Secretaria de Saúde de Campinas está em alerta para a ocorrência de surtos de conjuntivite

06/03/2003

Não existe vacina que proteja contra a conjuntivite e a doença só é notificada às Vigilâncias em Saúde se ocorrerem surtos. Tratamento inclui lavar os olhos com água limpa, fervida e fria

A Secretaria de Saúde de Campinas está alertando os profissionais de saúde para que estejam atentos à ocorrência de surtos de conjuntivite no município. A orientação está sendo reforçada devido ao aparecimento de casos da doença na região, principalmente em Sumaré e Hortolândia, nas últimas três semanas.

Em Campinas, até o momento, houve notificação de um surto numa creche do Jardim Santo Expedito, localizada na área de cobertura do Centro de Saúde Santa Odila, região Sul. Doze pessoas foram acometidas. A ocorrência foi registrada em 26 de fevereiro. A Secretaria de Saúde ainda aguarda resultados de exames que devem apontar que micróbio causou o surto.

O verão é a estação em que ocorrem surtos de conjuntivites virais no Estado de São Paulo. E, além destas, as conjuntivites bacterianas e o tracoma também são registrados em vários municípios paulistas. O tracoma é uma doença crônica do olho.

A conjuntivite preocupa porque, se causada pelo micróbio Haemophilus influenzae biogrupo aegyptius, pode levar ao aparecimento da febre purpúrica brasileira. A febre purpúrica é uma doença infecciosa aguda que acomete as crianças após a conjuntivite. Tem início súbito e pode levar à morte. Os primeiros sintomas são febre alta e sinais de intoxicação.

Não existe vacina que proteja contra a conjuntivite. A doença só é notificada às Vigilâncias em Saúde se ocorrerem surtos. O tratamento inclui lavar os olhos com água limpa, fervida e fria. Se necessário, e somente com prescrição médica, é indicado uso de anti-inflamatórios. Remédios caseiros não devem ser utilizados.

A pessoa acometida por conjuntivite viral deve ser mantida afastada de ambientes coletivos, como escolas, trabalho, creches, etc, por pelo menos três dias. A doença pode ser prevenida com a adoção de medidas de higiene como lavar sempre as mãos e o rosto com água e sabão, evitar coçar os olhos e usar toalhas e travesseiros individuais. Objetos de pessoas com conjuntivite, como cosméticos, óculos e lenços, não devem ser compartilhados. A pessoa com conjuntivite também deve evitar piscinas.

A conjuntivite - A conjuntivite é uma doença muito freqüente causada por vírus, bactéria e também pode ter origem alérgica. É transmitida de pessoa para pessoa com muita facilidade, principalmente quando as condições de saneamento básico, higiene pessoal e domiciliar são precárias.

Os principais sintomas são olhos avermelhados, lacrimejamento, pálpebras inchadas e avermelhadas, secreção amarela no canto dos olhos ou nas bordas das pálpebras, intolerância à luz, sensação de areia nos olhos, pálpebras grudadas ao acordar e visão borrada.

Se for causada por vírus, na maioria das vezes, dura cerca de 15 dias e evolui para a cura. Se for ocasionada por bactéria, regride dentro de três a cinco dias, e, diferentemente da viral, produz muita secreção.

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