Secretaria da Saúde confirma mais casos de dengue em Campinas

06/03/2001

A Secretaria da Saúde de Campinas confirmou mais dois casos de dengue autóctone em Campinas, na última sexta-feira (2 de março). Com isso, o número de casos da doença sobe para 31, no município. Destes, 23 são importados e oito são autóctones – contraídos no próprio município. A região da cidade com o maior número de casos confirmados é a Norte, onde 13 pacientes já contraíram a moléstia. Em seguida vem a região Sul, com seis. Nas regiões Leste e Sudoeste, há cinco casos e, na Noroeste, dois.

A Secretaria está em alerta constante contra a dengue porque existe risco de uma epidemia da doença. Toda a cidade está infestada com o mosquito transmissor da doença. Algumas regiões mais, outras menos. Além disso, Campinas reúne alguns fatores propícios para a proliferação do mosquito: criadouros - locais que acumulam água -, calor e chuva – elementos que propiciam a eclosão dos ovos do mosquito.

Além destes fatores, o período pós-férias e pós-Carnaval também são agravantes para a situação, já que nesta época as pessoas viajam para fora de Campinas, para regiões onde estão havendo epidemias. Moradores destas regiões de epidemia também vêm para a cidade. Os estados do Nordeste, Acre, Amazônia e Rio Grande do Norte são áreas de epidemia. Todos os estados do Brasil, com exceção de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, têm registrado casos.

“Por isso, neste momento, é importante fazermos uma vigilância eficaz, com diagnóstico precoce e bloqueio dos casos”, afirma a médica sanitarista Naoko Silveira, da Coordenadoria de Vigilância em Saúde Ambiental (Covisa) da Secretaria Municipal de Saúde.

A coordenadora da Vigilância da Secretaria de Saúde, Salma Regina Rodrigues Balista, lembra que as autoridades da saúde pública estão vigilantes. Porém, afirma que é necessário que a população também faça sua parte, eliminando os criadouros e procurando o serviço de saúde mais próximo assim que surgirem os primeiros sintomas da dengue. Também é importante que todos os médicos e serviços de saúde da rede pública e privada fiquem atentos e notifiquem rapidamente os casos à Vigilância Epidemiológica.

No ano passado, foram confirmados 61 casos de dengue em Campinas, sendo 38 autóctones e 23 importados. A Vigilância também confirmou, em 2000, o primeiro caso de dengue hemorrágica no município. O paciente morreu. A dengue hemorrágica é uma forma mais grave da doença.

 

O que é a dengue?

É uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em água parada e limpa e tem o hábito de picar durante o dia.

Quais são os sintomas?

Febre alta, dores musculares e nas juntas, dor atrás dos olhos, fortes dores de cabeça, manchas avermelhadas na pele, fraqueza e falta de apetite. No caso da dengue hemorrágica, a forma mais grave da doença, os sintomas iniciais são os mesmos. No entanto, quando a febre acaba, começam a surgir sangramentos, a pressão cai, os lábios ficam roxos, a pessoa sente fortes dores no abdômen e alterna momentos de sonolência com momentos de agitação.

Como proceder quando os sintomas se manifestam?

Procure imediatamente o médico ou posto de saúde mais próximo de sua casa. O tratamento deve ser iniciado rapidamente. É importante manter repouso, beber muita água e evitar a automedicação. Não use remédios à base de ácido acetilsalicílico, como aspirina e AAS.

Como evitar?

A população pode contribuir, e com ações muito simples, para evitar a doença. Basta eliminar os criadouros, não deixando acumular água em pratos de vasos de plantas e xaxins. Na hora de lavar o recipiente, passe um pano grosso ou bucha nas bordas. Substitua a água dos vasos por areia grossa umedecida. Garrafas sem uso devem ser guardadas de boca para baixo, de preferência em lugares cobertos. Todo material descartável que acumula água, como copos de plástico, latas e tampinhas de garrafa, deve ser jogado no lixo ou destinado para reciclagem. Pneus velhos são os locais preferidos do mosquito da dengue. Por isso, eles devem ser guardados em lugar coberto ou furados. Caixas d`água, poços, latões e filtros devem ser mantidos bem fechados. A água dos bebedouros dos animais deve ser trocada diariamente e o recipiente lavado com água e sabão. Calhas, lajes e piscinas devem ser mantidas limpas. A água acumulada em bambus, bananeiras, etc, também deve ser eliminada.

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