Número
elevado de casos da doença, que não costuma ser grave, chama a
atenção das equipes de saúde
A Secretaria de
Saúde de Campinas está redobrando a atenção para os casos de
conjuntivite no município. Profissionais, Centros de Saúde e
Prontos-Socorros estão sendo informados para que estejam
atentos às ocorrências da doença. Desde o Carnaval, já foram
confirmados vários surtos na cidade, o que resultou, até esta
quarta-feira (19 de março), no registro de 307 notificações
na Vigilância Epidemiológica Municipal.
O número
elevado de casos de conjuntivite nos últimos dias tem
despertado a atenção dos médicos e autoridades sanitárias não
só de Campinas, mas de vários estados, principalmente Santa
Catarina e São Paulo e, em menor grau, Paraná e Mato Grosso do
Sul. Em São Paulo, de acordo com a Vigilância Epidemiológica
da Secretaria de Estado, já foram mais de 13 mil casos desde
janeiro.
De acordo com a
enfermeira sanitarista Salma Regina Rodrigues Balista,
coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas, para a
interrupção dos surtos, é necessário o afastamento da pessoa
do trabalho e da escola. "A conjuntivite é muito
contagiosa e o afastamento dos lugares com grande concentração
de gente é necessário para evitar a contaminação de outras
pessoas", diz.
Segundo Salma,
a adoção de medidas como lavar as mãos e o rosto com freqüência
e não compartilhar objetos de uso pessoal como toalhas, lençóis
e travesseiros de quem está com conjuntivite podem evitar o
contágio. "Piscinas devem ser evitadas", diz.
A doença
costuma durar uma ou duas semanas e causa inflamação nos olhos
e lacrimejamento excessivo. Os primeiros sintomas são olho
vermelho, inchaço nas pálpebras e na conjuntiva e secreção.
O paciente sente desconforto e dor e tem intolerância à luz e
visão embaçada. O contágio ocorre pelo contato direto com a
secreção dos olhos da pessoa infectada.
A conjuntivite
é uma doença benigna, que tem começo, meio e fim, o doente se
tratando ou não. Pode ser causada por vírus ou bactéria. No
caso das conjuntivites bacterianas, existe tratamento com antibiótico.
Apesar de não ser uma doença grave, é muito importante que a
pessoa procure o serviço de saúde se tiver sinais da doença.
"É necessário
prestar atenção e procurar ajuda da equipe de saúde para
evitar o alastramento da doença, que pode se tornar uma
epidemia", diz Salma. A última epidemia nacional de
conjuntivite foi registrada no Brasil na década de 80.
Não existe
vacina que proteja contra a conjuntivite. A doença só é
notificada às Vigilâncias em Saúde se ocorrerem surtos. O
tratamento inclui lavar os olhos com água limpa, fervida e
fria. Se necessário, e somente com prescrição médica, é
indicado uso de colírios à base de antiinflamatórios. Remédios
caseiros não devem ser utilizados.