Autor: Denize Assis e Marco Capitão
Equipes da Secretaria de Saúde visitaram 376 endereços nas últimas quinta-feira e sexta-feira, dias 9 e 10 de fevereiro, durante bloqueio de raiva em Barão Geraldo na área que compreende o Condomínio Residencial Terras do Barão, Vila Holândia, Chácaras Marujo, Condomínio Riviera do Barão, Condomínio Lagoa Serena, Condomínio Espaço e Verde, Casas de Gaia e Sítio Santa Adélia.
A ação, desencadeada após a confirmação de um caso de raiva em morcego não hematófago, consistiu em visita domiciliar para ações de informação, orientação e mobilização das famílias. Os moradores foram orientados sobre a importância dos morcegos no ciclo epidemiológico da raiva e a necessidade de manter cães e gatos domiciliados e imunizados contra a doença. Também foram levantados dados das populações canina e felina e a data da última dose da vacina anti-rábica.
O bloqueio inclui, ainda, trabalho educativo com os 480 alunos da Escola Estadual Francisco Àlvares, que está localizada na área do bloqueio.
Risco.
A Vigilância em Saúde de Campinas está preocupada com a possibilidade da ocorrência de casos desta doença em cães e gatos, principalmente considerando que há dois anos não é promovida campanha pública de vacinação contra a raiva em vários estados do Brasil, o que inclui São Paulo e Campinas.
As campanhas foram suspensas pelo Ministério da Saúde em 2010 após a morte de cães e gatos que apresentaram reações à vacina. Em 2011, o Estado de São Paulo não recebeu doses da vacina. No entanto, na semana passada, a Secretaria de Estado da Saúde anunciou que 57 dos 645 municípios paulistas terão campanha de vacinação contra a raiva em cães e gatos, entre os quais Campinas.
Transmissão.
Todos os mamíferos são suscetíveis à infecção pelo vírus da raiva e sua evolução é quase sempre fatal. A transmissão ocorre quando o vírus rábico existente na saliva do animal infectado penetra no organismo, através da pele ou mucosas, por mordedura, arranhadura ou lambedura, mesmo não existindo necessariamente agressão. No Brasil, o principal animal que transmite a raiva ao homem, em espaços urbanos, é o cão seguido do gato. Em espaços rurais é o morcego.
Campinas é classificada como área onde a raiva está controlada. O último caso em humano ocorreu em 1982. Em gato em 1999. No município, a doença se manifesta no ciclo aéreo, com casos apenas em morcegos. Desde 2006, vêem sendo notificados em média seis casos em morcegos não hematófagos por ano na cidade.