Cemitério sem mosquito

30/03/2001

A partir da segunda quinzena de abril, funcionários da Secretaria Municipal de Saúde e da Setec estarão intensificando a operação contra a dengue nos Cemitérios da Saudade e Santo Antônio, localizados no bairro Santa Odila. A ação Cemitério Sem Mosquito tem como objetivo a inviabilização definitiva dos criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus da dengue. Os dois locais têm cerca de 120 mil vasos, que se transformam em potenciais criadouros devido ao acúmulo de água.

Nos primeiros três meses deste ano, agentes da Secretaria da Saúde têm detectado nestes recipientes larvas do mosquito da dengue. E, apesar das inúmeras intervenções para o controle do Aedes aegypti realizadas pelas equipes da Secretaria, os resultados têm apresentado baixo impacto para a diminuição do risco existente.

Por isso, a Prefeitura está adotando uma medida que prevê a confecção de furos nos vasos e floreiras dos dois cemitérios. "Os furos possibilitarão o escoamento da água e, portanto, inviabilizarão os criadouros. É importante que a comunidade se conscientize da importância desta ação e colabore não repondo e eliminando os criadouros existentes nos cemitérios", diz Carlos Eduardo Cantúsio Abrahão, médico sanitarista da Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental (CoViSA).

Abrahão explica que os servidores que vão trabalhar na operação serão devidamente treinados para a atividade. "Contamos com o apoio e a compreensão dos cidadãos para a atividade que respeita a integridade ornamental e apresenta uma solução para o que representa risco para a saúde pública", afirma.

No último dia 15, o prefeito de Campinas, Antônio da Costa Santos, assinou decreto 13.576 estabelecendo que vasos utilizados em cemitérios públicos ou particulares não devem reter água. A medida ainda estabeleceu prazo de 15 dias para que os responsáveis pelos túmulos e jazigos providenciem a retirada dos vasos ou utilizem meios eficazes para evitar o acúmulo de água nestes recipientes. Por fim, o decreto estabelece que, caso o responsável não tome as devidas providências, a Setec fica autorizada a furar os vasos ou a utilizar quaisquer métodos eficientes que permitam o escoamento da água.

Casos de dengue chegam a 99 em Campinas - A Secretaria de Saúde de Campinas recebeu, ontem (terça-feira, 27 de março), resultados de exames que confirmam mais dez casos de dengue na cidade. Com isso, o número acumulado da doença, desde janeiro, no município sobe para 99. Do total, 64 são autóctones. Isso dá um coeficiente de incidência de 6,48 por 100 mil habitantes. Isto é, de cada 100 mil cidadãos de Campinas 6,48 têm probabilidade de serem infectados pela doença. A predominância dos casos é nos jovens adultos, de ambos os sexos.

A enfermeira Brigina Kemp, da CoViSA (Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental), explica que Campinas vive uma epidemia de pequeno porte e de progressão lenta. Kemp ressalta que a Secretaria vem desenvolvendo medidas importantes de controle da doença e intensificando as ações contra a dengue desde o início do ano.

Entre as ações desenvolvidas junto à comunidade, nesta semana, até sexta-feira, funcionários da Secretaria da Saúde em conjunto com trabalhadores das ARs estarão fazendo operação cata-bagulho, colocando areia nos vasos e orientando moradores nos bairros Ipaussurama, Perseu Leite de Barros e Campos Elíseos. No sábado, no Santa Rosa, na região do Parque Valença, será realizada operação cata-bagulho.

A operação está sendo realizada em parceria com voluntários das associações de bairro e da Pastoral da Criança. Além disso, também haverá participação dos funcionários do DLU (Departamento de Limpeza Urbana), dos coordenadores dos Centros de Saúde e integrantes dos Conselhos Locais de Saúde. As ARs estão fazendo limpeza de terrenos baldios. Também nos dias 29, 30 e 31 haverá operação cata-bagulho na região dos bairros Itajaí I, II, III e IV.

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