Globo Repórter destaca o programa de fitoterapia Desenvolvido pela Secretaria de Saúde de Campinas

24/02/2012

Autor: Natália Peloggia e Marco Capitão

O Globo Repórter desta sexta-feira, 24 de fevereiro, que será exibido às 22h45, vai mostrar o uso das plantas nativas do Brasil nos cuidados básicos de saúde. Entre outras atrações, a reportagem vai destacar o Programa de Fitoterapia da Secretaria de Saúde de Campinas, particularmente o trabalho desenvolvido pela Botica da Família.

Implantada na rede pública municipal de saúde em 22 de setembro de 2004, a Botica da Família é uma farmácia de manipulação capacitada, atualmente, para produzir 7 mil fórmulas de fitoterápicos por mês usando 13 tipos de plantas medicinais. A fitoterapia consiste no tratamento ou prevenção de doenças por meio do uso de plantas medicinais.

A reportagem da Rede Globo colheu imagens e depoimentos no Centro de Saúde (CS) Valença, situado na região noroeste da cidade. Além de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), foram entrevistados os médicos Ruy Madsen Barbosa Neto e Luíza Helena Meibah, ele pediatra e ela generalista do CS Valença. Ambos trabalham com medicamentos fitoterápicos como complemento à medicina convencional.

“Quando o paciente não responde bem ao tratamento alopático, entramos com a fitoterapia. Os resultados são ótimos e muitos pacientes fazem questão desses medicamentos alternativos, pois já conhecem sua eficácia”, afirma Luíza Helena Meibah.

A pediatra conta que o CS utiliza medicamentos manipulados ou extraídos de plantas colhidas em uma horta cultivada nas dependências na Administração Regional 13 (AR 13), localizada ao lado da unidade básica, no Parque Valença.

Segundo ela, na horta da AR 13 são cultivadas plantas como arnica, indicada para dores nas articulações, beladona, para problemas digestivos, alecrim, para dores de cabeça, poejo, para cólicas, camomila, para sinusites e quebra-pedra, para cólicas renais.

No CS Valença os médicos Ruy Madsen e Luíza Helena trabalham particularmente com os fitoterápicos amamelis, indicado para úlcera varicosa, com a arnica, para dores musculares, com o xarope de guaco, para tosse seca e com a calêndula, empregada para casos de alergia.

Atrações.

O Globo Repórter desta sexta-feira também vai mostrar, em outras regiões do Brasil, a utilização da erva mate, que reduz o colesterol, as taxas de açúcar no sangue e ajuda a perder peso; o pau-brasil, que guarda substâncias poderosas contra o câncer; além da orelha de onça, uma folhagem que brota no sertão da Paraíba e está sendo estudado para virar remédio para a asma.

Controle de qualidade.

O programa de fitoterapia na rede pública municipal de Saúde de Campinas foi iniciado em 1990 e, atualmente, conta com a dispensação de medicamentos a toda população por meio da Botica da Família. A manipulação dos próprios fitoterápicos garante melhor controle de qualidade dos itens. Na maior parte dos centros de saúde existe atendimento em fitoterapia e a Secretaria de Saúde trabalha com a diretriz de ampliar o acesso da população a estes medicamentos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece que 80% da população dos países em desenvolvimento utiliza-se de práticas tradicionais nos cuidados básicos de saúde. Deste universo, 85% utiliza plantas ou preparados.

Nesse sentido, a OMS recomenda a difusão mundial dos conhecimentos necessários ao uso racional das plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos. E o Brasil, com sua diversidade genética vegetal estimada em 55 mil espécies catalogadas, possui ampla tradição de uso das plantas medicinais vinculado ao conhecimento tradicional (popular) e transmitido por gerações, além de tecnologia para validar cientificamente este conhecimento.

Em Campinas, as pessoas interessadas em utilizar a fitoterapia devem procurar o Centro de Saúde de referência para o seu bairro ou ligar para o Disque Saúde, no 160.

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