Saúde redobra atenção para casos de conjuntivite

19/03/2003

Número elevado de casos da doença, que não costuma ser grave, chama a atenção das equipes de saúde

A Secretaria de Saúde de Campinas está redobrando a atenção para os casos de conjuntivite no município. Profissionais, Centros de Saúde e Prontos-Socorros estão sendo informados para que estejam atentos às ocorrências da doença. Desde o Carnaval, já foram confirmados vários surtos na cidade, o que resultou, até esta quarta-feira (19 de março), no registro de 307 notificações na Vigilância Epidemiológica Municipal.

O número elevado de casos de conjuntivite nos últimos dias tem despertado a atenção dos médicos e autoridades sanitárias não só de Campinas, mas de vários estados, principalmente Santa Catarina e São Paulo e, em menor grau, Paraná e Mato Grosso do Sul. Em São Paulo, de acordo com a Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado, já foram mais de 13 mil casos desde janeiro.

De acordo com a enfermeira sanitarista Salma Regina Rodrigues Balista, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas, para a interrupção dos surtos, é necessário o afastamento da pessoa do trabalho e da escola. "A conjuntivite é muito contagiosa e o afastamento dos lugares com grande concentração de gente é necessário para evitar a contaminação de outras pessoas", diz.

Segundo Salma, a adoção de medidas como lavar as mãos e o rosto com freqüência e não compartilhar objetos de uso pessoal como toalhas, lençóis e travesseiros de quem está com conjuntivite podem evitar o contágio. "Piscinas devem ser evitadas", diz.

A doença costuma durar uma ou duas semanas e causa inflamação nos olhos e lacrimejamento excessivo. Os primeiros sintomas são olho vermelho, inchaço nas pálpebras e na conjuntiva e secreção. O paciente sente desconforto e dor e tem intolerância à luz e visão embaçada. O contágio ocorre pelo contato direto com a secreção dos olhos da pessoa infectada.

A conjuntivite é uma doença benigna, que tem começo, meio e fim, o doente se tratando ou não. Pode ser causada por vírus ou bactéria. No caso das conjuntivites bacterianas, existe tratamento com antibiótico. Apesar de não ser uma doença grave, é muito importante que a pessoa procure o serviço de saúde se tiver sinais da doença.

"É necessário prestar atenção e procurar ajuda da equipe de saúde para evitar o alastramento da doença, que pode se tornar uma epidemia", diz Salma. A última epidemia nacional de conjuntivite foi registrada no Brasil na década de 80.

Não existe vacina que proteja contra a conjuntivite. A doença só é notificada às Vigilâncias em Saúde se ocorrerem surtos. O tratamento inclui lavar os olhos com água limpa, fervida e fria. Se necessário, e somente com prescrição médica, é indicado uso de colírios à base de antiinflamatórios. Remédios caseiros não devem ser utilizados.

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