Bebês prematuros recebem atenção especial no Hospital Mario Gatti

02/01/2013

Autor: Nice Maria

O Centro de Referência em Desenvolvimento Infantil (CCRDI), umas das especialidades do Hospital Municipal Dr. Mario Gatti, deve atender mais de 150 novos pacientes até o final do ano. O serviço é oferecido para crianças prematuras ou nascidas em tempo normal, mas que tiveram alguma complicação durante a gestação ou parto.

A expectativa de atendimento é da coordenadora do CRDI, a pediatra Denise Sayuri Maruo Meira, que na segunda-feira, dia 4 de fevereiro, acompanhou o retorno de vários bebês para avaliações neuropsicomotoras e cardiológicas, uma criança de sete meses, que nasceu de uma gestação prematura de apenas 26 semanas, depois que a mãe apresentou um quadro clínico de pressão alta.

Vítima de uma complicação bronco respiratória, o bebê recebeu alta depois de ficar quatro meses internado. Hoje, ele respira com ajuda de um balão de oxigênio portátil e recebe os cuidados da equipe multiprofissional do Projeto Fênix - como também é conhecido o Centro de Referência em Desenvolvimento Infantil.

A dona de casa Janilza Xavier Cavalcanti, mãe do garotinho, reconhece que se sente mais segura com o acompanhamento recebido pelo filho no CRDI. Segundo ela, a começar pelas orientações para uma amamentação correta, todas as instruções que garantam o desenvolvimento sadio foram recebidas no Mario Gatti. "Como mãe pela primeira vez e de um filho prematuro, eu não saberia o que fazer se não fosse o Projeto Fênix. Aqui, eu aprendi a alimentar meu filho com a quantidade de leite certa pra ele", disse.

Projeto Fênix

Implantado no hospital desde 2001, o Projeto Fênix é uma das 42 especialidades oferecidas pelo ambulatório do Mario Gatti. O trabalho é desenvolvido por uma equipe multidisciplinar composta por profissionais de pediatria, neuropediatria, fonoaudiologia, fisioterapia, oftalmologia, ultrassonografia, assistência social e enfermagem. A equipe recebe auxílio da Maternidade de Campinas e de centros de reabilitação da cidade.

A pediatra Denise Sayuri explica que a prioridade da equipe é detectar, minimizar e, até mesmo, reverter possíveis lesões físicas e neurológicas do bebê. "Somos um serviço de qualidade que respeita as janelas do desenvolvimento de cada um. Isso quer dizer que existe um tempo certo para que se possa detectar a necessidade de cada criança e, por meio do CRDI e suas especialidades, trazer cada um para a normalidade", concluiu.

Para o bebê ser acompanhado pelo Projeto Fênix, é preciso que ele se encaixe em algumas circunstâncias consideradas de alto risco como ter nascido antes de 34 semanas, ter peso até 1,5 quilo, em casos graves de desnutrição intrauterinos, asfixias no período perinatal, afecções neurológicas e/ou genéticas, malformações e tocotraumatismos - traumas sofridos pela mãe ou bebê durante o parto.

Porém, casos de crianças nascidas em tempo normal, mas que tiveram alguma complicação durante a gestação ou parto, também são acompanhados pelo CRDI, criado com a missão de assegurar assistência qualificada a bebês de alto risco para desvios da normalidade.

O tempo médio para as crianças permanecerem assistidas pelo Projeto Fenix é de dois anos. As consultas são mensais nos primeiros meses de atendimento e semestrais dependendo da evolução do quadro clínico.

Atualmente, a maioria dos hospitais de países desenvolvidos possui Unidades de Tratamento Intensivo Neonatal e programas longitudinais de acompanhamento.

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