Os
cidadãos campineiros com lesão medular ocasionadas pela violência
urbana já podem contar, a partir desta quarta-feira, dia 20 de
março, com um serviço de atenção diferenciado. A Secretaria
da Saúde inaugura o Projeto de Educação em Saúde ao Portador
de Lesão Raqui-Medular. Com isso, os pacientes passam a ter
acompanhamento integral, que inclui, a recuperação –
fisioterapia e terapia ocupacional - e reabilitação.
A
iniciativa é baseada nos conceitos do Projeto Paidéia – Saúde
da Família e vai proporcionar acompanhamento integral às vítimas
da violência urbana - que inclui acidentes de trânsito ou de
trabalho, disparos de arma de fogo, agressões físicas e outros
tipos de trauma.
O Projeto será
lançado às 14h desta quarta-feira (20), no Centro de Reabilitação
Física da Prefeitura de Campinas, na Avenida Orosimbo Maia,
921.
"Nosso
objetivo é resgatar um espaço de cidadania para essas vítimas
de violência", explica Osmarina F.C. Ruiz, coordenadora do
Centro de Reabilitação Física da Secretaria de Saúde de
Campinas.
Segundo a
coordenadora, esse resgate significa incluir o cidadão
lesionado no trabalho, no lazer e na sociedade, orientando-o
sobre seus direitos e deveres. "Esse acompanhamento vai
permitir que cada um tenha suas potencialidades
maximizadas", explica Osmarina.
O trabalho de
acompanhamento ao usuário, conforme ressalta Osmarina, inclui
as necessidades essenciais de qualquer cidadão, como direito ao
trabalho, esporte e cultura, sexualidade e apoio familiar.
Ela lembra,
ainda, que o Projeto tem uma trajetória intersetorial que
envolve o Conselho de Reabilitação, ONGs (Organizações Não
Governamentais) e outras entidades ligadas à educação ou
instituições de saúde.
Atualmente, em
Campinas, o Centro de Reabilitação Física atende a cerca de
vinte usuários. No entanto, com a implantação do novo
projeto, esse número será ampliado, mesmo porque envolverá
seus familiares, colegas de trabalho e outras pessoas ligadas a
sua reabilitação.
Segundo dados
da Organização Panamericana de Saúde (Opas), numa população
urbana como a de Campinas, 18% das incapacidades são
ocasionadas pela violência urbana. A Opas ainda aponta que
apenas 2% dessas vítimas têm algum tipo de atendimento e que a
maioria dos vitimados por arma de fogo está na faixa etária
entre 13 e 30 anos.