popular do país e traz uma cultura de encontros de pessoas. A Aids é uma doença transmissível pelas relações. É importante deixar o preservativo acessível no carnaval”, afirma Cláudia.

A coordenadora informa que, além da distribuição dos preservativos, as equipes vão entregar material educativo para as pessoas que manifestarem interesse em saber mais sobre DST/HIV/Aids. “Faremos uma distribuição qualitativa, para quem realmente se interessar”, diz.

Assim como no restante do Brasil, a epidemia de Aids está estável em Campinas, o que não significa que esteja parada. Em algumas faixas de idade, há tendência de crescimento do HIV. Desde 1982 e até 2009, o município tem 5.859 casos de Aids (doença já manifesta) notificados. Cento e cinquenta são em menores de 13 anos. Entre as crianças, a tendência de queda na incidência de casos continua. O resultado confirma a eficácia da política de redução da transmissão vertical do HIV (da mãe para o bebê).

A campanha de carnaval contra a Aids do Ministério da Saúde será lançada nesta sexta-feira, dia 25 de fevereiro, na quadra da escola de samba carioca Salgueiro. Durante o evento, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, vai fazer o teste de Aids, cujo resultado sai em 15 minutos.

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